quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Marconi Perillo: alegria de servir ao povo goiano!




Política & Justiça

“Esta tem sido a melhor eleição que já disputei na minha vida”
Em entrevista à Rádio Mil, candidato do PSDB diz que não responderá ataques e volta a pregar debate de alto nível 

Alexandre Bittencourt 

Alvo preferencial dos ataques dos adversários, desde os mais anônimos, como Marta Jane (PCB), até o presidente Lula, o candidato a governador pela coligação Goiás Quer Mais, Marconi Perillo (PSDB), afirma que esta é a melhor entre as três campanhas ao governo que ele já liderou em sua vida. O tucano diz que sua candidatura tem sido bem recebida no interior e garante que o eleitor reconhece as conquistas que o Estado alcançou em seus dois governos. Em entrevista aos jornalistas Ivan Mendonça e Jerônimo Rodrigues, âncoras do programa Falando Francamente, da Rádio Mil, Marconi também minimiza os ataques, prega campanha de alto nível e promete levar o debate propositivo até o último dia. 

O senhor está na terceira disputa pelo governo de Goiás. No que a disputa atual difere das outras? 

Marconi Perillo - Esta tem sido a melhor campanha que eu já disputei. A diferença está na excelente receptividade que temos recebido por onde passamos, seja durante as carreatas, seja durante as caminhadas, no contato pessoal. Fiz uma opção por realizar poucos comícios, já que o comício deixa o candidato distante do povo, e fazer mais caminhadas e carreatas. Nessas oportunidades, tenho percebido um enorme carinho das pessoas com relação ao projeto da coligação Goiás Quer Mais. Muitas pessoas me procuram para agradecer pelos benefícios conquistados nos governos anteriores. Somente com os programas sociais, foram atendidos, nos sete anos de governo, mais de dois milhões de pessoas, e mais de 500 mil jovens e adultos foram beneficiados com a nossa política de geração de empregos, atração de indústrias e desenvolvimento para o Estado. Quase todas as cidades receberam programas de asfaltamento, quase 200 mil famílias foram beneficiadas com programas de moradia, 50 estações de tratamento de esgoto foram construídas, e mais de 60 mil famílias no campo foram beneficiadas com o programa de energia rural. Percebo que este trabalho agora reflete na campanha. Estou trabalhando muito. Acordo de madrugada, durmo sempre de madrugada, mas a alegria e a satisfação que eu estou vivendo são muito grandes. 

O senhor acredita que as eleições em Goiás serão decididas no primeiro turno? 

Marconi - É muito cedo para fazer diagnóstico. Pesquisa é a fotografia do momento. Eu tenho pedido à militância para que se dedique 24 horas por dia até o dia da eleição, e com humildade, porque não há nada pior que a arrogância de candidato ou militante. Isso, além de irritar as pessoas, desconcentra. Quando há muita euforia numa campanha a militância acaba descansando, não trabalha, se desmobiliza e isso é muito ruim. Eu estou fazendo uma campanha como se tivesse 3% na pesquisa, e vou continuar assim até o último dia. Se teremos segundo turno ou não, só Deus e a sabedoria do povo vão dizer. 

O secretário do PP, Sérgio Lucas, disse em entrevista que 99% do partido está apoiando a candidatura de Marconi Perillo. Isso é verdade?
Marconi - Eu diria que mais de 90% do PP está comprometido e engajado conosco. Trata-se de uma base que tradicionalmente andou comigo, e eu sempre correspondi ao apoio dessa base.

Como o senhor recebeu as críticas feitas pelo presidente Lula no comício de segunda-feira, em Valparaíso?
Marconi - Eu ajudei muito o presidente na época em que fui governador. Ele patinou durante quase um ano com o programa Fome Zero, e eu sugeri que ele juntasse todos os cartões que existiam no governo Fernando Henrique Cardoso em um só. Propus a ele que criasse um programa nos moldes do Renda Cidadã, que eu havia implementado com muito sucesso em Goiás. Quando Lula lançou o Bolsa Família, ele fez um agradecimento em público a mim por ter insistido na tese da unificação. Acho que ajudei o presidente nessa situação. Em um segundo momento, sugeri a ele que criasse um programa nos moldes do Bolsa Universitária, e aí ele criou o Prouni. Por fim, acho que o auxiliei quando o alertei que maus assessores estavam distribuindo mesadas para parlamentares no Congresso. Eu fiz isso para ajudar, e não para atrapalhar.

