terça-feira, 17 de agosto de 2010

Viaduto da T-63: descaso de Íris!





CIDADES
06/08/2010

GOIÂNIA: RACHADURA INTERDITA PARCIALMENTE VIADUTO DA T-63

Por volta das 17 horas de ontem algumas pessoas que passavam e pelo menos uma que reside próximo do viaduto da T-63 ouviram um barulho alto. O "estrondo", como definiu o morador, partiu do aterro do viaduto. A pista direita (sentido Setor Pedro Ludovico à Nova Suíça) rachou parcialmente. Trincados enormes, medindo até 10 metros de extensão, que abriram fendas em torno de 2 a 11 centímetros, brotaram rapidamente pela pista.

"Primeiro escutei um estrondo, depois freadas de carro. Pensei que era acidente de trânsito. Olhei na janela e vi motoristas reduzindo no viaduto. Aí peguei o binóculo e deu pra ver uma mancha no asfalto". O relato é do estudante de arquitetura Samuel Ribeiro Alves, morador do 20º andar de um prédio a poucas quadras da obra. Ele estava no computador do quarto quanto tudo ocorreu.

Os sinais visíveis no aterro - que faz parte da obra do viaduto, mas que não é o trecho da ponte -, eram preocupantes e avançavam rapidamente, a olho nu. As autoridades foram chamadas e compareceram em questão de minutos.

Duas hipóteses foram abordadas como causas possíveis antes mesmo do início das sondagens - que começaram ontem mesmo. A de infiltração causada por rede de água tratada, de responsabilidade da Saneago, ou pela rede de águas pluviais, de responsabilidade da Agência Municipal de Obras (Amob).

O trânsito de uma das pistas no sentido atingido foi interrompido parcialmente logo no início. A cada ônibus cheio, a cada caminhão que passava pela outra pista no mesmo ponto, as pessoas que estavam sobre o aterro receavam. Enquanto algumas equipes de reportagem estavam no local foi possível sentir, desconfortavelmente, a estrutura balançando levemente em dois momentos. O asfalto do aterro afundou no local.

Um pedaço da cortina lateral do aterro cedeu. Abaixo dela, havia sinais de destruição em uma das pilastras de sustentação do aterro, como se as peças externas tivessem se deslocado ou desmoronado. No asfalto da T-63, trincas finas também apareceram. Foram elas que, na opinião dos técnicos da Prefeitura que compareceram, deram algumas pistas de que poderia ter ocorrido alguma infiltração no subsolo.

"Houve obras da Saneago recentemente e uma hipótese seria vazamento no subsolo", observou o diretor de Obras da Secretaria de Infraestrutura do Município, Márcio José Correia. A mesma hipótese foi reiterada depois pelo presidente da Amob, Francisco Almeida e pelo Secretário de Infraestrutura de Goiânia, Leodante Cardoso Neto.

Almeida solicitou a interdição da pista à Agência Municipal de Trânsito e Transportes, cujos agentes já controlavam o trânsito. Cerca de uma hora depois do dano surgir, eles começaram a desviar ônibus e caminhões pela lateral, evitando agravar as rachaduras do aterro com o peso. Depois das 21 horas o fluxo estava bloqueado em todo o viaduto.

Técnicos da Saneago e da construtora do complexo que reúne o viaduto e a trincheira da Avenida 85, a Delta Engenharia, foram contatados pelas autoridades municipais e foram até o local.

O superintendente da Região Metropolitana da Saneago, Rivadávia Matos, disse que descartou na hora uma hipótese de infiltração causada pela rede da empresa. "Nossa rede nesse ponto é fina, passa sob a calçada embaixo do viaduto. Se tivesse havido um rompimento, estaria minando, jorrando água, o que não ocorre. Além disso, o que passa sob o aterro é a galeria de águas pluviais da Prefeitura", afirmou. Conforme ele, a Saneago vai acompanhar "à distância" a apuração.

Já o presidente da Amob descartou ligação com a rede de águas pluviais. "Pode ser a ligação da água para o espelho que fica abaixo do viaduto", frisou, lembrando que só a sondagem vai esclarecer. Mais cedo, ele destacou que a obra "está no prazo da garantia (5 anos) e não houve danos à estrutura". O viaduto foi inaugurado pela Prefeitura em dezembro de 2008.

Fonte: O Popular (http://www.opopular.com.br/)

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