terça-feira, 28 de setembro de 2010

Marconi Perillo: compromissos reafirmados com a Educação!





POLÍTICA & JUSTIÇA


Em debate, Marconi reforça compromissos com a educação

José Barbacena

No debate promovido na noite de ontem pela Arquidiocese de Goiânia e transmitido por veículos de comunicação católicos, como a UCG TV, os candidatos ao governo de Goiás Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PR), que tinham adotado uma postura extremamente agressiva em relação ao líder em todas as pesquisas de intenção de votos, Marconi Perillo, comportaram-se como coroinhas em uma missa. Tolhidos pela presença do arcebispo de Goiânia, Dom Washington Cruz, e também por pesquisas qualitativas que apontavam para o extremo desgaste provocado pelos ataques reiterados ao candidato tucano, Iris e Vanderlan preferiram não provocar.

Iris, porém, mais uma vez, não conseguiu concluir seu raciocínio no tempo estabelecido, e se mostrou muito cansado. Vanderlan, que resolveu timidamente assumir no programa eleitoral o fato de ser o candidato apoiado pelo governador Alcides Rodrigues (PP), se mostrou desconfortável em defender o péssimo desempenho da administração de Alcides em áreas como educação e segurança pública.

Até Marta Jane e Washington Fraga ficaram desconcertados quando tiveram de falar sobre aborto, um tema para lá de nevrálgico para a comunidade católica, que é completamente contra qualquer intervenção da gravidez. Aliás, o constrangimento de Marta e Fraga foi um dos pontos altos do debate, muito morno e comportado. Marconi Perillo manteve postura de líder nas pesquisas e falou com tranquilidade de suas propostas para o desenvolvimento do Estado. O candidato frisou seu compromisso com a educação e com a promoção do ser humano.


RESUMO DO DEBATE

Primeiro bloco

No primeiro bloco, os candidatos tiveram dois minutos para explicar porque querem governar Goiás. Marconi Perillo, tranquilo e sempre olhando para as câmeras, abriu essa fase reforçando o seu compromisso com a educação. Segundo ele, este será o principal enfoque do seu governo, em caso de vitória. "Só a educação pública de qualidade pode democratizar oportunidade para todos, dar condições iguais para os filhos dos pobres e dos ricos."

Marconi falou do seu desejo de servir à população do Estado e de levar Goiás a avançar nas mais diversas áreas, como geração de emprego, qualificação profissional, saúde, segurança.

Candidato do PSol, o sindicalista Washington Fraga disse mais uma vez que quer trabalhar para que o Estado de Goiás atenda aos interesses da maioria dos goianos e não da elite. Mais uma vez com a expressão extremamente fechada, Vanderlan classificou o governo de Goiás como um desafio. Repetindo a postura de outros debates, lançou mão do mantra das suas realizações à frente da Prefeitura de Senador Canedo.

Demonstrando cansaço, e sem olhar para a câmera, Iris Rezende usou o argumento já surrado de que só deixou a Prefeitura de Goiânia para se lançar à disputa ao Palácio das Esmeraldas porque o Estado de Goiás se encontrava em um verdadeiro caos. Mais uma vez, se colocou como único salvador do Estado. Marta Jane, com sua blusa vermelha e penteado à base de gel, disse que o seu projeto de candidatura era coletivo e envolvia todos os movimentos sociais.


Segundo bloco

No segundo bloco, os candidatos responderam a perguntas elaboradas por membros de pastorais da Igreja Católica. Questionado sobre propostas para reduzir a migração de goianos para a Europa - Goiás hoje lideraria o ranking de Estados que mais enviam mão de obra para esses países -, Iris, em vez de falar de projetos, preferiu dizer que construiu as bases do desenvolvimento do Estado por meio da construção de obras. De quebra, aproveitou para criticar seus sucessores - segundo ele, depois que deixou o governo, o Estado parou de se desenvolver, alfinetando, inclusive, Maguito Vilela, que o sucedeu entre 1994-1998. Marconi comentou a resposta citando seu compromisso com a qualificação de mão de obra. "Não adianta trazer indústrias e gerar empregos se os goianos não puderem ocupá-los."

