terça-feira, 24 de agosto de 2010

Anápolis: a força eleitoral das mulheres!






ANÁPOLIS

CAMPANHA

A força está com elas
Eleitor majoritário em Anápolis, que terá 230 mil pessoas aptas a votar em outubro, é mulher entre 25 e 34 anos, com 1º grau incompleto. Dentro do perfil, moradora no Residencial Jardim América pede aos novos governantes investimento em saúde, educação e segurança

CEZAR SANTOS

Campanha eletrônica no ar, os candidatos vão ter de dedicar atenção especial a um público específico. É o eleitorado composto por mulheres, entre 25 e 34 anos, com baixa instrução — primeiro grau incompleto —, que é o perfil majoritário do público brasileiro apto a votar em outubro. Esse perfil não é diferente em Anápolis, conforme está delineado nas estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e difere muito pouco dos eleitorados nacional e goiano.

Certamente que os candidatos terão de ter um cuidado especial com esse eleitorado, ou seja, falar o que ele quer ouvir. E falar numa linguagem clara, inteligível, sem rebuscamento, de acordo com a capacidade dele de apreender a mensagem. Um desafio, sem dúvida. A primeira vista poderia parecer que o desafio exigiria um trabalho específico, muito segmentado. Mas se realmente tem algo de especificidade, a tarefa dos candidatos e seus marqueteiros não se apresenta tão difícil, porque o que esse eleitorado quer é o que a sociedade majoritariamente quer, ou seja, saúde, educação e segurança.

São essas as grandes preocupações, por exemplo, da diarista Adriana Carvalho da Silva, de 33 anos, moradora no Residencial Jardim América, que não concluiu o ensino médio, dentro do perfil majoritário no eleitorado brasileiro (e anapolino). Adriana diz que o que ela espera dos novos governantes é que eles proporcionem aos brasileiros melhores níveis de saúde, educação e segurança. “Eles nunca investem o que precisa nessas áreas. A saúde está precária. Quando a gente vai num posto de saúde aqui em Anápolis, tem de esperar, quatro, cinco horas para ser atendida por um médico. Isso quando tem médico. O novo governador tem de investir em saúde para os pobres”, protesta a diarista.

A educação é outro problema sério, no entendimento da anapolina Adriana. “Pobre não tem ensino de qualidade. As escolas públicas não têm estrutura. Não é igual ao ensino que existe na escola particular. Por isso são poucos os estudantes de escola pública que conseguem passar para universidade federal, que é melhor. De cada dez alunos de escola pública, só um consegue entrar”, reclama.

Sem segurança

A falta de segurança também gera protestos da diarista. "Não tem segurança nenhuma. Nem na própria casa da gente se tem segurança. A gente vê crimes, assaltos nas ruas, fica sabendo de violência todos os dias. Na verdade, os cidadãos de bem ficam presos e os bandidos e que ficam soltos, praticando seus crimes, é uma falta de segurança para todo mundo.”

Como se vê, a reclamação da diarista Adriana Carvalho ecoa a sociedade brasileira como um todo, principalmente nos estratos mais carentes da sociedade. Interessante observar que ao reclamar da falta de saúde, educação e segurança, ela não faz distinção sobre de quem é a responsabilidade pelos serviços — se município, Estado ou União. O que ela sabe, por sentir na pele — é mãe de quatro filhos —, é que o poder público deixa a desejar por não devolver em serviços essenciais aquilo que arrecada de impostos, apesar de um certo discurso oficial de que o País já está no Primeiro Mundo.

Curioso observar que Adriana mora no terceiro município mais populoso e segundo polo econômico do Estado, cidade administrada pelo PT e que por isso mesmo tem preferência no recebimento de recursos federais, o que a torna uma das vitrines da administração petista no País. Pois mesmo com tantos e tais predicados, cidadãos como a diarista Adriana Carvalho da Silva reclamam a falta de atendimento a serviços básicos como saúde, educação e segurança pública.


