sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Íris: carrasco do funcionalismo público!




Opinião

Iris e o funcionalismo: o passado não perdoa

Pedro Azulão Jr. 

O funcionalismo público estadual, por meio de onze entidades representativas, anuncia hoje, em festa no Jóquei Clube, a partir das 18 horas, total apoio à candidatura de Marconi Perillo ao governo do Estado. E não poderia ser de outra maneira: os outros candidatos, especialmente Iris Rezende, têm as mãos vazias quando se trata de valorizar os servidores públicos. No caso de Iris, é fácil definir em poucas palavras a sua verdadeira relação com o funcionalismo: ele é o maior perseguidor do servidor público da história de Goiás, talvez só perdendo para Maguito Vilela. 

Durante os mandatos de Iris e, de resto, nos 16 anos em que o PMDB comandou o Estado, o funcionalismo foi massacrado, eternamente recebendo péssimos salários. Simplesmente era desprezado. Atraso no pagamento era a regra. A forma ultrapassada com que Iris vê o funcionalismo ficou evidenciada na votação do reajuste salarial a que todo funcionário do município deveria ter direito anualmente. Mesmo sendo obrigado, por lei, a recompor anualmente as perdas inflacionárias no mês de maio, o prefeito enviou à Câmara o projeto com atraso, desrespeitando, assim, a data-base do funcionalismo municipal de Goiânia, que é o mês de maio. Até aí, o problema ainda poderia ser, até certo ponto, contornado, já que o reajuste pode ser retroativo. Mas para piorar ainda mais a situação do servidor, o prefeito mandou um projeto parcelando um insignificante reajuste de 4,82%. Como se vê, verdadeira “prova” de amor ao funcionalismo. 

Propusemos uma emenda, amplamente discutida com o Fórum Municipal em Defesa do Servidor, concedendo o reajuste em parcela única, mas, infelizmente, a determinação do prefeito à sua base de sustentação na Câmara foi vetar o reajuste em parcela única. O prefeito simplesmente não deu ouvidos à massa de trabalhadores que sofre um período de arrocho salarial na Prefeitura. Enquanto um administrador moderno proporia um aumento real aos servidores da prefeitura, que na sua grande maioria recebe um salário humilhante, Iris não quis saber dessa situação, e se apoiou na Lei de Responsabilidade Fiscal para tentar justificar seu ato contrário aos servidores. Se estivesse mesmo preocupado com os baixos salários dos servidores públicos municipais, teria agido de forma diferente. Em nenhum momento se viu um esforço da administração de Iris no sentido de aumentar a arrecadação e canalizar parte dos recursos diretamente para a melhoria salarial do servidor. 

Diante de fatos concretos como este, não adianta agora Iris vir a público dizer que “ama” o servidor público. Ao bom trabalhador se retribui com pagamento justo. O que vimos na Prefeitura de Goiânia, na época de Iris, foram servidores desestimulados, muitos pedindo demissão por não ver perspectiva de melhoria. Jorge Pinheiro, secretário de Administração e Recursos Humanos da Prefeitura, que deixou o cargo em protesto contra a política de Iris para os servidores municipais, chegou a admitir em declarações aos jornais: “Sou obrigado a reconhecer que os salários da prefeitura não são dos melhores. Todo mês recebo cerca de 700 processos de demissão voluntária. São funcionários concursados que, geralmente, saem porque passaram em concursos melhores ou porque optam por abrir seu próprio negócio”. Na administração de Iris, portanto, a única saída para os trabalhadores municipais era essa: pedir demissão. Por quê? Porque não havia valorização do servidor. 

Já na primeira passagem de Iris pelo Palácio das Esmeraldas, no início da década de 1980, Iris demitiu 30 mil funcionários, iniciando um período de perseguição ao funcionalismo que só teria fim em 1998, com a eleição de Marconi Perillo. Os 16 anos do PMDB no poder foram marcados por perseguições a quem não compactuava com os desmandos de Iris Rezende e sua turma. Os atrasos no pagamento do funcionalismo eram constantes, deixando totalmente bagunçada a vida financeira do servidor. Os salários perderam seu poder de compra, devido à defasagem. Infelizmente, tudo isso se repetiu na passagem de Iris pela Prefeitura de Goiânia. 

Em vez de tentar passar para a população a imagem de que gosta do servidor, Iris deveria efetivamente ter valorizado o funcionalismo nas suas gestões como governador e prefeito. Mas isso não se consegue com palavras, somente com ações efetivas que possam resgatar a autoestima do trabalhador. Iris não abandonou suas antigas práticas em relação aos funcionários públicos, pois ninguém quer reviver o pesadelo imposto pelo PMDB aos servidores durante os anos em que o partido esteve no comando do governo estadual. É por isso que o evento de hoje tem importância, ao assinalar o engajamento do funcionalismo goiano na campanha de Marconi. 


Pedro Azulão Jr. é vereador em Goiânia pelo PSB

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