Bastidores
Candidatos
O governador Alcides Rodrigues está mapeando as possibilidades de seus aliados que vão disputar mandato de deputado federal e estadual.
O presidente da Celg, Carlos Silva, e Ney Nogueira, um dos auxiliares mais próximos de Alcides, vão disputar mandato de deputado estadual. Saem do governo em abril. Sérgio Caiado vai a deputado federal.
Quem vai adotar o discurso de oposição na disputa de outubro
O deputado estadual Thiago Peixoto tem destoado da maioria dos peemedebistas ao dizer que, na eleição de outubro, o candidato do PMDB ao governo tem de se comportar como oposição. Há também aqueles que sugerem que, apesar de fazer oposição, o prefeito Iris Rezende tem de manter uma porta aberta para uma possível composição no segundo turno. Ao mesmo tempo, como o governador pepista Alcides Rodrigues não será candidato à reeleição, há uma tendência de não atacá-lo.
De qualquer modo, tanto PMDB quanto PSDB vão continuar de olho nas pesquisas quantitativas e qualitativas. Hoje, as pesquisas sugerem duas coisas. Primeiro, a popularidade de Alcides ainda é baixa e, por isso, o governador ainda não tem como transferir votos para seu candidato. Segundo, os índices de Alcides estão melhorando e começa a cristalizar a imagem de que é um governante responsável.
Se a imagem de Alcides não melhorar, a tendência é que a oposição ao seu governo cresça na campanha. Aí aquele que fizer a oposição mais articulada poderá obter dividendos mais eleitorais.
Acredita-se que a oposição mais agressiva será feita pelo senador Marconi Perillo, que está rompido politicamente com Alcides. O tucano tende a construir um marketing sugerindo que, apesar de ter contribuído para eleger Alcides, não recebeu a devida retribuição. Aliados do PP que apoiam o senador não querem que Alcides seja atacado. Mas, na campanha, serão mostradas frases e imagens (de 2006) de Alcides elogiando Marconi.
De um peemedebista, o Jornal Opção ouviu: “Não queremos um vice indicado pela terceira via. Porque Marconi ficará com todo o discurso de oposição e se passará por vítima”.
“A terceira via não pode lançar vice de Iris, porque, assim, Marconi fica com todo o discurso de oposição, de vítima. O PMDB passa a ser o réu que fez a vítima”.
PP avalia que vai para o segundo turno
Não há um cientista político que aposte suas credenciais acadêmicas numa disputa entre o candidato do PP contra Iris Rezende ou contra Marconi Perillo. Mas, na semana passada, integrantes do PP disseram ao Jornal Opção que vão romper a polarização, porque o governo Alcides Rodrigues começa a enraizar no inconsciente coletivo como gestor responsável e cumpridor de projetos e acordos. Entre os pepistas há os que acreditam que a polarização se dará com Iris. Por isso, defendem que, num primeiro momento, o alvo a ser atacado tem de ser Marconi. Há também os que avaliam que o candidato pepista, seja Jorcelino Braga ou Ernesto Roller, tem de criticar Iris e Marconi. De modo implacável.
“Entorno decide para Marconi”
O prefeito de Luziânia, Célio Silveira (PSDB), disse ao Jornal Opção que o Entorno do Distrito Federal, com cerca de 700 mil eleitores, vai desequilibrar a eleição para o candidato do PSDB ao governo, Marconi Perillo. “Marconi vai crescer na Grande Goiânia e o Entorno vai aumentar a frente pró-tucana. O senador tem uma liderança muito grande na região e nada o afeta.”
Apesar do favoritismo, Célio afirma que a disputa não será fácil. “O governador Alcides Rodrigues, que recebeu nosso decisivo apoio em 2006, trabalha para tomar parte de nossos eleitores. Não se pode desconsiderar o poder da máquina, mas, com a aproximação do fim do governo, ele vai se enfraquecendo. Ao mesmo tempo, Marconi está cada vez mais estimulado e articulando como um garoto de 25 anos que vai disputar sua primeira eleição.”
A expectativa de poder é o que mais atrai aliados para o lado de Marconi, avalia Célio. “Há líderes do PP e do PR que vão compor com o senador. Vão ficar quietos, por enquanto, mas, na hora certa, vão trabalhar conosco. Quanto mais a tinta da caneta de Alcides for diminuindo mais vai crescer o apoio a Marconi em suas bases.”
Cotado para disputar vaga no Senado ou a vice de Marconi, Célio sustenta que está bem na prefeitura. “Sou um soldado do partido. Se for indicado para o Senado ou para a vice, aceito.” Luziânia é a quarta maior cidade do Estado em números de eleitores — são 110 mil.
