terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Serra presidente!

Diário da Manhã

Serra inicia montagem de palanques por SP, MG e Rio
Governador abandona silêncio e faz movimentos claros de quem é candidato

Em menos de sete dias, o governador de São Paulo, José Serra, trocou o silêncio de sua candidatura presidencial por movimentos claros. Não apenas balizou o tom de sua campanha, ao avisar que deixaria para o PSDB a tarefa de criticar o governo federal, dedicando-se a apontar caminhos para o futuro, caso seja eleito. Em uma sequência de conversas, conseguiu deflagrar a montagem de palanques de apoio nos três maiores colégios eleitorais do Brasil: São Paulo, Minas Gerais e Rio.

Juntos, os três Estados representam 54,9 milhões de eleitores (41,6% do eleitorado nacional) e podem dar a Serra a margem de votos necessária para consolidar sua liderança apontada pelas pesquisas de intenção de voto contra a candidatura governista da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Em Minas, Serra tem pela primeira vez a garantia política de apoio irrestrito do governador Aécio Neves (PSDB). Fora da disputa pela candidatura presidencial, Aécio conversou com o governador de São Paulo e com outros integrantes da cúpula tucana. O plano de Serra é ter Aécio como seu vice na chapa, mas sabe que hoje o mineiro se recusa a aceitar a tarefa. Vai insistir no pedido mais adiante.

Sua grande conquista para a campanha em Minas, na prática, é o término do comportamento dúbio do governador. Nos últimos sete anos, Aécio sempre manteve ótimo relacionamento com o presidente Lula e o PT mineiro. Agora, Aécio marcará posição como aliado de Serra. Já avisou a Lula que evitará aparecer ao seu lado e de Dilma em solenidades públicas que tenham conotação de campanha eleitoral.

No Rio, tem sido feita a negociação mais complexa de todas. Serra não tem nenhum aliado que possa assumir o papel de candidato natural com chances de vitória sobre o governador Sérgio Cabral (PMDB). Por conta disso, passou a negociar ampla coligação reunindo PSDB, DEM, PPS e PV em torno da candidatura do deputado Fernando Gabeira (PV). O deputado aceita abrir seu palanque para Serra, de quem é amigo. Mas quer que as cúpulas do PSDB e do PV se entendam para evitar conflitos políticos, já que os verdes terão candidatura própria, representada pela senadora Marina Silva (AC).

A ideia é que seja montado um palanque duplo, onde os dois candidatos possam usar Gabeira para alavancar suas candidaturas no Estado. Além disso, Serra trouxe de volta para sua campanha o apoio do DEM fluminense ao fazer as pazes com o ex-prefeito do Rio Cesar Maia.

Em São Paulo, a costura acabou se tornando tranquila. Com Serra definido como candidato, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), líder de todas as pesquisas, passa a ser o candidato natural em SP. Assim, o tucanato avalia que os fatores necessários para imprimir consistência à candidatura Serra estão se consolidando.

Fonte: Da Agência Estado, de Brasília

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