quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Popular

Vida útil de barragem é ampliada
Saneago faz novo cálculo e estima que reservatório do João Leite abastecerá a região até 2040

Malu Longo

O reservatório formado pela Barragem do Ribeirão João Leite poderá atender à população da região metropolitana de Goiânia com água potável até 2040. A informação é do diretor de Engenharia da Saneamento de Goiás (Saneago), Mario João de Souza. Ele acrescentou que a nova previsão está relacionada à estimativa do crescimento populacional, que foi menor do que o esperado por ocasião da elaboração do Plano Diretor de Água da capital, em meados da década de 90.

Conforme o engenheiro, naquela época a Saneago estimou que o reservatório do Ribeirão João Leite poderia abastecer a Grande Goiânia até o ano de 2025. “A população cresceu menos do que o previsto, por isso estamos ajustando o planejamento”, explicou. De acordo com Mario João, quando o Plano Diretor de Água foi elaborado, a estimativa é de que a região metropolitana da capital teria 2,3 milhões de habitantes em 2025, mas estudos têm mostrado que o crescimento populacional será menor.

“Para 2,3 milhões de habitantes precisaríamos de uma vazão de 6 metros cúbicos – ou 6 mil litros – por segundo e nossa meta é chegar a 8 metros cúbicos por segundo”, explicou Mário João. A capacidade inicial de tratamento da estação será de 4 metros cúbicos por segundo.

As obras da barragem tiveram início em 2002, mas sofreram um atraso de cinco anos. Somente no dia 11 de dezembro passado as comportas foram fechadas. Ontem, o lago já estava na cota 732, faltando apenas 17 metros para atingir a cota máxima, que é de 749 metros acima do nível do mar, o que deverá ocorrer em três meses.

O engenheiro Mario João explicou que uma série de fatores provocou o atraso da obra. A região inundada possui indícios de ocupação pelo homem de mais de 400 anos, o que levou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a realizar resgates arqueológicos. A aquisição de propriedades na área inundável também demandou muito tempo. E, para completar, segundo ele, a desvalorização do dólar em relação ao real obrigou o Estado a buscar outras fontes de recursos para garantir o término da obra.

Quase 100% das obras da barragem do novo sistema João Leite foram concluídas onde já foram investidos R$ 187 milhões, incluindo 34 programas, entre eles ambientais e sócio-ambientais. Para a construção das adutoras de água bruta e tratada, das elevatórias e da Estação de Tratamento de Água (ETA), cujas ordens de serviços já foram assinadas, serão exigidos mais R$ 190 milhões.

As obras devem ter início ainda este mês. No total, o novo sistema terá um custo de R$ 500 milhões. O lago já é visível para quem passa pela rodovia BR-060, entre Goiânia e Anápolis. A nova estação de tratamento de água vai substituir a atual, que capta a água do Ribeirão João Leite no Setor Santa Genoveva e foi construída na década de 50. A estação terá capacidade inicial de tratar 4 metros cúbicos – ou 4 mil litros – por segundo e o dobro de capacidade final.

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