Joel Santana pode ser o vice de Braga
A maioria dos democratas ouvidos pelo Jornal Opção é unânime em dizer que o DEM vai apoiar Marconi Perillo para o governo de Goiás. Helio de Sousa, Vilmar Rocha e líderes regionais querem compor com o tucano e, independentemente da posição oficial, vão até o fim com o pré-candidato do PSDB. O DEM é inteiramente controlado pelo deputado federal Ronaldo Caiado, prestigiado líder do partido na Câmara dos Deputados. O DEM nacional pode até pressionar Caiado, para compor com Marconi, mas não vai decretar intervenção. Se Caiado não for o candidato da terceira via, há indícios de que o vice de Jorcelino Braga ou Ernesto Roller será o democrata Joel Santana Braga. O DEM tem poucos políticos de expressão.
"Aécio vai ser o vice de Serra”
O senador democrata Demóstenes Torres comemora seu aniversário de 49 anos em Londres, na companhia dos filhos, sob um frio de 6 graus. Ao ser contatado, perguntou sobre as “diatribes” da política local. “Nada mudou, não é?”
Interessado na política nacional, Demóstenes diz que Aécio Neves vai aceitar a vice de José Serra. “O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, está participando das articulações e aposta na dobradinha Serra-Aécio.”
Sobre Dilma Rousseff, Demóstenes diz que parece um sargentão. “Teme-se que, no governo, se torne uma ‘venezuelana’ e feche as portas até para Lula.”
O senador diz que Joaquim Roriz deve ser eleito governador do DF e frisa que a senadora Kátia Abreu deve disputar o governo do Tocantins.
Puxador de votos
Pré-candidatos a deputado estadual do PMDB, alguns deles como mandato — Luiz Carlos do Carmo e Romilton Moraes —, só disputam mandato se Iris Rezende for candidato a governador.
Os peemedebistas alegam que é preciso ter um puxador de votos e torcem para que o “partido não invente” de lançar Adib Elias ou Thiago Peixoto para governador.
Iris tem mais votos cristalizados do que Marconi?
Na semana passada, o Jornal Opção ouviu cientistas políticos, empresários e políticos e perguntou: quem tem mais votos cristalizados — o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), ou o senador Marconi Perillo (PSDB)? A seguir, publicamos uma síntese do que disseram.
A maioria disse que Goiás estabeleceu que seus dois principais políticos são Iris e Marconi e que não há espaço, no momento, para uma alternativa. Os eleitores, os que já estão mobilizados, só têm olhos e ouvidos para os dois.
Mas o detalhe que mais chama atenção é que, na opinião dos analistas — alguns chegaram a citar pesquisas “quanti” e “quali” —, os votos de Iris estão mais cristalizados do que os de Marconi.
O motivo é que Iris já teve altos (foi governador, ministro) e baixos (perdeu eleições para governo e Senado), mas conseguiu dar a volta por cima. Os eleitores votam nele porque o aceitam exatamente como é. Marconi, pelo contrário, não passou por nenhuma provação, por nenhum insucesso eleitoral.
Há como retirar Iris da disputa, para abrir espaço para Henrique Meirelles? Nenhum dos entrevistados avalia como inteligente, neste instante, a substituição de Iris por Meirelles. Quem trocaria Kaká, do Milan, por Obina, do Flamengo? Em sã consciência, ninguém.
Aposta-se que, embora o quadro esteja indefinido e que a eleição será disputada até no segundo turno, Iris está passando por um “bom momento”. Vai bem na prefeitura, tem um vice, Paulo Garcia, que não o atrapalha e uma recente pesquisa Vox Populi (posta em dúvida pelo tucanato) o põe em primeiro lugar em todas as variações. Até os “tiros de metralhadora” desfechados por tucanos e pepistas, na semana passada, foram-lhe úteis. Porque não foi atingido nenhuma vez. Se continuar assim na campanha, com tucanos e pepistas se mutilando verbalmente, o peemedebista ficará livre para fazer uma campanha inteiramente propositiva.
A respeito de Meirelles, todos concordam que perdeu o “timing”. Como “blindar” quem se recusa a participar, a conversar com os líderes partidários? É a pergunta que todos fazem. Mas, se candidatar-se ao Senado, é visto como tão forte quanto Demóstenes Torres.
O PMDB trabalha com a tese de que, em outubro, três candidatos disputarão o governo: Iris, Marconi e um nome da chamada “via preferencial” (ou terceira via). Peemedebistas sustentam que interessa a Iris Rezende uma candidatura de Jorcelino Braga ou Ernesto Roller, ou outro da base de Alcides, para dividir os votos de Marconi. Eles apostam que o nome mais cotado da base alcidista é o secretário da Fazenda, Braga. Porque avaliam-no como o mais arrojado e com mais potencial tanto para criticar Marconi quanto para defender o governo Alcides.
