segunda-feira, 6 de setembro de 2010

BASTIDORES





Euler de França Belém
ffeubel@uol.com.br

Crise das carreatas 

O governador Alcides Rodrigues convocou uma carreata para sábado, 4, em Santa Helena. Mas, como o candidato tucano, Marconi Perillo, convocou uma carreata para o mesmo horário e lugar, Alcides transferiu a de Vanderlan Cardoso para Turvelândia. 

Dilma pode superar Lula e obter controle quase total do Senado

A mídia está de olho na montagem da equipe de governo de Dilma Rousseff. Porque o PMDB e o PT começam a disputar os melhores ministérios e diretorias. O PT quer o Planejamento e a Fazenda. Exige o ministério que sugere o que fazer e aquele que paga. O PMDB cobra ministérios que têm dinheiro e amplo poder de nomeação. Enquanto os dois partidos fatiam o futuro, as oposições sabem que devem sair enfraquecidas desta eleição. O Senado, que deu tanto trabalho ao presidente Lula em quase oito anos, se tornará mais doce à provável presidente Dilma. Trata-se do resultado das articulações petistas e peemedebistas nos Estados, com participação do PSB no Ceará e em Pernambuco. 

O senador democrata Demóstenes Torres, do DEM, admite que a situação das oposições é, no momento, delicada. “No Rio de Janeiro, temos o polêmico Cesar Maia, do DEM, que pode ser eleito, mas está sendo ameaçado pelos aliados de Lula. Em Pernambuco, com o crescimento avassalador do governador Eduardo Campos, do PSB, o senador Marco Maciel, do alto clero do Congresso, pode perder as eleições, embora eu torça por sua reeleição.” 

Em São Paulo, o PSDB deve fazer o governador e um senador. “Mas o PT deve eleger Marta Suplicy. Como o senador Eduardo Suplicy tem mais quatro anos de mandato, o PT sai fortalecido. No Rio Grande do Norte, o DEM vai eleger o senador Agripino Maia e a governadora. José Carlos Machado tem chance de ser eleito em Sergipe.” 

O que fazer? Demóstenes diz que resta à oposição, confirmado o quadro, espernear. “Seremos poucos mas ruidosos e vamos influenciar debates e projetos. O PMDB será o fiel da balança. Quando estiver de ‘mau humor’, será nosso aliado. Quando não estiver, apoiará Dilma, se esta for eleita. Torço por reviravoltas e pela vitória de José Serra, que sei que será muito difícil. Mas Marconi Perillo será eleito em Goiás.” 

Vanderlan quer “apanhar” mais de Marconi 
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Os ideólogos do “vanderlanismo” — não foram extintos — definiram nova tática: Vanderlan Cardoso (que antes parecia ser candidato a governador para gerir Senador Canedo) vai “atacar” o candidato do PMDB, Iris Rezende, e quer “apanhar” do candidato Marconi Perillo. 

Vanderlan tem dito que o alvo prioritário será Iris, porque é o segundo colocado. Tanto que está pregando, nos quatro cantos do Estado, que o peemedebista não tem condições de derrotar Marconi. Ao ser criticado pelo tucano, a turma de Vanderlan exultou: “Nós existimos, por isso ‘apanhamos’; estamos incomodando mais do que Iris”. 

Ao mesmo tempo que concentra energia em Iris, inclusive com denúncias, Vanderlan trabalha para evitar que Marconi suba quatro pontos e se desgarre mais. 

“Vamos bater em todos, ainda que com classe”, afirma um dos apoiadores de Vanderlan.

Aliados abandonam Iris Rezende e Serra 

Candidatos a deputado federal e estadual do PMDB começaram a trocar seu material de campanha. Com certa discrição, estão substituindo os cartazes onde apareciam com o candidato do partido a governador por cartazes-solo, ou seja, onde aparecem sozinhos. Perguntados, dizem: “Se o nosso candidato a governador não está emplacando, pelo menos devemos fazer uma bancada sólida, até para pressionar o governo”. Na quarta-feira, 1º, um Pálio estacionado na Rua 9, no Setor Marista, entre o Shopping Bougainville e a Rua 26, em frente à loja Skandalô, no Setor Marista, exibia vistosa plotagem do candidato a deputado estadual Bruno Peixoto e, embaixo de sua fotografia, uma propaganda do tucano Marconi Perillo. 

