segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Marconi: ventos favoráveis!





Opinião

Panorama eleitoral confirma tendências

Joãomar Carvalho de Brito Neto

O início formal da campanha eleitoral em Goiás, em julho, assinalaria, segundo alguns analistas e muitos estrategistas da política, a grande chance de quebra da polaridade entre os candidatos do PMDB/PT, Iris Rezende, e do PSDB/DEM/PTB, Marconi Perillo, com um sonhado crescimento da candidatura do candidato apoiado pelo governador do Estado, ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso. Ele teria chances de ser melhor conhecido, podendo juntar os cacos de sua coligação, principalmente do PP, depois de sua tumultuada e desagregadora convenção, que lhe deu formal apoio.

Até agora, os cacos de sua coligação não somente não foram recolocados no lugar, como cresce a onda de prefeitos e lideranças municipais que estão partindo, de mala e cuia, para a campanha do senador Marconi Perillo. Afora este quadro de desagregação do que jamais foi bem edificado como aliança eleitoral, a campanha do candidato do governador Alcides Rodrigues ainda vem apresentando problemas em sua equipe de estrategistas, criando dificuldades para a criação de uma imagem padrão do seu candidato.

Este só conta mesmo com as notas elogiosas, carregadas de falsas esperanças, de alguns colunistas políticos da imprensa local, certamente bafejados com algum privilégio, típico do vale tudo eleitoral. Ou seja, trata-se de um projeto de visibilidade que pouco rende para fora (os eleitores) e nada assegura no plano interno da equipe de campanha. Um elevado custo para pouco retorno.

Enquanto a candidatura apoiada pelo governador do Estado continua patinando, certamente por falta de identidade própria e sem especial apelo junto ao eleitorado, o candidato do PMDB/PT continua na mesma: não consegue engrenar a campanha e faz mal uso de suas poucas visitas ao interior do Estado. Sofre igualmente de problemas na sua equipe de campanha e agora sofre o duro golpe das impugnações que podem deixar fora deste pleito, o ex-prefeito de Goiânia, deputado federal, Pedro Wilson(PT), e do ex-prefeito de Catalão e presidente do PMDB, Adib Elias.

Mesmo que consigam dar a volta por cima e confirmarem suas candidaturas, elas já nascem mortas, porque este tipo de processo tem o condão de ferir de morte toda e qualquer possibilidade de vitória, principalmente pelas dúvidas que instala na cabeça dos eleitores. Lembremo-nos da candidatura de Pedro Wilson, na eleição passada contra o próprio Iris Rezende, que somente foi confirmadas há poucos dias das eleições. Enquanto isto, seu próprio partido (PT) discutia sem pudor algum, ao longo do processo, alguns nomes para substituí-lo: a candidatura que chegou às eleições não tinha nem o aval sincero do seu partido. Resultado? Derrota.

Se a candidatura do Palácio das Esmeraldas continua como dantes, a de Iris Rezende revela uma extraordinária falta de profissionalismo, que se revela sobretudo pelo vai e vem da contratação de um marqueteiro, que não contaria com o respaldo do marqueteiro mor do partido em todas as eleições do PMDB. A desculpa para todo este quadro de desencontros é que os partidos esperam o horário eleitoral, que começa nesta terça-feira, para mostrar seus projetos e revelar seus propósitos.

Pelo desempenho dos dois candidatos acima mencionados nas entrevista e nos debates promovidos por emissoras de rádio e de televisão, pode-se imaginar o equívoco desta estratégia: o candidato tucano, Marconi Perillo, saiu-se claramente na frente de todos os demais no uso das tecnologias das informação e da comunicação.

A tendência, por mais óbvio que possa parecer e na ausência de uma expectativa de um inesperado milagre, é que este quadro se confirme. Aliás, é o que revelam todos os institutos de pesquisa locais e nacionais. Todos apontam uma tendência de crescimento da candidatura do candidato da oposição, Marconi Perillo, contra os dois candidatos da situação, ambos apoiados pelo Palácio do Planalto. Não é sem razão a ausência dos medalhões de Brasília no processo eleitoral de Goiás, que parece favas contadas. E pode até ser pior, a se manterem as estratégias das candidaturas oficiais, que podem facilitar a vida do candidato tucano, que precisa muito pouco para ser eleito no primeiro turno. Este é o quadro do momento, que os programas de rádio e televisão podem, pelas circunstâncias, consolidar como realidade política.


Joãomar Carvalho de Brito Neto é jornalista e professor universitário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário