sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Governo Alcides: destruir e trair!





Opinião

Daniel Goulart

O governo Alcides em campanha aberta contra o patrimônio do povo

É, no mínimo, assustador o que se pode concluir a respeito do comportamento do governador Alcides Rodrigues desde a aprovação, pela Assembleia Legislativa, do substitutivo que destina R$ 750 milhões da primeira parcela do empréstimo para o pagamento de dívidas da Celg com o sistema elétrico.

Depois que foi inviabilizada a possibilidade de o montante ir para o caixa do governo, o que, com certeza, favoreceria a campanha do candidato oficial, instalou-se uma verdadeira operação para disseminar um ambiente de terra arrasada no Estado. A opção pelo terrorismo psicológico é a última “façanha” de uma gestão que deixa como legado a infalível marca da perseguição e do rancor.

É incrível, mas desde que a destinação correta dos recursos do empréstimo alcançou 35 votos em plenário, uma vitória incontestável, todas as figuras centrais do governo passaram a trabalhar de maneira ardente para inviabilizar a Celg.

Movidos pela vingança, de uma hora para outra se encheram de ânimo (o que nunca foi a característica de nenhum deles) para comandar uma verdadeira batalha campal destinada a alcançar a decretação da chamada “caducidade”, isto é, o fim da concessão da companhia por conta do desequilíbrio financeiro que eles não souberam em nenhum momento enfrentar.

Parece uma ópera bufa ver homens públicos que deveriam, pelo alto posto que ocupam, zelar pelos interesses maiores do Estado cumprir exatamente o oposto.

Eles não tiveram o menor escrúpulo em se apresentar à opinião pública como autênticos camicases. Isso ficou ainda mais evidente na peregrinação liderada pelo governador Alcides Rodrigues em Brasília na segunda-feira (23). Em sucessivas audiências na Aneel, Eletrobras e Secretaria do Tesouro Nacional (STN), é como se lá comparecessem não para defender o patrimônio público de Goiás, mas justamente para solicitar que acabem com ele.

Isso ficou muito perceptível nas entrevistas concedidas após as audiências pelo presidente da Celg, Carlos Silva, que acompanhou o governador Alcides Rodrigues e o secretário da Fazenda, Célio Campos. Carlos Silva transparecia como se tivesse prazer nas informações que transmitiu pela ótica negativa. Disse que o processo de caducidade pode entrar em pauta a qualquer momento, quando a realidade pode ser, sim, mudada de maneira positiva.

Foi com esse intuito que o senador Marconi Perillo, acompanhado dos senadores Lúcia Vânia e Demóstenes Torres e dos deputados goianos Jovair Arantes, Luiz Bittencourt e eu, Daniel Goulart, além de representantes dos funcionários da Celg, esses imbuídos da missão constitucional de defender os interesses maiores do povo goiano, se movimentaram no sentido oposto ao da turma do governador. Ou seja, buscaram as autoridades para um diálogo construtivo, de modo a encontrar as melhores soluções para que a Celg seja preservada, para que possa vencer as dificuldades e se manter como o grande patrimônio dos goianos.

O que se vê, portanto, hoje em Goiás é a sequência da traição que começou no início do governo, mas que agora assume contornos ainda mais graves e preocupantes. Isso porque já não mais se trata da ruptura com um companheiro de lutas que garantiu a eleição de Alcides Rodrigues, mas do rompimento explícito com a população de um Estado que depositou confiança em um governador que agora se revela no todo divorciado e em atuação aberta contra os interesses coletivos.

Essa atitude é tão inconcebível, que pode, sim, ser objeto de ação judicial, na medida em que governantes estão, de maneira aberta, atuando contra o patrimônio público, ao praticamente lutar para que se torne realidade a “caducidade” da concessão da Celg. Que, aliás, não dúvida alguma considerando os resultados da CPI da Celg: os grandes responsáveis pelo desequilíbrio financeiro da empresa são Iris Rezende, Maguito Vilela e Alcides Rodrigues.

E por que Alcides e seus companheiros agem assim? Para continuar seguindo o inaceitável itinerário da inveja e do ódio que se manifestou entre eles de maneira ruidosa e incontrolável.

Em outras palavras, querem agora que a Celg perca a concessão para jogar a culpa nos outros. É a “vingança pessoal” e o último recurso para tentar o que não conseguiram nos últimos anos: desconstruir a imagem de Marconi Perillo, um meta que perseguiram de maneira obsessiva, mas que nada alcançaram a não ser fazer com que crescesse ainda mais o respeito e a admiração do povo pelo hoje candidato ao governo. Tanto é que, em todas as pesquisas de opinião, Marconi permanece disparado na dianteira.

Por tudo isso, o governador Alcides Rodrigues e seus seguidores deveriam refletir sobre o péssimo exemplo que neste momento dão ao povo. Deveriam mais: pedir desculpas por expor tanta amargura quando deveriam ser modelos de tolerância e de diálogo, como convém aos verdadeiros estadistas.

Essas autoridades precisam ter claro: a Celg não vai caducar nem deixará de pertencer aos goianos. Marconi Perillo, se eleito, garantirá a restauração financeira da companhia e abrirá novos caminhos para que possa novamente expandir e continuar garantindo a energia que movimenta o crescimento de Goiás.



Daniel Goulart é deputado estadual e presidente do diretório estadual do PSDB

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