Tucanos e democratas goianos estão acompanhando os peemedebistas e, com certa sutileza, estão abandonando a candidatura e José Serra, o “pesado”, como dizem os políticos. Alguns dos mais recentes cartazes de candidatos do PSDB e do DEM excluem inteiramente qualquer vestígio do candidato a presidente. O recado é mais ou menos sutil: os candidatos estão dizendo que as eleições são estaduais e que a disputa presidencial deve ficar por conta exclusiva dos eleitores. Noutras palavras, Serra que se dane. 

Heuler Cruvinal pode ser surpresa 

Desgastado nacionalmente, o DEM goiano tem sido observado com atenção pela cúpula nacional, porque tem chance de eleger três deputados federais, Ronaldo Caiado, Vilmar Rocha e Heuler Cruvinel, como em 2002, e um senador, Demóstenes Torres. 

Heuler pode ser a principal surpresa. Neófito em política, o democrata tomou gosto e, no lugar de trabalhar apenas em sua base, Rio Verde, fez parcerias em vários municípios e estabeleceu alianças qualitativas com os deputados Helder Vallin e Nilo Resende. 

Com ampla estrutura e, sobretudo, o apoio do prefeito de Rio Verde, Juraci Marcins (DEM), Heuler faz uma campanha profissional e bem ousada. 

Armando sugere a construção de escola 

Candidato a deputado federal, Armando Vergílio, do PMN, reforçou a caravana de Marconi Perillo, que passou pela região do Entorno na quinta-feira, 2. 

Em Luziânia, os dois destacaram os problemas de infraestrutura enfrentados pela cidade. Além de prometer universalizar o acesso aos serviços de água e esgoto, ambos falaram sobre a necessidade de construção de mais escolas em Luziânia. “Tem muitas crianças de dez, onze e doze anos que precisam estudar à noite, e isso não é positivo por vários aspectos. Dá para resolver este problema criando mais vagas com novas escolas”, disse Armando. 

Armando deve ser um dos campeões de votos. 

Armando Vergílio (PMN), com trabalho espraiado pelo Estado, tende a ser bem votado. Leandro Vilela (PMDB) é outro que pode surpreender, porque deve sair do Sudoeste com um grande votação, sem contar o apoio de Maguito Vilela em Aparecida de Goiânia. 

Segundo os analistas, o chapão que apoia Marconi Perillo (incluindo três dessa lista de favoritos) é o que deve conquistar o maior número de vagas.

Eleição na Fieg 

Na semana passada, Otavinho Lage (foto) havia decidido não integrar a chapa de Pedro Alves para presidente da Fieg. Domingos Sávio faz uma pré-campanha arrojada, mas estaria desagradando alguns presidentes de sindicatos, pelo excesso de agressividade. 

Iris Rezende estaria sendo “traído” pelo PT? 

O peemedebista Iris Rezende foi reeleito prefeito de Goiânia, no primeiro turno, com uma votação extraordinária. No poder, reafirmou suas habilidades de administrador e, sobretudo, mostrou capacidade de renovação, incorporando temas tradicionalmente “não-iristas”, como o meio ambiente e a cultura. Depois de restaurar sua imagem de gestor eficiente e de político vencedor, Iris, numa atitude temerária — porque Marconi Perillo não é Sandes Júnior nem Pedro Wilson —, decidiu deixar a prefeitura para disputar o governo do Estado, deixando dois anos e nove meses para seu vice, Paulo Garcia, do PT moderado. 

