quarta-feira, 9 de junho de 2010

Anápolis: é preciso avançar!!





OBSERVATÓRIO

ORISVALDO PIRES

Desculpe, não há vagas

A realização histórica da decisão da Liga Nacional de Basquete em Anápolis no domingo,6, reunindo o Brasília, que detém um dos mais vultuosos investimentos realizados nesta modalidade, e o Flamengo, clube de tradição e dono da maior torcida do Brasil, nos sacudiu mais uma vez para um debate sobre a carência de estrutura hoteleira e de espaços para a realização de grandes convenções, seminários e encontros. Nesta área o crescimento não teve o mesmo ritmo que em outras. Se por um lado Anápolis explode no setor da indústria automobilística e farmacêutica, com geração de empregos e aumento considerável do PIB, engatinha quando o assunto é dar suporte para os refl exos e ramifi cações gerados por este desenvolvimento.

Mas isto não quer dizer que os hotéis que temos sejam de qualidade duvidosa. Pelo contrário. São ótimos. Desde os tradicionais Itamaraty, Palace e Príncipe, aos contemporâneos como o Hotel Naoum. O problema não é qualidade mas, sim, quantidade. A realidade de Anápolis neste início de século é diferente daquela vivida há 40 anos. As coisas mudaram, a cidade cresceu, se transformou. Se não acompanharmos este ritmo de evolução a tendência é perdermos espaço para outros centros. Muitos projetos importantes, em diversos setores, que poderiam vir para Anápolis, são desviados para outras cidades que, embora com densidade habitacional e territorial inferiores à nossa, investem nos projetos que atendem as exigências do tempo presente.

Vejam aí um exemplo claro desta situação. Estamos lamentando que Uberlândia saiu à frente e começou a operar com o Entreposto da Zona Franca de Manaus, projeto pelo qual estamos sonhando há muito tempo, mas não saímos do lugar. Ficamos patinando. As cidades que pensam na frente, acreditam em si mesmas, investem certo, estão na dianteira. No Grand Prix de Seleções realizado em 2009, em Anápolis, várias delegações tiveram que se hospedar em Goiânia. Aqui não havia espaço suficiente para todos. Se a movimentação neste setor foi boa naquela oportunidade, temos a certeza que poderia ser melhor. Agora, na decisão da Liga Nacional de Basquete, a principal reclamação da delegação do Flamengo foi a difi culdade para encontrar vaga em hotel da cidade.

O momento de Anápolis é excepcional. Estamos naquela fase em que os grandes projetos voltaram a acontecer, a cidade recupera sua autoestima e retoma sua posição no circuito nacional dos eventos excepcionais. O problema é que não nos preparamos da forma que deveríamos para este salto. Mas ainda é tempo. Os grandes empreendedores de Anápolis, que muitas vezes investem fora daqui, precisam acreditar mais na cidade, apostar no potencial de Anápolis e no poder de resposta de sua gente. Hoje é visível que há vontade política para realizar grandes e importantes projetos para a cidade. Se ignorarmos a grande quantidade de ar frio que ainda existe neste incrível balão chamado Anápolis, sua chama pode diminuir e a tendência é que vá murchando, até chegar à planície. Isso não é poesia. É um alerta preocupado um grito de atenção.

DÚVIDAS DO FICHA LIMPA

Tem gente que acha que perfeccionismo é doença. Para outros é a receita para o sucesso de qualquer projeto ou ação. Sem radicalismos, é necessário que sempre procuremos fazer as coisas direito. Se nossa ação fi ca pela metade, incompleta, a tendência é que não prospere, que caia no descrédito. A Lei da Ficha Limpa, publicada na segunda-feira,7, no Diário Oficial da União, depois de sancionada sem vetos pelo presidente Lula, traz em suas deliberações certezas e dúvidas. A certeza é que serão impedidos de se candidatar políticos que foram condenados por decisão de um colegiado (mais de um juiz).

Mas a Lei ainda tem dúvidas. Uma delas pode comprometer completamente o sentido pelo qual foi criada, ferindo a intenção daqueles que se esforçaram para conseguir 1,6 milhão de assinaturas para encaminhar o projeto de iniciativa popular ao Congresso. A emenda do senador Francisco Dornelles (PP-RJ) alterou o texto estabelecendo que a proibição vale para “os que forem condenados”, em vez de “os que tenham sido condenados” como constava na redação original.

Isso quer dizer que alguém que tenha sido condenado até o fi nal de maio deste ano, pelo cometimento de crimes, terá direito de se candidatar tranquilamente nas eleições de outubro.Só seriam impedidos aqueles condenados no período entre 7 de junho (publicação no D.O.U.) até registro das candidaturas. Os partidos têm até 5 de julho para requerer o registro e a Justiça Eleitoral tem até 25 de agosto para julgá-los. É importante que os que forem condenados a partir de agora sejam impedidos de se candidatar, mas os condenados anteriormente também deveriam ser atingidos pela lei.

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