domingo, 12 de setembro de 2010

Adversários de Marconi vão atacar mais!




Política & Justiça
 
Sem efeito Lula, atacar é a última cartada
Pesquisa Ibope não mostra onda de votos do presidente. Marqueteiros podem usar denúncias como recurso final 

José Barbacena 

As últimas pesquisas eleitorais mostram que os candidatos Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PR) já gastaram todos os cartuchos para tentar vencer a liderança de Marconi Perillo (PSDB) na corrida sucessória. O comício do presidente Lula e da candidata Dilma Rousseff (PT) em Valparaíso, com veemente pedidos de voto para Iris e ataques a Marconi, não trouxe reflexos positivos para o candidato peemedebista, que caiu nas pesquisas. Vanderlan, mesmo melhorando sua pontuação, continua distante tanto de Iris quanto de Marconi e agora anuncia que também trará Lula e Dilma para um comício, na tentativa de vitaminar sua campanha com um efeito que não funcionou para Iris Rezende. 

A três semanas da data de votação, Iris e Vanderlan não conseguiram ainda se posicionar de forma a ameaçar o primeiro lugar de Marconi. Analistas do processo eleitoral entendem que só resta aos dois candidatos uma última arma: usar os programas de televisão para atacar Marconi, no esforço final para abalar a liderança do tucano. Em 2006, o então candidato Demóstenes Torres usou seu horário da TV para veicular denúncias com Alcides Rodrigues (PP) e contra Maguito Vilela (PMDB), os dois candidatos melhor situados na época, mas colheu um resultado negativo: caiu nas pesquisas. 

O marqueteiro de Iris, Hamilton Carneiro, já fez mais de uma dezena de campanhas majoritárias em Goiás e tem experiência com a utilização de programas do horário eleitoral para ataques contra os adversários. Em 1998, por exemplo, ele colocou Iris pessoalmente na TV exibindo cheques sem fundo supostamente atribuídos a Marconi. A cena provocou repúdio entre eleitores e consolidou a virada de Marconi, que venceu Iris tanto no primeiro quanto no segundo turno. 

Jorcelino Braga, marqueteiro de Vanderlan, também colheu resultados negativos ao recorrer a ataques na campanha para prefeito de Goiânia, em 2008, em que Sandes Júnior (PP) tentou barrar a reeleição de Iris Rezende. Em dois programas de TV, Braga apresentou Sandes denunciando Iris até no plano pessoal, numa última e desesperada tentativa de reversão da tendência de vitória do candidato peemedebista ainda no primeiro turno. 

Braga mostrou fazendas, gado, propriedades e, enfim, tentou caracterizar Iris como um político corrupto e ficha-suja. Na época, Iris tinha apresentado declaração de bens ao Tribunal Regional Eleitoral onde relacionava suas 14 propriedades rurais, mas não citava a posse de gado (erro que Iris corrigiu neste ano, comunicando ao TRE ser dono de 11.994 cabeças de bois e búfalo, avaliadas em R$ 8,4 milhões). Os programas de Sandes na TV jogaram pesado na tese de que Iris estava omitindo patrimônio, em razão de sua origem ilegal. 

Mas não adiantou nada. As pesquisas realizadas logo em seguida mostraram que o quadro eleitoral não se alterou nem mesmo minimamente. Iris, uma semana depois dos ataques de Sandes no horário eleitoral, liquidou a fatura no primeiro turno. Além de levar o programa de Sandes para a ofensiva contra Iris, Braga procurou Gilvane Felipe, que também disputava a Prefeitura de Goiânia, pelo PPS. Sem cobrar nada, ele se ofereceu para produzir material contra o candidato peemedebista, que seria aproveitado no horário eleitoral de Gilvane. Com a aprovação de Marconi, Gilvane recusou a proposta. O episódio foi levado ao conhecimento de Iris, na mesma época, pelo senador Marconi Perillo. 

Hamilton Carneiro e Jorcelino Braga vão induzir Iris e Vanderlan a partir para o ataque contra Marconi, como última cartada para derrubar o tucano e prolongar a eleição para o segundo turno? Até agora, somente o marqueteiro do PMDB deu sinais de que pode investir na linha do denuncismo, com as constantes alfinetadas que o programa de Iris na TV tem disparado contra Marconi. Já o marqueteiro de Vanderlan manteve até hoje um rumo propositivo na campanha de televisão e até chegou a dar uma entrevista, onde disse estar construindo uma imagem positiva para o seu candidato, com propostas de alto nível, longe das baixarias – o que de fato tem sido a característica principal de Vanderlan no horário eleitoral. Quem está partindo para o ataque é a candidata Marta Jane (PCB), que tem concentrado sua mira em Marconi e Iris, poupando Vanderlan. Na maioria das vezes, essas denúncias contras os líderes das pesquisas não ganham repercussão em função do tempo reduzido do programa eleitoral e da pouca credibilidade dos denunciantes.

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