Política & Justiça
Frederico Jayme Filho
“PMDB perdeu últimas três eleições por autoritarismo”
Ex-deputado condena arrogância do partido e, em resposta a Maguito, que o retaliou, lembra que o prefeito perdeu em 2006 por falta de humildade
Alexandre Bittencourt
Em novo capítulo da crise interna do PMDB, o ex-deputado e ex-conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Frederico Jayme Filho (PMDB) respondeu ontem, em entrevista ao DM, críticas que sofreu do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Maguito o condenou por expor, em público, insatisfação com manifestações de “arrogância” e “prepotência” com a coordenação de campanha do candidato a governador do PMDB, Iris Rezende – notadamente Mauro Miranda, que “convidou os descontentes a pedir votos com o próprio carro e a própria gasolina”.
“Maguito diz que nós, colegas de partido, deveríamos resolver os problemas internamente em vez de externá-los na mídia, mas ele é incoerente quando afirma isso. Por que, então, ele se dirigiu ao jornal para comentar minhas declarações? Poderia ter dito ao DM que iria me ligar e conversar comigo sobre a questão. Foi incoerente”, afirma Frederico.
“O PMDB perdeu as últimas três eleições, que já estavam ganhas, por causa de autoritarismo, arrogância e falta de humildade. Por que existe isso na nossa campanha?”, argumenta o ex-deputado. “Maguito questiona a lavagem de roupa suja na mídia, mas na campanha dele, em 2006, em que ajudei a coordenar, este sistema que ele defende não funcionou. Ele tinha uma campanha vitoriosa, praticamente ganha, mas de repente foi por ‘ralo abaixo’ porque não se debatia interna nem externamente”, diz. “Digo tudo isso para alertar o PMDB, para expor ao partido os erros que estão sendo cometidos a fim de que sejam corrigidos”.
IRONIA
Frederico também usou a ironia para comentar as críticas de Maguito. “‘Lavar roupa suja em casa’ é um termo pra lá de ultrapassado. Pertence a um passado longíquo. Vem daquela época em que havia pessoas que lavavam roupas nas fontes, em público, e outras achavam errado limpar peças íntimas na frente dos outros. Então se dizia que roupa suja se lavava em casa”, afirma. “Hoje não, hoje é diferente. Temos grandes lavanderias. Por isso discordo dele e acredito que discussões não podem ficar restritas a quatro paredes”, dispara.
O ex-deputado lembra ainda que não foi ele, mas Mauro Miranda quem expôs divergências partidárias internas pela primeira vez em público. “Foi ele quem escurraçou os companheiros que fizeram posicionamentos contrários ao andamento da campanha via imprensa”.
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