sexta-feira, 19 de março de 2010

CELG:governo continua lento

 


 
POLÍTICA

Crise na CELG

Assembleia avalia apressar votação
Pressionada, casa agora estuda realizar audiências públicas sobre venda de ações até o fim do mês

Erika Lettry

Pressionada pelo governo estadual, por prefeitos e por entidades, a Assembleia Legislativa tenta construir uma alternativa para votar mais rapidamente o projeto que vende ações da Celg para a Eletrobrás. A proposta é realizar as audiências públicas antes do dia 30 deste mês – data em que o Conselho de Administração da Eletrobrás se reúne.

Ontem alguns deputados que votaram favoravelmente ao requerimento do líder do PSDB, Jardel Sebba, para realizar audiências até 8 de abril já defendiam aceleração do processo. Entre eles estavam Mara Naves, Romilton Moraes e Thiago Peixoto, todos do PMDB, que justificaram desconhecer que existia um prazo tão curto para que o projeto fosse aprovado. “Se existe um prazo, vamos acelerar. É questão de consciência, não mais de política”, afirmou Mara, líder da bancada peemedebista.

Mara informou que defendia uma posição pessoal, mas que existem opiniões divergentes na bancada. Ela também confessou que faltou mais diálogo com os colegas antes de decidirem apoiar o pedido de Jardel. “Mas não passou da hora. Ainda é tempo de tomar posição”, disse.

“Não vejo por que não levar em conta os argumentos do governador. Mas precisamos desse convencimento de que há urgência, que o governador nos explicite isso”, pediu Romilton. Thiago Peixoto defendeu as audiências públicas, mas avaliou que elas podem ser realizadas antes do dia 30 deste mês.

Apesar destes discursos, a bancada se reuniu ontem e decidiu por maioria que, por enquanto, não vai mudar o seu posicionamento. Na ala dos que não querem recuo estão José Nelto, Samuel Belchior e Paulo Cézar Martins. “Mesmo que não possa debater o projeto vou votar favorável. Mas se não puder, pode fechar as portas da Assembleia”, discursou José Nelto. Na terça, a sigla se reúne novamente para tratar do assunto.

Prefeitos

Na tarde de ontem cerca de dez prefeitos, liderados pelo pré-candidato da frente governista e prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PR), e pelo presidente da Associação Goiana dos Municípios (AGM), Abelardo Vaz (PP), estiveram no gabinete do presidente da Assembleia, Helder Valin (PSDB), para pedir apoio à agilização do projeto. Os prefeitos também conversaram com representantes de PMDB, PSDB, PT, PDT, PSB, PT do B, PTB e PSC.

“Os municípios, que esperam ansiosos por recursos, não podem ser penalizados. (O presidente da Casa, Helder) Valin foi receptivo e disse que vai conversar com os deputados para ver se resolve até o dia 25”, revelou Vanderlan.

Mais cedo, Valin manteve o tom duro contra o governo em discurso na tribuna, reforçando que não serão alguns dias que irão inviabilizar a negociação com a Eletrobrás. “Fomos colocados sob pressão. Mas se temos de dar uma resposta, que seja positiva. Algum deputado sabe quais metas o governo tem de cumprir para não perder a gestão da Celg?”, questionou, comentando o artigo 2º do projeto. Há previsão de que o governador converse hoje com Valin. O encontro ocorreria ontem à noite, mas Alcides não chegou a tempo de viagem.

Os deputados do PT do B Wellington Valim e Tiãozinho Costa, que haviam votado pelo adiamento da votação na terça-feira, após conversa com os prefeitos, decidiram apoiá-los. “Vamos tentar sensibilizar o deputado Jardel e antecipar a audiência para segunda-feira à noite, como as entidades também pediram”, contou Tiãozinho.

Caso ele não seja sensibilizado, os prefeitos vão pedir uma nova votação para derrubar o requerimento. Um peemedebista avaliou que, após o mal-estar causado pela pressão de Alcides, seria necessário que o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga (PP), fosse à Casa: “Isso criaria um fato para desatar o nó”, disse.

Durante o discurso do colega tucano Daniel Goulart, Júlio da Retífica pediu um aparte e disse que o governador deveria ter falado com a mesa diretora da Casa. Segundo Júlio, há ainda possibilidade de consenso na questão. Um governista já acredita que há maioria suficiente para tentar uma nova votação, derrubando a solicitação anterior.

O governador recebeu ontem no Palácio seis parlamentares para falar da Celg: Paulo Cézar Martins, Mara Naves (acompanhada do marido Gilberto Naves, prefeito de Goianésia), Adriete Elias, Tiãozinho Costa, Isaura Lemos (PDT) e Misael Oliveira (PDT).

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