sábado, 4 de setembro de 2010

Alcides: traição integral!

 DIÁRIO DA MANHÃ

Opinião

Fomos todos traídos pelo dissimulado Alcides 

André Goulart Marcondes

O silêncio dos inocentes! Uma frase que já foi tema de livros e de filmes famosos, que já retrataram histórias de mulheres e homens que caminharam silenciosamente para a morte sob torturas cruéis, por se postarem em defesa dos fracos e oprimidos. A história está repleta desses heróis que, por ideologia ou caridade ou fraternidade, decidiram doar as vidas em defesa dos menos abastados, com o grito da revolta e da dor preso na garganta, já que o caminho era proteger os desvalidos. 

Mas e quando os sacrificados não foram ou são tão inocentes assim? Quando, sem pestanejar ou questionar, se entregaram de corpo e alma em defesa de uma ideia, de um projeto, visando um futuro que permitisse aos cidadãos continuar na busca da conquista da cidadania, num Estado em franco desenvolvimento, que permitisse alimentar ainda mais uma economia que já era uma das mais pujantes do Brasil? 

O que dizer desses homens e mulheres, jovens e adultos, que acreditaram e foram às ruas enfrentar os desafios para eleger um político nem tão inocente assim? Foi o que aconteceu com uma pleiâde de homens de mulheres de bom caráter, armados de uma imensa capacidade de trabalho, que arregaçaram as mangas para eleger o desconhecido Alcides Rodrigues governador de Goiás em 2006. 

Que desafio foi aquele: centenas de crédulos invadindo os rincões de Goiás, aos bairros mais afastados de Goiânia, conversando e construindo de casa em casa, de pessoa por pessoa, a imagem de quem nos parecia repleto das mais importantes qualidades de um homem público: um Alcides sereno, dócil, amigo dos amigos, tranqüilo, leal e audacioso, ainda que devagar. Um Alcides que teria uma postura de estadista na hora de tomar as decisões em defesa do povo goiano, da Educação, da Segurança Pública, das Artes e Cultura, da Saúde, da infraestrutura, dos programas sociais como a Bolsa Universitária, o Vapt-Vupt e o Programa Renda Cidadã. 

Quanta inocência a desses homens e mulheres. Todos, sem exceção, decidiram que o melhor seria aquele que ficou em silêncio, calado, pensativo, durante alguns anos, mas que parecia confiável e depois mostrou que o silêncio nada tinha de inocente. Inocentes fomos todos nós, que investimos nossas forças, "criatividade e coragem para desfraldar a bandeira do "Doutor Alcides", antes um simples Cidinho. Quantas e quantas vezes não dedicamos de casa em casa nos bairros mais afastados de Goiânia, inclusive enfrentando pessoas de comportamento nem tão dócil ou afetuoso, para contar quem era  e o quanto era bom esse desconhecido Doutor Alcides. 

Passamos muitas vezes por momentos difíceis e até perigosos para deixar o recado: “Votem em Alcides. Ele é médico, nosso vice-governador, e sua proposta é dar continuidade aos grandes projetos de Marconi Perillo que garantiriam melhores condições de vida a todos os goianos. Alem do mais, tem o apoio incontestável de homens que construíram sua história com base na coerência, retidão e honradez; ousadia e confiança no futuro. Podem confiar em Alcides", dizíamos nós, construindo um novo ser político, construindo uma história, construindos um governador. 

E lá fomos nós para a campanha, para as urnas eleitorais, nós, os inocentes úteis. O nosso pecado foi acreditar no que estava na superfície, no exterior de um homem. Foi não termos parado para avaliar melhor aquela figura silenciosa e dissimulada, o seu comportamento, o seu semblante indecifrável.i Foi não termos levado em conta os conselhos dos mais velhos, que já diziam: “Cuidado! Boi sonso investe mesmo, sem dó!” 

E agora, aqui estamos nós, todos traídos, centenas de Bráulios Morais, Cairos de Freitas, Jayros, Rodrigues Carlos Peixotos,Sebastiãos Vaz, Sérgios Cardosos, Abadias Limas, Jerônimos Rorigues, Andrés Rochas, Batistas Cardosos,  Ricardos Borges, Ednas Goularts, Sílvios Josés e Biancas Bezerras profundamente decepcionados, arrependidos por termos sido tão inocentes a ponto de acreditar em um blefe, na farsa, na enganação que, do fundo da incoerência e da incompetência, são as característuicas principais padecia da carência do bom caráter, de estrutura emocional equilibrada e de competência para a governança de um povo sério e crédulo. 

A culpa é toda nossa. Cometemos o pecado da completa ausência de malícia. E só agora acordamos. Mas ainda é tempo de fazer uma confissão de culpa e uma reflexão, para buscar a transformação para melhor. Acordamos para uma realidade nua e crua. E aprendemos que não se pode acreditar em quem não se pode decifrar, em quem é uma incógnita. Felizmente, agora temos a chance de reparar nosso erro e escolher uma pessoa humana, honesta, ética, que não trai os amigos, mas ousada e audaciosa, que planeja o futuro, sem perder o rumo e o prumo, para ser o próximo governador de Goiás. 


André Goulart Marcondes é funcionário público estadual, formado em Marketing e acadêmico de Direito da PUC-Goiás

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