segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Diário da Manhã

Alcides diz que PSDB não é forte sem o PP
Para governador, pepistas têm história de luta em Goiás e ruptura da base foi motivada pelo “prato pronto” tucano
14/11/2009

“Eu pergunto se o PSDB seria forte sem o PP?” Com essa indagação, o governador Alcides Rodrigues (PP) voltou a cutucar o PSDB do senador Marconi Perillo, pré-candidato para as eleições de 2010, ontem, no almoço com o diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, no Palácio das Esmeraldas. Ao defender o espaço da terceira via, em um Estado eminentemente polarizado pelo PMDB e PSDB, Alcides disse que existem partidos que só têm força política se aliados com outros partidos. “Aqui em Goiás não temos nenhum partido que seja hegemônico”.

Em seguida, o governador explicou que, já o PP, é forte sem o PSDB, porque esteve presente em lutas políticas históricas em Goiás e tem liderança em todos os lugares do Estado. “Não somos um partido de agora. Somos um partido que sempre teve posição em Goiás. Quando o PMDB estava há 16 anos no governo, o PP já era oposição”. Apesar de viver a ferro e fogo com os tucanos, o governador nega que tenha sido o PP o causador da ruptura da base aliada do Tempo Novo, mas sim as lideranças do PSDB que impuseram a candidatura de Marconi para os partidos aliados. Alcides já tinha reclamado publicamente desta candidatura imposta e voltou a explicar que essa é uma das razões do racha da base. “Não podemos ser levados a reboque de ninguém. O que PP não aceita é prato pronto. Queremos discutir. É isso que o PP se propõe a fazer, e o DEM, o PR, o PSB também.”

O pepista evidenciou o primeiro ponto de concordância entre os partidos de sua chapa – não aceitam candidatura imposta. Segundo o governador, a terceira via tem chances de emplacar por abranger partidos que, assim como o PP, têm histórico de luta e eleitorado consolidado em Goiás. “Nesse sentido estamos na frente. O que torna forte um projeto é a contemplação de forças políticas representativas de partidos importantes”. Alcides afirmou que não há nenhum partido na liderança, apesar de o PSDB já estar em campanha pelos municípios do interior. “Sempre digo que numa campanha para governador o que vale são os momentos finais da eleição, depois das convenções, iniciadas as escolhas dos candidatos e posta essas candidaturas para a apreciação do eleitorado como um todo.”

Assim como sua própria candidatura iniciou com baixo grau de aceitação e reverteu o quadro nos períodos finais das eleições de 2006, o governador acredita que o candidato da terceira via, lançado somente ano que vem, poderá tomar o mesmo caminho. “O que está sendo feito agora, pra mim, não tem valor nenhum”. Alcides esclareceu que ainda não está acertado pelo PP, DEM, PR e PSB, nome para concorrer às eleições. Primeiro, a chapa governista irá elaborar projeto político. Só depois que este projeto estiver pronto o candidato será definido.

Siglas da terceira via se reúnem de madrugada

Na quinta-feia, o governador Alcides Rodrigues encontrou-se no Palácio das Esmeraldas com os presidentes regionais do PP, secretário de Infraestrutura, Sérgio Caiado; DEM, deputado federal Ronaldo Caiado; PR, deputado federal Sandro Mabel, e PSB, presidente da Agência Goiana de Turismo, Barbosa Neto. Questionados pelo DM ontem sobre reunião, todos guardaram segredo. Na surdina da noite, ficaram reunidos até madrugada.

Alcides contou que durante o encontro ficou evidente vontade de “caminharem juntos” em 2010. “Não projeto individual, mas coletivo.” O governador confidenciou que tem se encontrado com outros partidos, que também desejam participar da chapa. Na quarta à tarde, o pepista se reuniu com o presidente do PTN, Francisco Gedda, e com a presidenta do PDT, deputada estadual Isaura Lemos. Em conversa com o DM, Mabel disse que o governador não quer que o Estado volte para as mãos “de quem o quebrou”.

Ronaldo Caiado disse que o nome do candidato da terceira via só será anunciado em março, enquanto PMDB e PSDB antecipam debates políticos. Apesar disso, assegura, “há uma motivação enorme para o nosso projeto. Não há como voltarmos atrás”.

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