Segmentação é ferramenta importante

Candidato a qualquer cargo eletivo busca, em princípio, conquistar o coração e a mente de todo eleitor que legalmente pode sufragar seu nome na urna. O ideal é esse mesmo, que todos os eleitores cravem e confirmem o nome do candidato. Mas entre o ideal e o possível há uma distância muito grande. O candidato pode reunir um imenso cabedal de qualidades, como experiência, reputação ilibada, recursos financeiros, boa estratégia, alianças fortes, e vá lá, beleza, juventude e uma série de fatores ponderáveis e imponderáveis, como um número de fácil de memorização, boa posição na cédula, etc., etc. Mesmo assim, muitos votos não lhe serão dados. Quando se trata de eleição, não há unanimidade — a não ser em Cuba, por exemplo, mas isso é outra história.

Como os candidatos adversários também querem os votos, vai chegar à frente quem melhor souber trabalhar sua mensagem. Ou seja, quem for mais eficiente para vender seu peixe. Já se está falando de marketing eleitoral. E uma das ferramentas mais manjadas dos marqueteiros é a estratificação do eleitorado. Mais manjadas por que básicas. Com o perfil do eleitorado, marqueteiros e candidatos têm facilitado o trabalho de produzir mensagens específicas para públicos específicos.

Ao falar ao Jornal Opção em recente matéria sobre o perfil do eleitorado, o publicitário Hamilton Carneiro, veterano marqueteiro do PMDB de Iris Rezende, disse que não notou expressiva mudança nesse perfil em Goiás nos últimos dez anos. Segundo ele, esse aumento constatado no número de mulheres aptas a votar nestas eleições, no entanto, faz valer investir em trabalho diferenciado que atinja esse público. “Ter a mulher mais presente na campanha exige mais cuidado na mensagem”, afirma. Segundo Hamilton, a propaganda de seu candidato terá atenção especial com esse público principalmente na peças de campanha, com destaque para as pílulas de TV.

E é sabido que os candidatos ao governo vão falar muito em infraestrutura, uma necessidade indiscutível em Goiás. Hamilton diz que para acertar esse discurso para um público majoritariamente feminino e com pouca escolaridade, é preciso mostrar a importância que essas obras trarão para o dia a dia delas. “Energia elétrica de qualidade interessa à dona de casa, à funcionária a fábrica e à empresária, pois traz benefícios para todos.”

Perfis básicos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dá uma mãozinha aos candidatos ao divulgar o censo eleitoral, com o número de eleitores dividido nos perfis básicos de sexo, grau de instrução e faixa etária. No Brasil, conforme os dados divulgados pelo tribunal referentes ao mês de julho, são 135,8 milhões de eleitores, sendo 70,37 milhões mulheres (51,82%) e 65,28 milhões homens (48,07%). Desse contingente, a maior faixa etária é a dos 25 aos 34 anos, com 32,7 milhões (24,15%). Quanto ao grau de instrução, a maioria dos eleitores brasileiros tem o primeiro grau incompleto, com 44,9 milhões de pessoas (33,09%).

Em Goiás, que reúne 2,99% do eleitorado brasileiro, os porcentuais são muito aproximados ao nacional. São 4.061.613 eleitores, sendo 2.084.816 mulheres (51,33%) e 1.976.204 homens (48,65%). Na faixa etária maior, dos 25 aos 34 anos, somos 1.013.881 eleitores (24,96%). Quanto ao grau de instrução mais abrangente, de primeiro grau incompleto, são 1.376.065 eleitores (33,88%). Em Anápolis (ver quadro abaixo) os índices são aproximados, embora o porcentual de mulheres seja ainda maior — 52,69% contra 51,33% em Goiás e 51,82% no Brasil. Ou seja, em Anápolis, as mulheres têm ainda mais força.