Na sua opinião, a eleição nacional terá influência no cenário local? 

Marconi - Eu acho que a eleição eleição estadual é descolada da nacional. Experimentei uma situação parecida em Pirenópolis, em 2008. Eu apoiava um candidato do PSDB contra um do PP, e apesar de ter me esforçado muito na campanha dele, nós perdemos a eleição. O que eu aprendi de lição: as pessoas dizem ‘Marconi nós gostamos de você, mas não interfira na nossa eleição, nós sabemos o que queremos, em quem devemos votar, deixe que nós resolvemos as questões locais'. Imagino que, no restante do Estado, o eleitor pense da mesma maneira. Os que gostam do Lula pensam: ‘Lula, nós gostamos do senhor, mas deixe-nos resolver as nossas pendências locais. Nós temos consciência e sabemos o que pode ser melhor para o Estado’. 

No comício de segunda-feira, em Valparaíso, Lula criticou os senadores goianos por votarem contra a CPMF. O senhor votaria de novo? 

Marconi - Posso dizer com tranquilidade que eu, o Demóstenes e a Lúcia Vânia votamos contra a CPMF porque achamos que o brasileiro já paga impostos demais. A carga tributária no Brasil é a mais alta do mundo. O brasileiro paga 40% do PIB (Produto Interno Bruto) em impostos e, naquele momento, eu achava que acabar com a CPMF não colocaria o governo em dificuldades, tanto é que não colocou. Ficou claro que o governo tinha dinheiro para manter seus programas. Eu entendia que extinguir a CPMF ajudaria o trabalhador a ter mais dinheiro no bolso. Dinheiro para comprar alimentos para os filhos, remédios e material escolar. Então eu fiz aquilo consciente. Se o presidente não gostou, paciência. Eu fiz a minha parte, votei como senador. Fui eleito para votar a favor do povo e fiz isso com toda a tranquilidade, por entender que estava fazendo um bem para o Brasil. Eu acho normal que o presidente, em época de eleição, tenha suas preferências. Eu o respeito como cidadão e espero apenas ser respeitado também. 

O senhor foi alvo de três acusações diferentes, que depois se provaram mentirosas. A primeira, relativa ao dossiê que tentava provar que o senhor tinha contas no exterior. A segunda, que seu governo havia deixado um déficit de R$ 100 milhões. A terceira, que a Celg quebrou na sua administração. Essas acusações dão mais vigor à sua campanha? 

Marconi - Sem dúvida alguma. A militância acredita em mim, sabe que sempre desenvolvi minhas atividades à frente da administração pública com responsabilidade e transparência. Eu sabia que mais dia menos dia todas aquelas mentiras iriam cair por terra. E caíram. No que diz respeito à Celg, vale lembrar o relator da CPI que investigou o histórico da companhia foi o deputado Humberto Aidar, que é do PT, e naquela CPI ele identificou os 11 problemas que levaram a Celg a ter dificuldades. Identificou também que, durante o meu governo, apesar da venda da usina de Cachoeira Dourada, em 1997, eu consegui fazer a Celg dar lucro em 2003, 2004 e 2005. Ou seja: quando a empresa é administrada com seriedade e sem politicagem, as coisas andam. Importante lembrar que o relatório da CPI, produzido por um deputado do PT, provou que os responsáveis pelos problemas da Celg foram os que venderam Cachoeira Dourada, e que o atual governo não tem tido a competência necessária para gerir a empresa. Com relação ao dossiê, ele foi desmascarado pela revista Veja. Com relação às contas públicas, a CPI do endividamento provou que o meu governo foi o que teve menos déficit. 

O presidente Lula reclamou do PSDB por ter votado a favor do substitutivo que alterou a proposta de empréstimo para a Celg na Assembleia, mas se esqueceu que o PMDB também votou a favor. 

Marconi - No que diz respeito à aprovação do empréstimo, o que o PSDB fez, com a ajuda do PMDB, foi vincular o empréstimo ao pagamento das dívidas intra-setoriais que a Celg tem com o governo federal e com a Eletrobras. O que se pretendia, com a primeira parte do dinheiro, era de colocá-lo no caixa do tesouro para pagar convênios de prefeitos e dívidas do Estado. Os deputados do PSDB acharam que esse dinheiro teria que ser vinculado ao pagamento das dívidas que a Celg tem, para que a empresa saia da inadimplência junto à Aneel e possa ter condições de se equilibrar financeiramente. 

Qual sua opinião a respeito da forma sigilosa como o governo tem tratado o contrato da Celg com a União? 

