quarta-feira, 18 de agosto de 2010

José Serra: Não ao uso político do governo!





POLÍTICA

Serra chama oferta de asilo de ação eleitoreira
Tucano afirma que posição do governo Lula visa beneficiar a candidata do PT na corrida presidencial

O Popular

Brasília - O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, classificou ontem como uma ação meramente "eleitoral" a oferta de asilo feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à viúva iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte sob a acusação de adultério.

Serra questionou ainda a postura do ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, que chegou a chamar de ‘ditador’ o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, após descartar a possibilidade de Sakineh ser mandada para o Brasil.

"Ele (Paulo Vannuchi) tinha de explicar porque o governo disse que tinha carinho e amizade pelo Ahmadinejad. Eu acho que isso é puramente eleitoral. Nunca duvido das posições pessoais do Paulo Vannuchi. O fato é que o Brasil manifestou durante todo esse tempo carinho, amizade e confiança para o Irã", disse Serra, depois de participar do Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, realizado em Brasília.

Para Serra, a interferência do governo em favor da iraniana teria como objetivo principal beneficiar a candidata petista, Dilma Rousseff, que quer conquistar o voto feminino. E cobrou da adversária um posicionamento claro em relação ao Irã.

"Como isso pega mal para a opinião pública, e nós estamos numa eleição, convém confundir de novo a opinião pública. Tem de perguntar pro Vannuchi sobre Cuba, ele não falou sobre Cuba. Aliás, ela (Dilma) é que tem de explicar porque nunca reclamou do Irã e, agora, o Irã é uma ditadura. Ela nunca disse uma palavrinha áspera com relação àquela ditadura fascista e feroz", ressaltou.

Durante o Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Serra acusou ainda o governo Lula de ter mentido durante a votação que derrubou a cobrança da CPMF: "É trololó, falsidade, mentira dizer que os problemas financeiros da saúde provêm do fim da CPMF. Depois da aprovação da PEC 29 em 2000, a saúde deixou de depender da CPMF".

Em seguida, Serra lembrou que, quando o governo defendeu a manutenção da CPMF, não mencionou que os recursos seriam aplicados na saúde: "Fui eu que propus para o governo, através do Antônio Palocci (ex-ministro da Fazenda), e como forma de tentar manter a CPMF, vincular o recurso extra para a saúde. Mesmo assim, não passou. Portanto, é trolóló dizer que quem derrubou a CPMF foi oposição e que isso tirou dinheiro da saúde é conversa fiada", disse o tucano.

Serra prometeu investir R$ 12 bilhões a mais no setor e se comprometeu a rever a tabela de pagamento do SUS. Ele anunciou a intenção de reeditar o chamado Proer das Santas Casas, que garantiria financiamento público de parte das atividades.

"Por causa do abandono do governo, está com grau de endividamento intolerável. Passou de R$ 1,8 bilhão a R$ 5,9 bilhões. Esse é o endividamento do setor hoje", lamentou o presidenciável.

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