O blá-blá-blá de Lula
A vontade de falar algo interessante quando está com um microfone na mão tem levado o presidente Luís Inácio Lula da Silva a cometer, além de impagáveis gafes, atentados contra a inteligência do povo, em especial, contra a do povo de Goiás. Lula esteve aqui várias vezes e apenas em três inaugurou obras: o pequeno trecho restante da duplicação da BR-153 entre Anápolis e Brasília; o viaduto do trevo de Brasília, na cidade de Anápolis, e o Ifet de Uruaçu. Além disso, só aparições espalhafatosas e nenhum resultado prático. A Ferrovia Norte-Sul está fora dos trilhos e não anda. A ampliação do Aeroporto Santa Genoveva não decola. A duplicação da BR-153 entre Goiânia e Itumbiara está congestionada e a da BR-060 parece ter se tornado uma novela mexicana de mau gosto. O programa Minha Casa, Minha Vida construiu poucas casas e muitas ilusões. Os Centros Federais de Educação Tecnológica carecem de tecnologia moderna para que deixem de ser tão-somente esqueletos de concreto ou, no caso de Itumbiara, possa dispensar o prédio cedido pela prefeitura e vá para sua sede definitiva. Os Ifet de Anápolis, Formosa, Luziânia e Iporá, estavam com a inauguração prevista para o fim de 2009, mas, óbvio, não foram entregues.
Enquanto tudo isso ocorre, os aliados de Lula se ufanam e falam como se as 50 mil casas já estivessem prontas; ignorando problemas, como: localização de terrenos viáveis, dotação de saneamento básico, energia e demais serviços públicos que os conjuntos precisam ter antecipadamente, antes que cidadãs e cidadãos possam habitá-los com suas famílias.
No caso específico da BR-060, no trecho a partir de Goiânia rumo ao Mato Grosso, tenho lutado para que o Governo Federal cumpra sua promessa de duplicar a rodovia, que tem tráfego intenso, com a média de 7.500 veículos/dia, entre motos, carros, caminhões, bitrens, treminhões, carretas e ônibus. A rodovia atravessa vários bairros populosos e municípios importantes da região metropolitana de Goiânia, como Abadia de Goiás e Guapó; do Estado de Goiás, como Acreúna, Rio Verde e Jataí e do Estado do Mato Grosso. A falta da segunda pista e de outras estruturas complementares, como: viadutos, passarelas, pontes e bueiros; provocam inúmeros acidentes automobilísticos e atropelamentos, com prejuízos econômicos, materiais e o pior de todos eles: a perda de vidas humanas, levando dor e luto às famílias dos motoristas e dos moradores das regiões que margeiam a BR-060.
As promessas se repetem a cada vez que a população e a classe política se mobilizam para cobrar o início das obras. É sempre a mesma conversa: a licitação para o projeto de duplicação da BR-060 já está em andamento. Pelo jeito o andamento desta licitação está igual o da licitação do Aeroporto Santa Genoveva, ou seja, nunca acontece e as obras não se iniciam ou se reiniciam. Mas, o que causa indignação é o menosprezo ao nosso Estado, fazendo com que Goiás figure na lista dos que menos receberam transferências voluntárias do governo federal (aquelas que não são previstas como obrigatórias pela Constituição); mesmo o governo federal obtendo o apoio irrestrito do governo estadual.
Na última grande aparição de Lula em Goiás, palanques foram montados na Praça Cívica; o trânsito foi impedido no anel interno daquele logradouro, causando transtornos enormes aos motoristas; vários ônibus foram disponibilizados para que o povo fosse aplaudir o nosso presidente/ídolo e, no entanto, a previsão de abarrotar a praça, se mostrou um retumbante fracasso.
O presidente e seus aliados locais; depois de um lauto almoço, regado a muita carne de porco e bebidas quentes e geladas; subiram ao palanque para esbravejar e, mais uma vez, prometer.
Sem contar a deselegância de utilizar um líder goiano como garçom, Lula ainda se imiscuiu em assuntos locais e cobrou o nome dos responsáveis pela situação caótica da Celg, sem saber que eles estavam todos no palanque. Tomara que eles tenham enviado à Sua Excelência o relatório da Fipe, talvez assim o presidente se apresse em liberar o dinheiro anunciado em várias ocasiões, inclusive naquele dia 13 de agosto de 2009, e que nunca chega. Então, exigimos respeito à nossa capacidade de discernimento e que as bravatas, perseguições e promessas sejam deixadas de lado, sendo substituídas por ações no campo prático, para que a vida dos goianos ganhe em qualidade e não fiquemos mendigando o que nos é de direito; sob o risco de que Lula nos venha à memória junto àquele personagem do programa humorístico A Praça é Nossa, que fica sempre no blá-blá-blá.
Sérgio Cardoso é secretário-geral do diretório do PSDB de Goiás
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