sexta-feira, 19 de março de 2010






CIDADES

Casos de dengue já somam 54 mil
Apesar do avanço, ritmo de novas infecções começa a diminuir em todo o Estado

Carla Borges

A notificação de novos casos de dengue no Estado tiveram uma redução de aproximadamente 40%, considerando os números da décima semana epidemiológica (até o dia 13 deste mês) em relação ao auge da pior epidemia já vivida no Estado, ocorrido na terceira semana, entre 17 e 23 de janeiro. Em Goiânia, a redução, também em comparação com o pico da doença, foi ainda maior: 55%. Ainda assim, foram mais de 3 mil novos doentes no Estado.

Os dados, divulgados ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), apontam para um maior resultado das medidas de intensificação do combate à doença, mas a epidemia continua avançando.

Até o dia 13 deste mês, foram notificados em todo o Estado 53.981 casos de dengue, número 507,6% maior do que no mesmo período do ano passado, quando foram registrados 8.884 casos. Goiás tem 17 mortes confirmadamente provocadas pela dengue, das quais 8 por complicações da doença e 7 por dengue hemorrágica. Outras duas aguardam exames para classificação. Estão sob investigação 36 mortes que podem ter sido provocadas pela doença.

“Vivemos a maior epidemia da doença, não é porque tivemos uma redução no avanço da doença que deixaremos as ações de lado”, alertou a gerente de Vigilância Epidemiológica da SES, Magna Maria de Carvalho. Ela credita a queda na notificação semanal de casos à intensificação das ações de controle e combate ao mosquito Aedes aegypti, especialmente ao uso do inseticida para combater o mosquito adulto, o fumacê.

Na décima semana epidemiológica, foram registrados no Estado 3.667 casos de dengue, número 40% menor do que na terceira semana, quando foram feitas 6.439 notificações. Em Goiânia, foram 1,7 mil casos na décima semana, número 55% menor do que o do final de janeiro, quando chegaram a ser notificados mais de 3,8 mil casos da doença em uma única semana. “Goiânia e Aparecida concentravam 70% dos casos, porcentual que caiu para 50%”, informou Magna.

Apesar disso, a capital continua sendo a cidade com o maior número de casos registrados, 30.113, seguida por Aparecida, com 5.350, e Rio Verde, com 1.169 casos. “Percebemos que houve uma migração da doença para o interior”, destacana. Um dos exemplos é Jataí, no Sudoeste do Estado, que na semana passada ocupava o penúltimo lugar no ranking dos municípios com maior número absoluto de casos, e agora aparece em quinta colocação, com 799.

Fumacê

A diretora de Vigilância em Saúde (SMS), Cristina Laval, observa que a redução nas notificações coincide com o período projetado, a partir da intensificação das ações preventivas e da aplicação do fumacê, em 12 de fevereiro. “Falamos que levaria de 15 a 20 dias para ter o efeito da quebra de transmissão, o que de fato ocorreu”, destacou. “A avaliação é positiva, principalmente porque as chuvas continuam e conseguimos esse resultado”. Os relatórios de visitas domiciliares feitos pelos agentes de combate a endemias apontam também redução no índice de infestação por larvas do mosquito. No Setor Pedro Ludovico, ele já é inferior a 1%.

Manejo ambiental deve ser reforçado

Carla Borges

Passado o auge da maior epidemia de dengue em Goiás, os gestores municipais devem investir em ações de manejo ambiental, com ações como limpeza de terrenos baldios, para eliminar os ovos do Aedes aegypti, que podem ficar até 450 dias em condições viáveis, esperando por chuvas para eclodirem. O alerta é da gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Magna Maria de Carvalho.

“Não pode haver um relaxamento das ações, ou os resultados virão depois”, ressaltou a gerente. O manejo é feito com as visitas domiciliares, feitas pelos agentes de combates a endemias, mas também deve ser uma preocupação constante da população, que deve fazer sua parte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário