domingo, 15 de agosto de 2010

Valéria Perillo: a nossa Primeira-dama!





Opinião

Só com Marconi teremos 1ª dama

Mara Nei Elias
14 de Agosto de 2010

A democracia do voto demorou a chegar para as mulheres. Votar tornou-se um direito e um dever, exercido porém com excessiva timidez e subordinação pelo segmento feminino. Por sua vez, mulher disputar eleição raramente acontece, tanto em Goiás como nos demais Estados. Basta avaliarem-se os números das eleitoras (51,3% – mais da metade) e os de ocupantes de cargos eletivos. Essa lamentável desproporção ainda deve perdurar longamente, diante da pequena concorrência de candidatas aos diversos cargos, em outubro próximo.

Ao analisar a atual situação política da mulher goiana, constatamos sua inexpressividade, tanto nos postos eletivos quanto nos administrativos. Fora os setores da educação e da saúde, onde se insere mais pelo instinto maternal do que pela autoridade decisória, reservam-se às mulheres espaço limitado – e sempre subordinado aos homens. Daí nossa preocupação em resgatar a função de primeira dama no Estado, a fim de que ao lado do governador haja a presença feminina, para garantir-nos um ambiente palaciano mais acolhedor e estimulante.

Mesmo contando com maioria absoluta de eleitoras mulheres, nossa participação precisa ser reforçada em todos os níveis, para equilibrar a atuação nos três poderes constituídos do Estado. Senão vejamos: das vinte vagas de Goiás no Congresso Nacional, apenas três são ocupadas por mulheres: uma no Senado e duas na Câmara Federal; dos 41 deputados estaduais, só sete são mulheres; os 246 municípios goianos contam com o restrito número de 18 prefeitas; pouco mais de cem se elegeram para as 246 Câmaras, restando a maioria dos legislativos com total ausência feminina; também no Poder Judiciário a situação se configura no mesmo patamar de inferioridade numérica, tanto que dos 36 desembargadores do Tribunal de Justiça apenas três mulheres ocupam o honroso cargo.

Ao lado de algumas valorosas companheiras, capitaneadas pela ex-primeira-dama Valéria Perillo, desenvolvemos amplo trabalho de mobilização das lideranças femininas do Estado – prefeitas, vice-prefeitas, vereadoras, atuais e ex-primeiras-damas, esposas de vice-prefeitos e outras idealistas da política. Com a experiência de primeira-dama de Aragarças, durante o segundo mandato de Marconi Perillo, conhecemos de perto o trabalho de sua companheira. Se lutamos agora pelo seu retorno é porque, entre os candidatos competitivos, vislumbra como único a contar com efetiva parceria da esposa, já que a mulher de seu principal concorrente disputa reeleição para deputada federal.

Com tamanha força política, representada por mais da metade do eleitorado, as mulheres goianas não deverão permitir que o Palácio das Esmeraldas continue carente da presença feminina. Infelizmente, a ausência de primeira-dama, como aconteceu nos últimos anos, não deixa saudade e não pode se repetir, até em respeito à tradição e à família goiana, habituada com o compartilhamento pelo casal das funções do Executivo.

Portanto, mulheres, conclamamos a todas: vamos nos unir para resgatar a importante participação da primeira-dama no Palácio, outrora enaltecido por dona Gercina Borges Teixeira e mais recentemente por Valéria Perillo, certas de que sua atuação valorizará nossa luta.

Mara Nei Elias é advogada (maraneielias@hotmail.com)

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