Marta Jane se viu em uma situação constrangedora quando perguntada sobre como o seu plano de governo tratava a questão do aborto. Em um ambiente católico e completamente contrário à interrupção da gravidez, a pecebista, e Washington Fraga, que comentou a resposta, falaram que o problema era de saúde pública e mudaram de assunto.

Marconi respondeu à pergunta sobre propostas para reintegração de presos e política carcerária. O senador falou da necessidade de investimentos em segurança pública, reclamou da falta de investimentos da União na área e falou que vai trabalhar pela aprovação de emenda que vai garantir mais recursos para a área. O candidato lembrou ainda da importância da educação, como principal instrumento de promoção social e de prevenção de uma série de problemas, inclusive de segurança pública. Marconi citou ainda a importância de parcerias com os segmentos religiosos, e investimentos em qualificação profissional, esporte e lazer.

Washington Fraga foi questionado sobre políticas de habitação e criticou de forma veemente ações, que ele considerou "eleitoreiras", de doação de habitações que não oferecem o mínimo de conforto e dignidade aos habitantes. No comentário, Iris mais uma vez falou do passado, lembrando-se das milhares de casas de placa que construiu na Vila Mutirão.

Vanderlan Cardoso, apoiado pelo governador Alcides Rodrigues, se viu em uma situação desconfortável quando perguntado sobre o que faria para que o piso salarial dos professores seja cumprido em Goiás. Assumindo a postura de candidato governista, Vanderlan defendeu Alcides Rodrigues negando o óbvio e dizendo que o governador já cumpre o Piso Nacional da Educação - Goiás é um dos poucos Estados brasileiros que ainda não cumprem a lei federal. Em seguida, Vanderlan, demonstrando constrangimento, mudou de assunto, falando sobre reforma de escolas.

Terceiro bloco

No terceiro bloco, os candidatos responderam a perguntas elaboradas por jornalistas ligados a veículos de comunicação de orientação católica e fugiram dos confrontos nas réplicas. Marconi Perillo foi questionado sobre que modelo de desenvolvimento adotaria em caso de vitória, de forma a estimular a produção agropecuária, garantindo ao mesmo tempo a preservação do meio ambiente. O tucano lembrou que esse é um dos grandes desafios da humanidade e afirmou que vai buscar parcerias com instituições de pesquisa, em busca de alternativas.

O governadoriável do PSDB também defendeu o zoneamento agroecológico, e falou de alguns feitos do seu governo nesta área. Iris, quando teve oportunidade de comentar, só falou do passado. Citando ações de sua gestão à frente do Estado e da Prefeitura de Goiânia.

Iris Rezende foi questionado sobre o abandono das principais praças esportivas do Estado, como autódromo de Goiânia, e o antigo Estádio Olímpico - demolido na gestão de Alcides Rodrigues – para construção do Centro de Excelência. Iris falou muito de passado, e não detalhou propostas para a área.

Marconi lembrou da reforma completa que realizou do Serra Dourada, há seis anos, que incluiu a colocação de cadeiras. O candidato do PSDB falou que vai concluir as obras do Centro de Excelência - começadas na sua gestão e abandonadas pelo sucessor, Alcides Rodrigues - e promover uma reforma completa no autódromo de Goiânia.

Questionado sobre compromissos com a cultura, Washington Fraga, escorregando muito no português, falou da sua proposta de Escola Integral, que integraria ensino convencional e cultura. Ao comentar a resposta, Vanderlan Cardoso mencionou projetos culturais que implantou em Senador Canedo, quando foi prefeito.

Marta Jane, perguntada sobre propostas para a recuperação da malha viária do Estado, preferiu falar de moradia e saneamento. Comentando a resposta, Washington Fraga viajou ainda mais e falou do seu compromisso de recuperar a Celg. Sobrou para Vanderlan responder sobre políticas de atração de investimentos. O republicano defendeu que os Estados mantenham a autonomia sobre a cobrança de ICMS para instituir suas políticas de atração de investimentos.


Quarto bloco

No quarto bloco, finalmente os candidatos puderam fazer perguntas aos seus adversários, definidos por ordem de sorteio. Washington Fraga abriu a rodada perguntando ao republicano Vanderlan Cardoso sobre a dificuldade do atual governo de lidar com a questão dos jovens infratores em Goiás. "É caso de incompetência ou falta de investimentos?", alfinetou.