Para deixar a prefeitura, num momento em que vivia uma espécie de lua mel com a população de Goiânia, Iris parecia mesmo convicto de que poderia derrotar Marconi. Em algum momento, integrantes do PT, notadamente o deputado federal Rubens Otoni e Paulo Garcia, e do PP, possivelmente o próprio governador Alcides Rodrigues e dois secretários, teriam dito que seria fácil derrotar o tucano. Porque haveria uma sala ou um caminhão de denúncias contra seus dois governos. O senador chegaria em setembro com as “pernas quebradas”. Uma das denúncias, o famoso dossiê sobre contas de Marconi no exterior (agora, desmentido cabalmente por reportagem da revista “Veja”, que consultou o banco suíço onde o político supostamente teria uma conta. O banco firmou que Marconi não tem nenhuma conta na instituição), teria sido elaborado por Delúbio Soares, com apoio de um aloprado de São Paulo e distribuído pelo deputado federal Sandro Mabel (que o entregou ao chefe de gabinete de Lula, Gilberto Carvalho). Além disso, era muito mencionada a questão do déficit mensal de 100 milhões de reais. No final, as denúncias não derrubaram Marconi, que acabou crescendo nas pesquisas de intenção de voto. “Marconi virou o candidato Pó Royal, fermento puro. Quanto mais batem mais ele cresce”, admite um petista. 

Agora, e com Marconi com as duas pernas, cada vez mais ágeis e mais teflon do que nunca, setores do PT fazem corpo mole e praticamente não trabalham na campanha de Iris. O deputado estadual Luis Cesar Bueno é um dos poucos que efetivamente operam por Iris. “O deputado estadual Humberto Aidar disfarça, mas pede votos para Marconi”, garante um deputado peemedebista. O prefeito Paulo Garcia, embora se mostre simpático a Iris, ao tentar firmar seu próprio nome, não procura relembrar o que Iris fez. “Iris deixou de existir como prefeito e alguns atos de sua gestão estariam sendo contestados pela gestão petista”, afirma outro peemedebista. 

O PT pede tranquilidade, mas o tempo está passando e faltam apenas 28 dias para a eleição 

Chapa forte para deputado federal 

Circulam três pesquisas de intenção de voto para avaliar o potencial de candidatos a deputado federal. Os três principais institutos de Goiás fizeram levantamentos espontâneos que chegaram a resultados semelhantes. Serpes, Grupom e Ecope apontam que os mais votados deverão ser, pela média e nesta ordem: Ronaldo Caiado (DEM), Dona Iris (PMDB), Sandro Mabel (PR), Leonardo Vilela (PSDB), Rubens Otoni (PT) e Jovair Arantes (PTB). 

Secretariado de Marconi Perillo 

Como tem chance de ganhar a eleição no primeiro turno, Dilma Rousseff já está discutindo a montagem de sua equipe. O senador Marconi Perillo prefere não falar em montagem antecipada de equipe e continuar trabalhando. Mas não consegue barrar os debates sobre “futuros secretários”. A Agepel é disputada por Gilvane Felipe e Nasr Chaul (o mais cotado). Giuseppe Vecci, no caso de vitória, deve ir para o Planejamento (cargo que seria de Flávio Peixoto, no caso de vitória de Iris Rezende). Para a Comunicação, os nomes mais cotados são Daniel Goulart, José Luiz Bittencourt e Kennedy Trindade. 

José Carlos Siqueira será um dos nomes mais fortes do governo Marconi, possivelmente no gabinete civil. José Paulo Loureiro deve voltar à Secretaria da Fazenda. O vice de Marconi, o advogado José Eliton, é citado para a Secretaria de Segurança Pública ou Gabinete Civil. Raquel Teixeira é a mais apontada para a Secretaria da Educação. 


O prefeito de Itumbiara, Zé Gomes da Rocha (do PP do PSDB), costuma se definir como “marconista doente da cabeça aos pés”. Na semana passada, conversou com o governador Alcides Rodrigues. Chegou-se a falar em apoio a Vanderlan Cardoso. 

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Ao saber da história de que Zé Gomes estaria disposto até a subir em palanque de Vanderlan, um tucano coroado disse: “O prefeito de Itumbiara está tentando puxar, para a campanha de Marconi Perillo, o prefeito de Uruaçu, Lourenço Filho, do PP”. Gomes e Lourenço são amigos e confidentes.
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Bem posicionado em Jaraguá, a grande pedra no caminho de Nédio Leite deverá ser o cociente eleitoral. Candidato a deputado estadual do PSDB deverá precisar de pelo menos 30 mil votos para ser eleito. Ele tem o apoio de Armando Vergílio, que é seu grande trunfo.