Marconi - A Constituição determina que todo e qualquer assunto de governo seja tratado com absoluta transparência. O que eu gostaria de ver é que as coisas fossem feitas às claras, para que todo mundo saiba o que está efetivamente acontecendo. 

DM - Qual será, na sua opinião, o efeito da aliança entre Iris, Agnelo e Dilma no Entorno do Distrito Federal? 

Marconi - Eu tenho sérias dúvidas se o Agnelo vai participar desse palanque. Esse palanque em Valparaíso não foi do Agnelo, mas da Dilma. Eu tenho uma certa relação com o Agnelo e não sei se é exatamente isso que ele quer. Em relação à campanha em si, à vinculação do candidato do PMDB ao PT, isso já está sendo feito desde o início da campanha. Há uma vinculação total nos adesivos, nos cartazes, na televisão, nos comerciais. A vinculação é total. Eu não sei se essa interferência pode ajudar ou não, o poder de transferência em nível federal é maior, em relação aos governos estaduais é menor. O eleitor às vezes gosta de um político, mas não quer que ele interfira na realidade do seu município. Ele conhece os meandros da política local e quer ter a oportunidade de escolher pessoalmente. O eleitor não quer votar de cabresto, achando que está sendo mandado. Ele quer decidir pessoalmente. Não há momento cívico mais importante na vida de um País, de um Estado ou de uma cidade do que o momento do voto, é a única coisa que o eleitor pode fazer sem que ninguém interfira. Ele decide de acordo com a consciência dele. 

O candidato Vanderlan Cardoso muitas vezes elogiou o senhor. O senhor, quando governador, também o ajudou na prefeitura de Senador Canedo. O que fica de tudo isso nessa hora de acirramento na disputa pelo voto? 

Marconi - Eu espero que o debate ocorra no plano das ideias, voltado para o futuro do nosso estado. A minha candidatura está preocupada em criar projetos que virem referência para o Brasil. Queremos sentar à mesa com os principais governadores para decidir os rumos do País, inserindo Goiás como um Estado forte e respeitado, em nível nacional e internacional. Queremos que Goiás sente-se à mesa dos cinco mais importantes Estados do Brasil, discuta todas as questões de interesse do povo brasileiro e se beneficie desta força. Eu vou contar com o apoio da senadora Lúcia Vânia, do senador Demóstenes, e com uma expressiva bancada de deputados federais. Isso tudo vai ser importante para que a gente possa cumprir o plano de governo. 

Acredita que Vanderlan pode quebrar a polarização entre o senhor e Iris? 

Marconi - Acho que as próximas pesquisas vão clarear esta situação. 

Qual será o tom do seu programa de televisão na reta final de campanha? 

Marconi - Nós estamos fazendo uma campanha propositiva na televisão. Eu tenho falado de projetos e ideias todos os dias, e acho que vai continuar assim. Tenho sido informado que os adversários têm ficado no campo da proposição, e é melhor que seja assim, limpa, sem agressões, para que o eleitor possa ser o grande vitorioso. 

Quando começou a campanha o senhor imaginava que tivesse um clima tranquilo que existe até agora? 

Marconi - Todo mundo trabalha hoje com pesquisas qualitativas. Nelas, fica claro que o eleitor não gosta de agressão, que ele quer ouvir propostas para a solução de problemas do futuro, que é o que nós estamos fazendo. 

O senhor tem receio da participação de Dilma Rousseff na eleição de Goiás? 

Marconi - Eles têm as armas deles, eles têm os seus apoios, eu também tenho os meus. Agora, eu estou fazendo a minha campanha sozinho. Não tenho padrinhos fortes. Os meus padrinhos são as pessoas que me conhecem e que me respeitam. Eu quero ser apadrinhado pelo povo, e acho que estou sendo. Por onde passo sou muito bem recebido. 

O senhor tem um padrinho, o candidato José Serra. 

Marconi - É um homem por quem tenho o mais profundo respeito. É um homem honesto e preparado para enfrentar os desafios do futuro, eu tenho muito prazer em apoiar o Serra, porque por onde ele passou, deixou um rastro de honestidade, de competência e de muitas realizações. Já demonstrou ser um ser humano muito sensível ao criar os genéricos, ao quebrar as patentes de coquetéis contra a aids e ao coordenar o programa Brasil em Ação, que levou benefícios a todos os municípios brasileiros. É uma figura política do mais alto valor. E, em uma disputa, o que vale são as ideias.


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