segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Marconi: Twitter é humanidade!


Diário da Manhã

Twitter não é tecnologia, é humanidade

A cada dia, aprendo mais com a minha experiência no Twitter, ferramenta de interação on-line que em julho de 2009 possuía mais de 8,3 milhões de usuários no Brasil e hoje pode ter dobrado esse número. Cotidianamente, quando arrumo tempo entre um compromisso e outro, converso com muitas pessoas e me mantenho atualizado e bem informado no Twitter. Até comprei um smartphone para twitar em movimento. Já estou alcançando a marca dos 8 mil seguidores e vejo que sempre há espaço nas redes sociais para o debate de ideias em alto nível, sobretudo em se tratando de temas políticos e culturais.

Para quem ainda não conhece o Twitter, recomendo a leitura do livro de Juliano Spyer – Tudo o que você precisa saber sobre o Twitter (você já aprendeu em uma mesa de bar) –, que pode ser baixado gratuitamente na internet no site http://www.talk2.com.br/debate/talk-show-sobre-o-twitter. De forma didática e bem humorada, Spyer explica em detalhes a concepção da ferramenta e dá dicas sobre como utilizá-la de forma eficiente.

Quem me falou pela primeira vez sobre o Twitter foi o governador José Serra, em São Paulo. Serra é um twiteiro apaixonado e todas as madrugadas abre o seu microblog para trocar ideias com os seus milhares de seguidores. Em Goiás, muitos políticos também já aderiram à moderna ferramenta tecnológica que permite, entre outras coisas, buscar informações, opinar sobre o noticiário da imprensa, pedir ajuda, dar risadas, criar vínculos e cultivar relacionamentos de maneira saudável e positiva. Como disse um dos criadores da ferramenta, Biz Stone, “Twitter não é tecnologia, é humanidade, pois auxilia pessoas, sociedades, etc”.

O Twitter é como uma esquina virtual na qual a gente encontra velhos amigos e amigas e faz novos. Essa frase já virou chavão, mas gosto de repeti-la pela felicidade com que define esse instrumento que está balançando a internet. O limite de 140 caracteres por cada postagem impõe objetividade aos textos e confere agilidade à interação. A impressão que se tem é que microblog é um grande radar captando o que milhões de pessoas estão pensando e fazendo num determinado momento. E tudo num ambiente onde a liberdade de expressão é respeitada como bem supremo e inalienável.

Tenho recebido valiosas sugestões no Twitter para o meu trabalho no Senado. Vejo outros parlamentares fazendo o mesmo. De forma espontânea, pessoas dos mais variados segmentos profissionais fazem ponderações, formulam teses e oferecem subsídios que aproveito para transformar em ações concretas e projetos de lei. Uso também o Twitter para responder a questionamentos sobre posicionamentos políticos e externar minha visão dos fatos que se sucedem no dia-a-dia. Jornalistas, estudantes e profissionais de inúmeros setores enviam frequentemente perguntas sobre matérias que tramitam no Congresso Nacional - e dialogamos de forma produtiva para todos.

As redes sociais são instrumentos modernos de comunicação e não podem ser ignoradas pelos governantes. Defendo que todos os níveis de gestão pública se abram através das ferramentas da tecnológicas da informação e quebrem antigos paradigmas, adotando sistemas de comunicação on line e interagindo diretamente com a população. Medidas coma liberação do acesso às redes sociais nas repartições governamentais e a universalização da banda larga, como o governador Serra institucionalizou em São Paulo, não só geram economia e garantem maior controle e transparência corporativa, mas também permitem a necessária oxigenação do serviço público.

A Prefeitura de Goiânia e o Governo de Goiás, a exemplo de tantas outras instâncias do Poder Público no nosso Estado, ainda vivem num universo analógico e precisam se adequar aos tempos da tecnologia digital. Essa modernização é fundamental para uma cidade e um Estado que necessitam avançar e assegurar competitividade econômica, sobretudo diante das exigências dos investimentos industriais e do mercado que se sofistica cada vez mais frente a complexidade das novas demandas.

Com ferramentas como Twitter, inicia-se um novo ciclo no processo da tomada das decisões no âmbito das empresas e dos governos. Negar a influência e desconhecer esse tipo de inovação, rotulando, por exemplo, o Twitter como "artifício de imprensa", é fechar os olhos e perder o passo diante da revolução tecnológica que toma conta e redesenha a face do mundo. Vou mais longe: com as redes sociais, a improvisação e o autoritarismo definitivamente estão com os dias contados.


Marconi Perillo é senador (@marconiperillo)

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