VOTAÇÃO PROJETADA
Frente de Marconi sobre Iris é de quase 500 mil eleitores
Com base na pesquisa Serpes/O Popular, tucano teria hoje praticamente 1,5 milhão de intenções de voto. Vanderlan Cardoso somaria menos de 250 mil
AFONSO LOPES
O candidato tucano ao governo do Estado, Marconi Perillo, lidera a corrida sucessória conforme atestam todos os grandes institutos de pesquisa de Goiás. Também é unanimidade entre os institutos que a disputa seria definida já no primeiro turno caso as eleições fossem realizadas atualmente. Mas em números, e não em porcentuais, talvez seja mais fácil compreender em que pé se encontra a disputa pelos votos entre as candidaturas das três grandes coligações — Marconi Perillo, Iris Rezende e Vanderlan Cardoso. Repetindo o que mostrou em outras eleições anteriores, o Jornal Opção apresenta a sua votação projetada, processo que traduz para o leitor as tabelas da pesquisa Serpes, que foi realizada entre os dias 23 e 27 de agosto, divulgadas pelo jornal “O Popular”. A metodologia aplicada pelo Jornal Opção segue rigorosamente os critérios do instituto, descontado o histórico de abstenções, votos brancos e nulos registrado na eleição de 2006 para governador, conforme pode ser conferido no quadro específico no final desta reportagem, de modo a gerar números mais próximos do que seria a votação em Goiás no exato período em que a pesquisa foi realizada.
Liderança
Os porcentuais apontados pela pesquisa Serpes/O Popular indicam que Marconi Perillo teria condições de ser eleito no primeiro turno caso as eleições tivessem sido realizadas entre os dias 23 e 27 de agosto. Esse fato é simples de ser conferido. Sempre que um candidato obtiver porcentual maior que a soma de todos os demais concorrentes, sem computar as respostas como “voto nulo/branco” e “não sabe”, há indicativo de possibilidade de vitória em turno único. Atualmente, todos os institutos, com pequenas variações, mostram esse quadro favorável ao tucano.
Na votação projetada do Jornal Opção, Marconi soma 1.496.807 intenções de voto. O segundo colocado, Iris Rezende, estaria com 1.008.586 intenções de voto. Vanderlan Cardoso aparece em terceiro, com somente 237.728 intenções de voto. O tucano tem exatas 488.221 intenções de voto a mais que seu mais direto adversário. A vantagem dele para o terceiro colocado é monumental. Nada menos que 1.259.079 intenções de voto. Iris Rezende também apresenta uma grande folga em relação a Vanderlan: 770.858 intenções de voto.
Esses números são obtidos com a aplicação da pesquisa Serpes/O Popular nas sete regiões pesquisadas separadamente pelo instituto. A disputa entre Marconi e Iris fica anulada quando se compara o desempenho dos dois nas regiões Capital (apenas Goiânia) e Entorno do DF. Iris teria 289 mil intenções de voto em Goiânia, exatamente a mesma quantidade que Marconi obtém no Entorno (diferença pró-Marconi de apenas 169 votos). Entorno do DF e Goiânia são as regiões em que os dois primeiros colocados mais conseguem simpatia entre os eleitores em número absoluto de intenções de voto. A diferença de quase 500 mil intenções de votos que se verifica no cômputo geral é obtida por Marconi nas demais regiões — Centro, Norte, Sul, Sudoeste e Noroeste — e também graças ao desempenho de ambos na região dominada pelo concorrente.
Em Goiânia, Iris lidera com 289 mil intenções de voto, enquanto Marconi somaria 249 mil. A vantagem do peemedebista na Capital, portanto, seria de 40 mil eleitores. Já no Entorno, Marconi também soma 289 mil intenções de voto, mas Iris atinge somente 101 mil eleitores, o que resulta numa diferença de 188 mil eleitores a favor de Marconi.
