quarta-feira, 31 de março de 2010

E os investimentos?


 




Violência cresce 105% em Goiás
Estudo leva em consideração o número de mortes violentas e a população, na última década

Rosana Melo

O número de assassinatos em Goiás cresceu 105,2% entre os anos de 1997 e 2007. O índice deixou o Estado em oitavo lugar entre os que registraram aumento da violência criminal. Os dados constam do Mapa da Violência – Anatomia dos Homicídios no Brasil – 2010, elaborado pelo Instituto Sangari, organização não-governamental que realiza a pesquisa anualmente, há uma década. O Mapa tem como fonte o Sistema de Informações sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, o que pode divergir das estatísticas de mortes registradas pela Delegacia de Investigações de Homicídios.

O estudo revelou também, entre outras coisas, que houve uma queda de 4,4% no número de homicídios das capitais brasileiras entre 1997 e 2007, quando se leva em consideração o número total da população. Os dados expostos permitem afirmar que a década foi atípica na história recente do País, já que é possível observar uma queda nos índices de assassinatos no País. Até 2003, os números eram crescentes e declinaram, pelo menos nas maiores capitais brasileiras. Isso, segundo os responsáveis pela pesquisa, deve-se ao Estatuto do Desarmamento, que entrou em vigor nos últimos dias de 2003 e ao sucesso de algumas políticas estaduais em alguns Estados, como no Rio de Janeiro e São Paulo.

Nesta comparação, Goiânia, que em 1997 ocupava a 21ª posição no ranking das capitais, com uma taxa de 22,1 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2007 ocupava a 15ª posição entre as capitais brasileiras, com 34,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. Em relação ao total da população, a capital aparece em 10º lugar, registrando um aumento de 89,8% no número de crimes de morte na década. Em 1997, o estudo aponta que ocorreram 226 assassinatos em Goiânia. Em 2007, seriam 429.

No número coletado junto ao Ministério da Saúde, o estudo computa como sendo homicídio ocorrido em Goiânia, mortes violentas registradas em hospitais da capital, sem levar em consideração o local onde o crime foi cometido. Em 2007, segundo a Delegacia de Homicídios, ocorreram em Goiânia 315 assassinatos. O estudo aponta também que, dos 5.564 municípios brasileiros, 300 tiveram os maiores aumentos nas taxas de assassinatos da década. Destes, dez ficam em Goiás. Maurilândia, que ocupa o 84º lugar no ranking, teria uma taxa de 57,9 de homicídios para cada grupo de 1 mil habitantes. As outras cidades goianas são Formosa, Luziânia, Flores de Goiás, Cidade Ocidental, São João d’Aliança, Valparaíso de Goiás, Abadia de Goiás, Teresina de Goiás e Novo Gama.

De acordo com a pesquisa, em Goiânia, houve um aumento de 160% no número de assassinatos de jovens entre 15 e 24 anos entre 1997, quando foram registradas 65 mortes pelo MS, e 2007, quando ocorreram 169 crimes de morte. Quando se fala em população com faixa etária entre 15 e 29 anos, Goiânia deixou o 24º lugar, com taxa de 33,1 para grupos de 100 mil habitantes em 1997, para a 17ª posição, em 2007, com 70,8.

Número de mortes supera países em guerra

Rosana Melo

O Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil, do Instituto Sangari, revela que 512,2 mil pessoas foram mortas no Brasil entre os anos de 1997 e 2007, o que ultrapassa o número de mortes em países em guerra como a Chechênia (1994 a 1996), Guatemala (1970 a 1994) e El Salvador (1980 a 1992), por exemplo.

Se o ano a ser comparado for 2005, por exemplo, o Brasil fica em sexto lugar entre os países com as maiores taxas de homicídio, se considerada a população total do país. Na frente do Brasil, cuja taxa é de 25,8%, estão El Salvador, Colômbia, Guatemala, Ilhas Virgens e Venezuela. No Centro-Oeste brasileiro foram assassinadas, entre 1997 e 2007, mais de 38 mil pessoas, das quais, 12.439 foram executadas em Goiás. Em Goiânia, segundo dados do Ministério da Saúde, 4001 pessoas foram mortas entre 1997 e 2007.

Segundo o Mapa, os maiores índices de homicídio no Brasil concentram-se na faixa de 15 a 24 anos, com pico entre os 20 e os 21 anos, com 36,6% dos homicídios. Vale lembrar, como a própria pesquisa ressalta, que os jovens nessa faixa representam 18,6% da população em 20O7.

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