sexta-feira, 26 de março de 2010

Todos lá!


 


De quem é o Rock pelo Niemeyer?

Em 2009, um elefante que já estava pra lá de pálido tornou-se albino de vez.

Explico: funcionando aos trancos e barrancos desde sua “inauguração”, o Centro Cultural Oscar Niemeyer fechou definitivamente suas portas no ano passado para o Goiânia Noise Festival – a mais reconhecida (nacional e internacionalmente) manifestação cultural do Estado de Goiás. A alegação era de que, em novembro, data de realização do festival, as obras de conclusão do referido centro cultural estariam a pleno vapor. Condições para realizarmos ali a 15ª edição do Goiânia Noise existiam. Afinal, nos três anos anteriores o evento foi um sucesso e, graças à ocupação do espaço, acabou por se consolidar como “o mais importante festival de música independente brasileira”, nas palavras do ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Como nem só de Rock deve viver o Centro Cultural Oscar Niemeyer, saudamos a atitude de concluir esta obra que, com uma gestão competente, pode mudar em definitivo a tacanha vida cultural do Estado. Mas não foi o que aconteceu.

Diante da mastodôntica inércia relacionada ao alvo paquiderme que repousa à beira da morte na saída para Bela Vista, resolvemos articular uma manifestação cobrando do poder público a devida solução para este problema que tanto envergonha nossa região. O Rock pelo Niemeyer não é uma manifestação para apontar os culpados pelo descaso em relação ao centro cultural. Consideramos isso improdutivo, desgastante e... bem, todo mundo minimamente esclarecido sabe quem são os responsáveis.

O que queremos é que as obras sejam concluídas para que o centro cultural possa, no menor espaço de tempo possível, cumprir o papel que lhe foi destinado. 2010 é um ano eleitoral e sabíamos desde o início que as movimentações em prol do Niemeyer iriam chacoalhar a vida política local.

Sabíamos que toda sorte de políticos que não moveram uma palha pelo espaço nos últimos anos buscariam uma carona no nosso bonde (ou trio elétrico). Sabíamos até que vários deles fariam de tudo pra se apropriar da nossa manifestação. O Rock pelo Niemeyer é suprapartidário, tem nome, endereço e CPF: ele é uma realização da Monstro Discos e da Fósforo Cultural, em parceria e com o apoio da esmagadora maioria dos produtores culturais goianos. O que queremos da classe política é que ela trabalhe no sentido de solucionar o problema do centro cultural. E se você está com medo de que a manifestação se converta em palanque de malandro, por favor, compareça. Em nosso trio elétrico, político não sobe.

Márcio Júnior é mestre em Comunicação Social pela UnB e sócio da Monstro Discos

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