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O prefeito Lineu Olímpio começa a jogar pesado para tentar eleger o cristão novo Breno Leite, do PHS. É possível que com 15 mil votos, ou até menos, Breno seja eleito. Para deputado federal, Lineu apoia o petebista Jovair Arantes.
 
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De um político de Morrinhos: “Evandro Magal procurou, sim, Marconi Perillo. Quando Marconi disse que aceitava sua ajuda, desde que desistisse da candidatura a deputado estadual, Magal desistiu do acordo”.
 
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A campanha do senador Demóstenes Torres à reeleição é uma das mais agitadas deste ano. Dá para perceber pelo elevado número de eventos dos quais participa (todos fotografados e devidamente registrados em seu Facebook).
 
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Mesmo com a correria, o democrata não descuida de seu Twitter. Na sexta-feira, 3, ele explicou para um internauta como é o seu projeto de internação compulsória para viciados em drogas. 

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,Em vários tweets, Demóstenes explicou que a medida precisará de apoio da sociedade para dar certo, incluindo o trabalho de entidades que já estão engajadas na recuperação de dependentes, como igrejas e ONGs.
 
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Candidato a deputado federal por Rio Verde, e com presença em Goiânia, Fernando Duarte começa a ser apontado, em vários municípios, como o “homem do Vale Carne”.

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Fernando Duarte, tucano roxo, diz que sua proposta mais ambiciosa é a defesa do metrô de superfície para Goiânia. “O povo não é tratado igual gado nos ônibus — é um pouco pior. Mas o que me empolga mesmo é dar carne ao povo pobre, que precisa de proteína.”
 
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Uma política tucana, das mais importantes, está solteiríssima, depois de um casamento de muitos anos. 
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A Prefeitura de Uruaçu contesta nota publicada na coluna Bastidores: “Os terrenos para construção do Parque Jatobá e do Hospital Regional ficam um ao lado do outro. Recentemente, a Prefeitura desenvolveu serviço de limpeza da área do Hospital Regional, com máquinas passando dentro do terreno do Parque Jatobá”.
 
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As máquinas da prefeitura, portanto, não teriam sido usadas em obras particulares.
 
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O pessoal da agência Stylus entrou em greve. Pelo velho motivo: falta de pagamento. A crise do PMDB, como se vê, não é só política. É trabalhista também.
 
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Candidato a deputado estadual, o ex-prefeito de Mineiros Aderaldo Barcelos (PPS) diz que, se eleito, apresentará um cronograma de reivindicações ao futuro governador no primeiro dia de seu mandato.
 
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A prioridade de Aderaldo são os investimentos em infraestrutura urbana e rural. “Sozinhos, os municípios não conseguem realizar as obras mais pesadas.”
 
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Aderaldo diz que, no Sudoeste, os adversários de Marconi Perillo estão descendo morro abaixo nas pesquisas de intenção de voto. “É vitória no primeiro turno.”
 
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A ex-deputada Rose Cruvinel vem abrindo uma série de pequenos comitês na Grande Goiânia, sempre em parceria com o deputado Leonardo Vilela.
 
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Dona Rose, como é chamada por correligionários, diz que os eleitores da capital darão uma vitória exemplar a Goiânia. Tudo a ver com a área social, diz.
 
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Rose e Leonardo, ambos pediatras, têm dialogado com seus colegas de profissão para agregar propostas ao projeto do Hospital da Mulher, que integra o programa de Marconi.
 
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Ex-prefeito de Jussara e ex-presidente da Associação Goiana de Municípios, Joaquim de Castro defende maior apoio do governo estadual aos feirantes.
 
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“Querem um programa habitacional e uma linha de crédito específica, além de redução do IPI na aquisição de veículos utilitários”, afirma Joaquim, que é candidato a deputado estadual.

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