Marconi vence em seis regiões e perde somente na Capital. Iris consegue manter vantagem em Goiânia, mas ela não é suficiente para reverter a tendência do restante do Estado.
O quadro ideal para qualquer candidato é manter bom desempenho em todas as regiões do Estado, sem sofrer variações muito grandes. É o que acorre com Marconi atualmente. Além da situação na Capital e no Entorno do DF, já mostrada, somente na região Norte, a menor em número de eleitores, é que Iris consegue praticamente se igualar ao rival tucano. Marconi teria 115 mil intenções de voto contra 97 mil de Iris, diferença de apenas 18 mil eleitores. Em todas as demais, o capote de Marconi é grande: Centro, 73 mil, Norte, 86 mil, Sul, 91 mil, e Sudoeste, 72 mil. Tudo somado, a vantagem de Marconi é de quase 500 mil intenções de voto atualmente.
Sem ajuda
Não é impossível numa eleição, mesmo levando em consideração o tamanho do eleitorado de Goiás, pouco superior a 4 milhões de eleitores aptos, tirar uma diferença de 500 mil intenções de voto em um mês de campanha. Mas é óbvio que não é tarefa simples, que se vê cumprida todos os dias, ou em todas as eleições. A estratégia mais usual em situações como essa é buscar a virada em duas etapas. Diminuir no primeiro turno e jogar todo o peso no turno decisivo.
Sem ajuda
Não é impossível numa eleição, mesmo levando em consideração o tamanho do eleitorado de Goiás, pouco superior a 4 milhões de eleitores aptos, tirar uma diferença de 500 mil intenções de voto em um mês de campanha. Mas é óbvio que não é tarefa simples, que se vê cumprida todos os dias, ou em todas as eleições. A estratégia mais usual em situações como essa é buscar a virada em duas etapas. Diminuir no primeiro turno e jogar todo o peso no turno decisivo.
O problema de Iris, inicialmente, é aumentar a possibilidade de a eleição rodar para o segundo turno. As últimas pesquisas têm demonstrado, em todos os institutos, que Marconi vem conseguindo ampliar as suas chances de vitória em turno único. Em abril, a pesquisa Serpes/O Popular mostrava que Marconi não chegava aos 49% de intenções de voto válidas. Na última rodada, o tucano chegou a 54,3%. No mesmo período, Iris perdeu eleitores, indo de 39% para os atuais 33,1% no quadro geral.
Com três grandes coligações na disputa, o peemedebista teria que torcer por uma providencial “ajuda” de Vanderlan Cardoso. Isso não está acontecendo na velocidade necessária e nem do jeito que seria realmente vantajoso. Vanderlan cresce lentamente, e em cima da queda de Iris. Dá no mesmo, tanto é assim que Marconi ampliou as chances de vencer no primeiro turno ao longo dos últimos meses.
Até aqui, e baseado no levantamento Serpes entre os dias 23 e 28 de agosto, Vanderlan não assusta Iris Rezende e muito menos Marconi Perillo. Seus pouco mais de 230 mil votos não são suficientes nem pra gerar grande perspectiva de forçar um segundo turno entre Marconi e Iris. Sua posição é também muito fraca em algumas regiões, como no Sul, onde a votação projetada revela que ele colheria somente 6 mil votos somando todo o eleitorado das cidades que fazem parte dessa região. Pra se ter uma melhor ideia da expressão de fragilidade de uma votação como essa, no Sul Iris soma 106 mil intenções de voto e Marconi chega aos 197 mil eleitores.
Iris e Vanderlan têm um mês para diminuir a monumental diferença favorável a Marconi até aqui, de quase 500 mil intenções de voto em relação ao peemedebista e superior a 1 milhão 250 mil intenções de voto sobre o republicano. Se conseguirem, unidos ou individualmente, eles quebrarão uma sequência que até agora só foi realmente positiva para Marconi. Se algo não der certo nas estratégias de Iris e Vanderlan, a eleição poderá terminar no dia 3 de outubro.
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