terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Júlio: o Norte tem defensor!

Diário do Norte

Política



ENTREVISTA: JÚLIO DA RETíFICA



Pronto para mais um embate eleitoral
 
O deputado estadual Júlio da Retífica (PSDB) prestigiou no sábado (16) as comemorações pelo 19º aniversário de Alto Horizonte. Na oportunidade, Júlio parabenizou o prefeito Luiz Borges da Cruz, o Cabo Borges (PSDB), pela moralidade administrativa implantada naquele município. Neste início de ano eleitoral, Júlio prepara-se para deixar a Assembleia, o que deverá ocorrer no final de março, quando três secretários do governador Alcides Rodrigues (PP) retomarão seus assentos na AL. Na conversa com o Diário do Norte, Júlio disse acreditar que tomou a melhor decisão em permanecer no PSDB para a disputa; apostou na eleição do senador Marconi Perillo para o governo do Estado. No plano pessoal, o deputado falou sobre o episódio da morte do seu sobrinho, vítima de dengue, contraída no município. Júlio disse que falhas houveram, mas foram coletivas. "Não só o prefeito José Osvaldo, mas todo mundo falhou. Ele teve boa vontade, mas não teve a visão do que representava esse problema. Foi muito triste, pois perdi meu sobrinho. Espero que essa vítima sirva de exemplo para que outros casos assim não aconteçam em Porangatu", disse o parlamentar.
 
Diário do Norte – Estamos nos primeiros movimentos das eleições deste ano, marcadas para outubro. Como estão os preparativos do senhor à campanha?


Júlio da Retífica – O trabalho de qualquer político não pode ser realizado na última hora. Então, existe uma semente que nós plantamos, desde 1996, como prefeito de Porangatu por dois mandatos; depois como diretor-comercial da Celg; e agora como deputado estadual; nós sempre continuamos esse trabalho. Estou presente, não só na hora da alegria, mas também na hora da dificuldade, socorrendo os prefeitos e a comunidade. Graças a Deus, hoje, isso ocorre não apenas no Norte, mas em muitas cidades de Goiás. Tenho certeza de que será uma campanha muito difícil, mas tenho realmente a esperança de que, ao final do processo, virá a vitória que tanto almejamos. Em função da situação do Norte, nós precisamos ter uma mobilização forte na Assembleia Legislativa para ampliar o desenvolvimento da nossa região.

DNOs prefeitos José Osvaldo da Silva (Porangatu), Lineu Olímpio de Souza (Jaraguá), Nenzão (Campinaçu) e Ronan Batista (Niquelândia) se reuniram recentemente para defender a ampliação do número de deputados eleitos pelo Norte e pelo Vale do São Patrício. O senhor também é um defensor dessa tese, dessa possibilidade?

Júlio – Olha, nós temos que pensar que nossa região tem pouca representatividade. É importante essa união. Fico feliz quando vejo aqui (em Alto Horizonte) o deputado Helio de Sousa (de Goianésia, eleito pelo DEM), com quem, na Assembleia, nós fazemos um trabalho em parceria, para garantir os benefícios. Nossa região precisa se fortalecer ainda mais do ponto de vista político. O Norte é uma região grande, é uma região produtiva, de um povo trabalhador. Então, precisamos sonhar alto. Mas eu imagino que um deputado só, ou até mesmo dois, é pouco. É preciso que o Norte vote em candidatos da região, para termos ainda mais força política junto ao governo.

DNA deputada estadual Vanuza Valadares, do PSC, foi eleita em 2006 rivalizando o eleitorado de Porangatu com sua candidatura. Como está a relação do senhor com a parlamentar?

Júlio – A Vanuza tem o trabalho dela. Respeito ela como pessoa. Agora, é uma pena que não possamos ter trabalhado juntos. Eu sempre me coloquei à disposição para lutar pela nossa região, mas ela não quis trabalhar comigo, infelizmente. Ela é uma deputada que foi eleita pela região, tem o mérito de ter sido eleita; e espero que ela procure fazer o bem pela nossa região, que precisa da nossa união e do nosso respeito. Claro que, na hora da campanha, cada um de nós vai lutar por seu espaço. Mas, se eu e ela conseguimos ser reeleitos, juntos poderemos fazer muito mais pela região.

DNQuais os planos para buscar a reeleição?

Júlio – A partir de abril ficarei mais livre para a campanha. Não só para a minha eleição, mas para a campanha de governador do senador Marconi Perillo (PSDB), na qual estarei engajado; e também com as parcerias com os nossos candidatos a deputado federal. Vou fazer esse trabalho, de município em município, buscando não só a minha eleição como deputado, mas a eleição do senador Marconi para o governo.

DN Essa oportunidade de representar o Norte na Assembleia como deputado, mesmo tendo assumido a vaga na condição de suplente, agregou que tipo de experiência à sua carreira política?

