segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Íris: Fanfarrão!

Diário da Manhã

Pelo Twitter, Marconi rebate críticas de Iris a seu governo
Senador censura administrações do PMDB e enumera ações do seu mandato

A exemplo do que fez durante a semana, em resposta aos ataques do secretário estadual da Fazenda, Jorcelino Braga, o senador Marconi Perillo (PSDB) usou ontem o Twitter para responder às críticas feitas a ele no sábado pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). O peemedebista havia dito que o Estado “regrediu” com a chegada do PSDB ao poder, em 1999. Reclamou da extinção de alguns órgãos e secretarias por conta da reforma administrativa patrocinada por Marconi no seu primeiro mandato, que chamou de imperdoável. “Veja a situação em que está a Celg, a situação difícil que atravessa a Saneago. São empresas que não têm concorrentes e chegaram a essa situação, agora ficam aí querendo atirar nos outros. Eu fui governador duas vezes, a Celg não tinha problemas”, disse Iris. O senador, por sua vez, dedicou 14 postagens para rebater o prefeito.

“Houve um tempo em que Goiás só era lembrado pela imprensa nacional nas páginas policiais, graças aos escândalos de corrupção”, lembrou Marconi. “Ou era lembrado pelo fim de projetos grandiosos como o Rio Formoso e Alto Paraíso, só porque foram criados pelo governo Ary Valadão (1978 a 1981). Houve tempo em que só se falava de perseguição política e massacre ao funcionalismo público. Tempo de notícias sobre o fim do Parque da Criança, idealizado pelo governo (Henrique) Santillo (1986 a 1989). Tempo de notícias sobre o desmonte do setor de saúde. Tempo em que quebraram todas as instituições financeiras do Estado, como BD (Banco de Desenvolvimento), Caixego e BEG (Banco do Estado de Goiás). Tempo em que o patrimônio do Estado era dilapidado, com a entrega de Corumbá e a venda de Cachoeira Dourada a preço de banana. Tempo em que foi constituída irresponsavelmente em Goiás a maior dívida proporcional de um Estado em todo o Brasil. Tempo em que as exportações e o PIB eram pífios e não havia compromisso com a saúde, a educação e a segurança pública. Tempo em que não havia programas sociais e os mais humildes eram abandonados à própria sorte”, respondeu o senador. “Quem é o hipócrita responsável por tudo isso? Quem foi o coveiro do Estado?”

Marconi afirmou que, em seu governo, que durou de 1999 a 31 de março de 2006, o Produto Interno Bruto (PIB) de Goiás aumentou três vezes, o que possibilitou investimentos “maciços” em saúde, segurança e educação. Lembrou ainda que, durante os seus dois mandatos, foi criada o que chama de “a maior rede de inclusão e proteção social do País, copiada até pelo governo Lula”. Ressaltou que, com os avanços promovidos pelo PSDB, a autoestima da população sofreu reflexos positivos imediatos, e que Goiás “passou a ser respeitado” em todo o Brasil. Encerrou com uma pergunta aos seus 7.836 seguidores (número relativo às 17h23 de ontem): “agora pergunto: será que isso é regredir ou progredir?”

REAÇÃO

O PSDB também reagiu às declarações de Iris. Segundo o deputado Jardel Sebba, em seu Twitter, “Iris defendeu punição para si próprio e para o seu partido”, uma vez que as dificuldades da Celg são decorrentes da venda da Usina de Cachoeira Dourada, que se deu no Governo Maguito, segundo revelações da CPI em andamento na Assembleia. Quanto ao suposto deficit, Jardel lembrou que é um assunto ainda não provado e que “o único fato comprovado é que os governos do PMDB legaram aos seus sucessores a maior dívida proporcional dos Estados brasileiros”.

Outro deputado tucano, Daniel Goulart, disse que Iris “está apostando numa possível memória curta do povo, pois foram os governos do PMDB que cometeram os maiores equívocos administrativos da história de Goiás e também da Celg”. Ele acha que “a declaração de Iris só pode ser deboche, porque o prefeito pressupõe que as pessoas se esqueceram dos escândalos das administrações peemedebistas, o que não é verdade, mesmo porque, até hoje, quase 12 anos depois da derrota do PMDB nas urnas, continuam aparecendo casos de corrupção daquela época”.

Mais duro, o deputado federal Carlos Alberto Leréia vai direto ao ponto: “Concordo com Iris, o povo precisa mesmo punir os políticos que quebraram as instituições financeiras do Estado – BEG, BD e Caixego. Precisa punir quem inviabilizou a Celg entregando as usinas de Corumbá e Cachoeira Dourada. Precisa punir quem fechou o HGG e desmantelou o sistema de saúde do Estado. Precisa punir quem se enriqueceu às custas do dinheiro público, em escândalos de repercussão nacional”, afirmou.

Para o deputado Leonardo Vilela, presidente do PSDB, “o povo já puniu o PMDB, mas mesmo assim eles não perderam a arrogância”. O parlamentar acha que “é preciso refrescar a memória de Iris: é piada ele dizer que não tem nada a ver com a dívida do Estado ou que a Celg não teve problemas nas gestões dele”. O parlamentar argumenta que “Marconi Perillo recebeu o Estado arrasado em 1999, pagou R$ 1 bilhão de dívidas, não fez novos empréstimos e deu a volta por cima: fez 5 mil obras, recuperou a autoestima dos goianos antes só lembrados pelos escândalos administrativos, fez o PIB triplicar em 8 anos, investiu em todas as áreas e, inclusive, construiu o Crer com o dinheiro da corrupção do PMDB no Caso Caixego”.

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