Serviço

Os eleitores anapolinos este ano vão votar em 708 seções, distribuídas pelas quatro zonas eleitorais do município: 3ª Zona, 137ª Zona, 141ª Zona e 144ª Zona. Segundo a Justiça Eleitoral, estão aptos ao voto no pleito de outubro, 230.225 eleitores. Como se verificou nos últimos pleitos, o número de votos femininos é superior aos votos masculinos: 121.302 contra 108.896. Ou seja, são 12.506 mulheres a mais — não há informação sobre o registro de sexo de 27 eleitores.

Os dados revelam que a maioria dos aptos ao voto possui, apenas, o segundo grau incompleto. Essa maioria soma, nada mais, nada menos que 47.216 eleitores. Os que têm nível superior completo se resumem a, apenas, 7.505. No somatório das quatro zonas eleitorais da cidade, os eleitores na faixa etária de 25 a 34 anos são predominantes: 55.708.

A 141ª Zona eleitoral conta com o maior número de votantes: 76.607, sendo 40.292 mulheres e 36.303 homens. Em relação ao grau de instrução, a maioria — 22.300 eleitores — tem o segundo grau incompleto e, por faixa etária, a maioria está entre 25 e 34 anos: 19.828 eleitores. Em segundo lugar, com maior número de eleitores, está a 144ª Zona, que inclui, também, o município de Ouro Verde de Goiás. No total, esta zona tem 57.264 eleitores cadastrados, sendo 30.163 mulheres e 27.096 homens. No tocante ao nível de instrução, a maioria tem, apenas, o primeiro grau completo: 18.585 eleitores. O maior grupo por faixa etária está entre 25 e 34 anos: 14.384 eleitores.

A 3ª Zona eleitoral é, coincidentemente, a terceira em número de eleitores: 55.757, incluindo, também, o município de Campo Limpo de Goiás. Do total, 29.366 são mulheres e 26.387 homens. A faixa etária de 25 a 34 anos é também maioria, com 13.123 aptos ao voto. A 137ª Zona conta com 49.260 eleitores, segundo os dados do TRE. Do total de eleitores nesta zona, 25.716 são do sexo feminino e 23.537 do sexo masculino. Como nas demais zonas eleitorais, os eleitores apenas com o primeiro grau completo são maioria: 16.186. Em relação à faixa etária, a 137ª Zona tem predominância de eleitores com idade entre 45 e 59 anos: 12.755.(Cezar Santos)

Brasil pega a Argentina

Nesta terça-feira, 24, será realizado em Anápolis o jogo amistoso entre Brasil e Argentina, dentro do Desafio Internacional de Futsal. O jogo será às 19 horas, no Ginásio Newton de Faria. O técnico Marcos Sorato já divulgou a lista de convocados para este compromisso, confirmando que os melhores jogadores estarão presentes ao evento.

O preço do ingresso será 20 reais a arquibancada e 40 reais a cadeira. No entanto, quem adquirir o ingresso até segunda-feira, 23, pagará 10 e 20 reais, respectivamente.

Após a conquista do Torneio da China, no início de junho, a Seleção Brasileira de Futsal tem dois compromissos neste mês de agosto. São dois jogos amistosos diante dos argentinos, sendo o primeiro neste domingo, 22, em Manaus (AM), e o segundo o jogo em Anápolis, na terça-feira.


Novo recorde em empregos

Goiás atingiu mais uma vez o recorde entre os Estados brasileiros que mais geraram empregos, com 329.810 trabalhadores empregados de janeiro a junho de 2010 no emprego formal (com carteira assinada).

A cidade de Anápolis ajudou a puxar o resultado positivo do Estado, com 19.315 admissões no emprego formal, um resultado bem melhor que o do mesmo período de 2009, quando foram 14.429 trabalhadores beneficiados. Os dados também demonstram que 15.784 trabalhadores empregados foram recolocação profissional e 2.936 foram pessoas que encontraram o seu primeiro emprego.

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