Temer ou Costa na vice de Dilma
O PMDB vai impor um vice a Dilma Rousseff. Nada de Henrique Meirelles —candidato “de” Lula, não do partido. Peemedebistas querem emplacar Michel Temer ou os ministros Edison Lobão e Hélio Costa.
Costa lidera as pesquisas para governador em Minas Gerais. Mas aposta-se que Antônio Anastasia, do PSDB, o terceiro colocado, tende a crescer. Assim, há uma operação para que Costa apoie Fernando Pimental, do PT, segundo nas pesquisas. Mas Costa não quer ceder.
Valdi Camarcio é cotado para vice
Cotado para disputar o governo de Goiás, Rubens Otoni (PT) dificilmente será candidato. O partido e o deputado tendem a apoiar a candidatura de Iris Rezende. Ao PT ficará reservada a vice. Há quem prefira que Rubens dispute mandato de senador. Mas a pressão pela vice é mais forte, porque a tendência, se Iris for eleito, é seu vice disputar o governo em 2014. Se Lula for candidato a presidente em 2014, um candidato do PT ao governo, com o apoio de Iris, terá mais chances de ser eleito (ou reeleito).
Mas discutir 2014 sem passar por 2010 é uma afronta à realidade. Comenta-se que Sandro Mabel pode ser vice de Iris, e não é impossível que isto aconteça. Mas é mais factível que o vice do peemedebista seja o petista Valdi Camarcio. Por vários motivos. Primeiro, seria corrigida uma injustiça histórica: em 2006, Camarcio seria vice de Maguito, mas foi vetado pelo PMDB. Segundo, Camarcio tende a unir as várias correntes do PT, o que não aconteceria com Marina Sant’Anna.
Mabel tende a ficar com a terceira via
Na chamada via preferencial, ou terceira via, não se fala outra coisa: o candidato a governador não será Sandro Mabel (PR) nem Ronaldo Caiado (DEM), e sim Jorcelino Braga (que está muito interessado) ou Ernesto Roller (que também está interessado).
Mabel, que estaria sugerindo que quer ser vice de Iris, não caiu nas graças dos peemedebistas, que preferem um vice do PT. “A prioridade da vice é do PT”, diz um peemedebista. “Ele poderia disputar vaga no Senado.”
O governador Alcides Rodrigues vai indicar Norival Santomé para o cargo de desembargador.
Chumbo traçado às vezes não dói. O tucano Daniel Goulart investa a Engevix, que teria o patrocínio do lobista Sérgio Sá, e o peemedebista José Nelto investiga suposto faturamento da Locar. Tudo a ver com a Celg.
Quando a Eletrobrás assumir o controle da Celg, seu presidente goiano vai ficar como a rainha da Inglaterra. Será presidente, mas a Eletrobrás vai indicar o principal executivo, o vice-presidente, e toda a diretoria.
Um diretor da Eletrobrás, supostamente atendendo um pedido o presidente do Senado, José Sarney, estaria dificultando as negociações com a Celg.
O livro de cabeceira do Marconi Perillo é “Tratado Sobre a Tolerância” (L&PM, 128 páginas), do francês Voltaire.
O economista Valdivino Oliveira, um dos maiores conhecedores da Celg, sustenta que a venda de Cachoeira Dourada realmente prejudicou a companhia. O dinheiro da venda, frisa Valdivino Oliveira, não foi aplicado na Celg.
De um democrata: “A terceira via já morreu. Quem continuar acreditando não vai se eleger nem a deputado estadual”.
Nem Júnior do Friboi nem Jovair Arantes. A deputada Raquel Teixeira deve ser a vice de Marconi Perillo.
O empresário Fernando Duarte, pré-candidato a deputado federal do PSDB de Rio Verde, deve ser um dos coordenadores da campanha de Marconi Perillo ao governo de Goiás.
É oficial: o governador Alcides Rodrigues deixa o governo em 31 de dezembro de 2010. Não será candidato a senador.
Gilvane Felipe é candidatíssimo a deputado estadual e deve ser um dos coordenadores da campanha do senador Marconi Perillo. Tem amplo apoio entre jovens.
Mas Gilvane Felipe tem de ficar atento: parte da juventude roqueira deve apoiar Thiago Peixoto, do PMDB, para deputado federal.
Um grupo de intelectuais está se reunindo com frequência com o senador Marconi. Eles opinam sobre suas ações e avaliam o quadro político.
Marconi tem pedido, de modo enfático, mais equilíbrio a alguns de seus aliados. Cobra sobretudo moderação na linguagem.
O presidente da Câmara de Vereadores de Rio Verde, Elecir Perpétuo Garcia, o Casagrande, garante que vai apoiar Marconi para governador.
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