quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Marconi: paz!


Diário da Manhã

Senador Marconi ameniza tensão com PP
Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, tucano diz que discussões entre integrantes do partido são setoriais: “Foco tem sido, todo ele, voltado ao desenvolvimento do Estado”

O senador Marconi Perillo (PSDB) avalia que não há motivos para duvidar que os partidos da antiga base aliada, que estiveram juntos em 2006, possam se reunir em 2010. Cada dia mais investido no figurino de candidato a governador, Marconi fez análise precisa do cenário político do Estado em entrevista concedida ontem ao Jornal do Meio Dia, na TV Serra Dourada. Mas arriscou pouco nas projeções. Avalia que o jogo está zerado, e que as primeiras peças do tabuleiro só começam a se mexer em março, quando agentes públicos que desejam disputar as eleições precisam deixar os seus cargos. Não há, portanto, aliança que já esteja sacramentada ou candidatura definida por antecipação. E como há o desejo de prefeitos do PP, DEM, PR e PSB em caminhar com o PSDB, é perfeitamente possível imaginar que o desejo da cúpula – de romper de vez com a base aliada – seja sublimado pela vontade da maioria. Veja os melhores trechos da entrevista.

PMDB segue indefinido quanto ao nome do pré-candidato do partido ao governo. Este cenário favorece a sua pré-candidatura?

Marconi Perillo – É muito natural que ocorra esse tipo de postergação, até porque o processo decisório dentro dos partidos acaba sendo um pouco lento. O PSDB, por exemplo, vai tomar sua decisão e lançar candidato só em abril. Portanto, acho que os demais partidos estão num ritmo adequado também. Em 1998 fui lançado no finalzinho de junho, começo de julho. A candidatura foi feita oficialmente no dia 6 de julho. Por isso, acho que ainda há um tempo razoável, suficiente para que as articulações possam ser concretizadas.

O senhor pretende conciliar as atividades de senador com as de provável candidato a governador?

Marconi – Olha, me dediquei muito nos anos anteriores ao Senado e pretendo fazer a mesma coisa agora. É claro que, nos finais de semana, feriados e horas vagas, terei que me dedicar também à universidade, bem como à atividade política. A partir do lançamento do nome que o PSDB vai apoiar como pré-candidato, certamente todos nós teremos que nos desdobrar um pouco mais.

Com quem o PSDB deve se coligar? Quais os partidos caminharão com o PSDB nessas eleições?

Marconi – Nesses próximos meses vamos ter o afunilamento. Creio que, a partir do início de abril, quando agentes públicos se desincompatibilizam dos cargos para disputar as eleições, é que o quadro vai realmente se delinear. Tivemos no calendário eleitoral no ano passado o prazo das filiações, agora o prazo das desincompatibilizações, depois as convenções e, por fim, as eleições em si. Na minha opinião, para haver mais clareza em relação ao quadro, vamos ter que aguardar o prazo das desincompatibilizações para saber quem é que vai realmente se candidatar nos partidos e como é que estes vão se comportar. Não só os da base do governo, mas os partidos de oposição. O PSDB vai buscar conversar com todos. Já tem um acerto com o PTB, com o PPS, PMN, PV e vamos buscar também entendimento com outros partidos, principalmente aqueles que já estão acertados em nível nacional com o PSDB, como é o caso do DEM.

O senhor vê a possibilidade de aliança entre PP e PSDB nessas eleições?

Marconi – Vislumbro muitas possibilidades. Até porque é voz uníssona nas bases dos partidos tradicionais que compuseram a base aliada em 2006 a busca pelo entendimento, pela unidade dessas bases e desses partidos. Portanto, nada será descartado até o momento das convenções. O prazo final das convenções é 30 de junho e, até lá, com certeza, os partidos vão se desdobrar com relação a essas articulações e também com a elaboração do pré-plano de governo.

O senhor disse que não descarta nenhuma conversação e nenhum acordo. Só que nos bastidores percebe-se que há políticos do PSDB e do PP travando discussão muito acirrada. Isso não dificulta o entendimento?

Marconi – São discussões setoriais, focando alguns temas específicos, como, por exemplo, a questão da CPI da Celg e outras questões menores. Mas o foco nosso tem sido, todo ele, voltado para o desenvolvimento do Estado. O PSDB tem colaborado com a governabilidade na Assembleia e a nossa bancada no Congresso tem estado muito unida com toda a bancada federal, buscando garantir verbas para Goiás. Essa união da nossa bancada, os três senadores e os 17 deputados federais foi fundamental para que o Estado pudesse garantir recursos para melhorar as estradas federais, para continuar a duplicação de algumas rodovias importantes, começar a construção de outras, garantir recursos para habitação, saneamento, Ferrovia Norte-Sul e para instituições sociais, de modo que o nosso trabalho no Congresso tem sido muito importante e mantê-lo é a nossa preocupação. Afinal de contas, o governo não dispõe, sozinho, de recursos suficientes pra atender a tantas demandas de um Estado que cresce acima da média nacional. Um Estado que tem as suas complexidades, especialmente se levarmos em consideração o Entorno de Brasília e a região metropolitana de Goiânia, além de outras regiões que cresceram menos que as demais. Então, é essa a preocupação: garantir na Assembleia a boa governabilidade, garantir essa unidade em nível nacional, independentemente de sermos de oposição ou a favor do governo federal , mas numa luta e numa articulação bastante eficientes para garantir essa prosperidade do Estado. Goiás tem tudo pra ser um dos mais modernos, mais eficientes nos próximos anos. Já cresceu muito, se desenvolveu muito, agregou muita tecnologia nos últimos anos e tem tudo pra dar novos saltos no futuro.

Como o PSDB encara a perspectiva de encarar os governos municipal, estadual e federal nas próximas eleições?

Marconi – Na verdade, o que vai estar em jogo serão os planos de governo, as propostas que vão ser feitas com vistas ao futuro. O presidente da República vai estar concluindo seu mandato. Os protagonistas da eleição nacional serão os sujeitos principais do debate nesse ano, serão os candidatos. No nosso caso, será o governador José Serra, que realiza um extraordinário governo em São Paulo, contra a ministra Dilma Rousseff. Outros partidos deverão lançar os seus candidatos. Então, o foco, nacionalmente, será nos candidatos e, em nível local, não será diferente. Acredito que a população terá oportunidade de participar de um debate interessante. Um debate de ideias. Eu sempre digo que eleição não é palco para contenda, para brigas. Não é um ringue pra lutas. Uma eleição é palco pra difundir e apresentar suas ideias, projetos, convicções e propostas para que o eleitor possa averiguar e concluir se realmente aquele plano vai melhorar, vai mudar a sua condição de vida uma vez implementado, ou não.

Fonte: Da Redação

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