domingo, 29 de agosto de 2010

Marconi: vítima de dossiê fajuto!

 
O Popular

ELEIÇÕES 2010

Marconi cobra pressa na investigação de suposto dossiê
Reportagem da revista Veja diz que armaram esquema para mostrar que ele teria contas em paraísos fiscais 
 
Bruno Rocha Lima

O senador Marconi Perillo (PSDB), candidato ao governo de Goiás, cobrou ontem que as autoridades brasileiras esclareçam o mais rápido possível o dossiê que teria sido armado contra ele e desmontado por autoridades da Suíça, segundo reportagem publicada na edição desta semana da revista Veja.
 
"O que espero é que os órgãos judiciais desse País, Ministério Público, a Polícia Federal, descubram quem está por trás, quem são os autores intelectuais dessa tramoia que tinha como objetivo de me prejudicar", disse.
 
A revista aponta o deputado federal Sandro Mabel (PR) e auxiliares do Palácio do Planalto como os articuladores do dossiê. Marconi disse não duvidar da participação de Mabel no episódio. "Olha, não duvido, não. Ele (Mabel) é capaz de qualquer coisa", afirmou o tucano em entrevista coletiva ontem.

"Mas tenho a impressão que isso deve ter acontecido em função da denúncia que fiz muitos anos atrás (em 2005) sobre o mensalão. Ele era um dos principais envolvidos no mensalão", justificou o senador. O tucano disse que também teve informações de que o dossiê teria circulado entre pessoas ligadas ao governo Alcides Rodrigues (PP).
 
"Na época (que vazou a existência da suposta armação, em abril deste ano) me disseram que esse dossiê teria passado aí pelos escaninhos do governo do Estado. Eu não tenho provas e espero que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal descubram toda a trama", disse.
 
O objetivo de adversários de Marconi seria de mostrar que o tucano manteria contas secretas em paraísos fiscais, utilizando uma empresa chamada Aztec Group - que seria administrada pelo próprio senador - para enviar dinheiro para o exterior. A reportagem da Veja diz que o suposto dossiê foi desqualificado pelas autoridades suíças. Consultado pelo Ministério da Justiça sobre o caso, o promotor suíço Daniel Tewlin afirma que uma das principais contas listadas no dossiê não existe.
 
Junto do despacho, o promotor anexou comunicado do banco UBS - instituição onde supostamente a Aztec teria cerca de R$ 440 milhões aplicados - afirmando que o documento apresentado como prova da relação comercial entre o UBS e a Aztec Group era uma falsificação.

O promotor Fernando Krebs, da promotoria do Patrimônio Público, recebeu do Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI), órgão ligado ao Ministério da Justiça, o resultado das investigações e decidiu arquivar o inquérito.
 
Mabel nega integrar esquema

Citado pelo senador Marconi Perillo (PSDB) como uma das pessoas que poderiam estar por trás do falso dossiê, o deputado federal Sandro Mabel (PR) negou ontem ter qualquer participação na suposta armação.
 
"Marconi me elegeu como inimigo político e aí sobrou para mim nessa história", disse Mabel. A revista Veja diz que o republicano teria levado os documentos ao ministro Gilberto Carvalho, chefe de gabinete do presidente Lula, para que ele solicitasse uma investigação no Ministério da Justiça.
 
Mabel, segundo a Veja, também teria se reunido com o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, para conversar sobre o dossiê, e repassado os documentos para o promotor Fernando Krebs. O deputado confirma que já teve encontros com Carvalho e Barreto, mas diz que nunca tratou do assunto.
 
"Nunca tinha ouvido falar disso, mas precisavam de jogar a culpa no colo de alguém e foi cair justo no meu", diz Mabel, afirmando que após as eleições pretende processar quem o acusou de ter parte no esquema.(B.R.L.)

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