Júlio – Eu assumi em agosto de 2007, mas nunca me imaginei como suplente. Sempre atuei como deputado, de igual para igual, brigando, lutando, junto ao Governo do Estado de Goiás. Participei das mais importantes Comissões da Assembleia Legislativa, como a de Constituição, Justiça e Redação; e de Finanças e Orçamento. Além, é claro, da minha participação em outras comissões menores. Para mim, esse período não serviu apenas como aprendizado, mas foi a constatação também de que nós (o Norte) precisamos ter representantes lá (na Assembleia), com poder de decisão e condição de brigar, em igualdade, com outros deputados. Então, foi muito boa a minha passagem pela Assembleia. Por isso, não tenho dúvida nenhuma, saio agora com muito mais responsabilidade e conhecimento.

DN Em função do quociente eleitoral normalmente alto para garantir uma vaga de deputado pelo ninho tucano, ficar no partido não lhe trará dificuldades para ser reeleito?

Júlio – Não, de maneira nenhuma. Hoje existe um consenso da minha responsabilidade em ser candidato pelo PSDB. É um partido forte, que também tem um candidato forte (Marconi) ao governo. Com certeza, se você for para um partido pequeno, isso não é garantia da sua eleição ou reeleição. Importante é estar num partido forte, em que você, chegando lá (na Assembleia) tenha condições de fazer alguma coisa, de buscar os benefícios para a nossa região. Para se ter uma ideia, o PSDB tem a maioria de deputados em todas as comissões na Assembleia.

DN – Na recente visita a Niquelândia, o prefeito de Porangatu, José Osvaldo, negou que tenha visitado o prefeito Ronan Batista para angariar o apoio da Capital do Níquel para o senhor. O eleitorado de Niquelândia, somado aos votos que o senhor já aglutinou em outros municípios do Norte, garantiria sua reeleição. O senhor vai buscar votos em Niquelândia?

Júlio – Claro, vou buscar votos, sim, em Niquelândia. Mas também estarei em Uruaçu, em Goianésia, Barro Alto, Nova Glória, Itapaci. Santa Terezinha de Goiás, Campos Verdes, Crixás, Nova Crixás, Mundo Novo, entre outras cidades. Ou seja, irei buscar votos em toda a região, em parcerias, onde já existem pessoas comigo. Como também em outras regiões do Estado, em Fazenda Nova, Turvânia, Nazário, Bela Vista de Goiás, Itumbiara. Hoje, o conhecimento a meu respeito, ao meu trabalho, é muito maior que em 2006. Naquela época, eu era um candidato do Norte. Hoje, eu sou um candidato que extrapola as fronteiras do Norte.

DNApós os 22.816 votos obtidos na eleição passada, o senhor trabalha com a expectativa de angariar qual quantidade de votos, em outubro?


Júlio – Eu trabalho para ter os votos necessários. Não sei se serão 30 mil ou 40 mil votos, mas quero estar entre os 41 deputados que serão eleitos. No meu partido, o PSDB, creio que faremos de 10 a 12 deputados estaduais. E quero ser eleito, nem que seja o décimo segundo colocado.

DN – No âmbito estadual, o senhor ainda acredita na reedição do Tempo Novo, cuja frente de partidos da então base aliada garantiu três mandatos à frente do Governo de Goiás?

Júlio – É muito difícil, mas ainda existe a esperança. De qualquer maneira, nós já temos o melhor candidato para o Estado de Goiás, que é o senador Marconi Perillo. Eu não tenho dúvida nenhuma disso. Agora, se ele (Marconi) puder agregar ainda mais partidos, sua a eleição ficará mais fácil.

DN – Deixando a política um pouco de lado, é inevitável falarmos da tragédia em sua família, já que um sobrinho do senhor morreu vítima de dengue em Porangatu. Afinal de contas, quem errou para que se chegasse à essa situação na cidade de Porangatu?

Júlio – Olha, o problema da dengue é de responsabilidade de todo mundo. E, por incrível que pareça, quanto maior o poder aquisitivo, é maior a tendência de se contrair dengue. A falha, nesse caso, foi não ter mostrado o que é a dengue, foi não ter chamado a sociedade e a imprensa, pois o trabalho de vocês é importantíssimo. Realmente, foi muito triste, pois eu perdi meu sobrinho, uma coisa muito difícil, que eu não desejo para ninguém. Mas não adianta jogarmos a responsabilidade numa pessoa só. Mas tem que ter alguém para chamar a atenção para esse problema. Espero que essa vítima tenha servido de exemplo para que outros casos assim não aconteçam.

DNSendo mais direto: o prefeito José Osvaldo, seu ex-vice-prefeito e apadrinhado político, falhou nessa situação?

Júlio – Não só ele, mas todo mundo falhou. Ele (José Osvaldo) teve a boa vontade, mas não teve a visão do que representa isso (os perigos em função da proliferação do número de focos mosquito Aedes aegypti). O José Osvaldo tem feito a parte dele, mas podia ter convocado a sociedade para que, cada um, também contribuísse para evitar a dengue em Porangatu.

Euclides Oliveira

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