Mesmo sendo o candidato que representa a continuidade do governo de Alcides Rodrigues, o republicano disse que o sistema atual de segurança pública não está “as mil maravilhas”, e propôs o melhor aparelhamento da polícia e investimentos no serviço de inteligência.

Fraga voltou a questionar sobre a falta de políticas para menores infratores, e disse que, pela ausência de ação do governo estadual, recursos públicos disponíveis para a área serão devolvidos aos cofres federais. Diante da alfinetada do candidato do PSol, Vanderlan se fez mais uma vez de desentendido e falou de outras propostas para segurança pública.

Iris, mais uma vez, não conseguiu fazer a pergunta no tempo determinado - um minuto. Depois de muito dar voltas, e contando com a leniência da organização do debate, questionou o governadoriável do PSol sobre políticas para a Saneago. Fraga aproveitou a deixa para criticar prefeitos do PMDB, como os de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela; Jataí, Humberto Machado; e Trindade, Ricardo Fortunato; que estariam trabalhando para privatizar o serviço de abastecimento de água em suas cidades, em parceria com empreiteiras.

Marta Jane colocou Iris na fogueira ao perguntar por que o PMDB e o PT foram contra o pagamento do piso salarial para os professores e vários outros benefícios para as carreiras na área da educação. Iris teve grande dificuldade de responder no tempo determinado e acabou perdendo a linha de raciocínio. Defendeu melhor remuneração para o professor e disse que a prefeitura cumpre a lei federal e paga mais que o piso. A candidata do PCB reclamou da redução de verbas para a educação na gestão de Iris Rezende em sua réplica e de quebra criticou o governo estadual.

Vanderlan perguntou a Marconi Perillo sobre qual será sua política tributária, caso seja eleito. O senador-candidato criticou a proposta de reforma tributária que está no Congresso e que tira dos Estados o direito de estabelecer políticas de benefícios fiscais para atrair novas empresas. O senador do PSDB também reclamou da alta carga tributária.

Na réplica, Vanderlan repetiu Marconi no segundo bloco e falou da importância da qualificação de mão de obra. O governadoriável do PSDB, por sua vez, aproveitou a oportunidade para falar do compromisso de criar os colégios tecnológicos em todo o Estado e a Bolsa Qualificação.

Marconi encerrou o bloco questionando Marta Jane sobre propostas para o Entorno de Brasília. Marta Jane aproveitou para criticar, mais uma vez, as empresas que operam o transporte coletivo no Estado, defendendo a estatização. O candidato do PSDB prometeu, entre outras coisas, moralizar o transporte coletivo no Entorno do Distrito Federal, criar a Subsecretaria de Segurança Pública do Entorno e construir uma pista dupla entre Luziânia e o Distrito Federal.


Quinto bloco

No quinto e último bloco, os candidatos fizeram as suas considerações finais. Vanderlan, que é evangélico, agradeceu à Igreja pela iniciativa e falou do seu compromisso de parcerias com os católicos visando o turismo religioso e recuperação de dependentes químicos.

Marconi lembrou da sua parceria antiga com as igrejas. "A Igreja Católica é testemunha do meu carinho, respeito e apoio a todas as áreas." O primeiro-vice- presidente do Senado destacou a participação da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na apresentação e aprovação da Lei da Ficha Limpa, que está mudando a política brasileira. Marconi lembrou-se do que classificou como sua meta-síntese, que é a promoção do ser humano, por meio, principalmente, de investimentos em educação, mas também em saúde, infraestrutura, atração de investimentos e geração de empregos.

Marta Jane falou, mais uma vez, do seu compromisso com as classes trabalhadoras. Washington Fraga se despediu criticando os demais candidatos que, segundo ele, estão comprometidos com grandes empresas e empreiteiras. Iris Rezende, encurvado e com a expressão cansada, falou, de novo, dos problemas que assolam o Estado de Goiás e se apresentou como solução para esses problemas. Segundo ele, essa seria a justificativa para ele ter deixado quase três anos de mandato como prefeito de Goiânia. Como sempre, estourou o tempo.

Um comentário:

  1. Por que todos os candidatos ao governo do Estado de Goiás se despistavam do assunto quando lhes questionavam sobre a questao do aborto?
    E quais desses governadoriáveis sao de fato pro-vida e quais pro aborto?

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