sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Iris e Maguito: dupla da mentira!

Diário da Manhã

A História não perdoará Iris e Maguito. E não só pela Celg

Mostrando, mais uma vez, a sua tremenda falta de ética, já que, como membro da CPI da Celg, deveria resguardar as suas opiniões para garantir a imparcialidade da sua atuação, o deputado José Nelto colocou o carro na frente dos bois e já anunciou, pelo Diário da Manhã, que o senador Marconi Perillo é o responsável pela difícil situação atual da empresa.

Goiás inteiro sabe que José Nelto é um parlamentar que, além de não ter ética, também carece de credibilidade. Ele se tornou notório por acusar sem provas e o seu ímpeto denuncista é tamanho que não costuma agredir só os adversários: dias atrás, na própria CPI, apontou irregularidades graves que teriam acontecido na Celg na época em que Iris Rezende era governador.

A meu respeito, o parlamentar escreveu que estou com os meus bens bloqueados. Como sempre, mentiu. Não é verdade e qualquer cidadão pode conferir no site no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Quem corre o risco de ter bens bloqueados é o deputado José Nelto, que está sendo processado pelo Ministério Público por supostamente manter funcionários fantasmas no seu gabinete, os quais repassam a eles os seus salários mensais .

Quanto a Iris Rezende, ele é que de fato e verdadeiramente iniciou o processo de desmonte da Celg, ao “presentear” o sistema Furnas com a usina de Corumbá, em troca de uma concessão para construir a quarta etapa de Cachoeira Dourada. Esse projeto consumiu milhões de dólares do mesmo financiamento internacional que custearia Corumbá e nunca conseguiu produzir mais do que 25 MW de um total diário previsto de 190 MW. A quarta etapa não passava de um equívoco técnico, já que o Crea-GO e especialistas, na época, advertiram publicamente o governo Iris da inexistência de vazão para mover as suas duas turbinas, já que o potencial hídrico do Rio Paranaíba era suficiente apenas para as três etapas anteriores.

A esse fato nem Iris nem os seus defensores apresentaram até hoje qualquer tipo de resposta. Sem falar que a Celg já tinha gasto US$ 180 milhões de dólares em Corumbá e só recebeu um ressarcimento de US$ 120 milhões do sistema Furnas, desaparecendo os U$S 60 milhões da diferença. Para Iris, o que havia em Corumbá não era uma usina, mas um “canteiro de obras” – uma falácia que não condiz com a dimensão que o prefeito de Goiânia gosta de se auto-atribuir como homem público.

Mas Iris fez mais para destruir a Celg. Três dias antes do final do seu governo, ele determinou a venda de 667 milhões de ações da empresa na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro e, em vez de capitalizar a Celg, utilizou os recursos para pagar empreiteiros de outros setores do Estado. Essa operação merece uma investigação profunda da CPI, que deveria convocar para depor o próprio Iris, que deu a ordem para a sua execução e em seguida desviou os recursos arrecadados, para prestar os esclarecimentos necessários – se é que Iris tem interesse esclarecer uma manobra escusa que permaneceu oculta nos bastidores de Celg até agora.

Como se vê, o ex-governador Maguito Vilela não agiu sozinho para mandar pelos ares o patrimônio elétrico do povo goiano, construído durante mais de 50 anos e transformado em pó pelas gestões peemedebistas. O deputado José Nelto, ainda que modestamente, também deu a sua colaboração, no período em que mostrou a sua capacidade empreendedora como empreiteiro de linhas de transmissão da Celg, algo que ele esconde da sua biografia e que terminou tragicamente, como ainda pretendo contar aos leitores do DM.

Nos governos Marconi e Alcides Rodrigues, o que houve e ainda há em relação a Celg é a tentativa desesperada de salvar a empresa, irremediavelmente comprometida pelos fatos danosos que aconteceram nas gestões de Iris e Maguito. A Marconi, aliás, é preciso reconhecer um mérito: foi ele quem rompeu o contrato de compra de energia dos novos donos de Cachoeira Dourada a preços superfaturados, contrato esse assinado no governo Maguito. Mas, até o instante em que foi descartado, esse criminoso pedaço de papel provocou uma sangria de R$ 900 milhões na Celg, dinheiro pago a mais por uma energia que outros fornecedores vendiam por preços até 53% menores.

Tudo isso que afirmo aqui e já disse nos meus artigos anteriores se baseia em documentos sólidos, como os relatórios do Tribunal de Contas do Estado e da Fipe/USP. Já Iris e os seus defensores apenas esgrimem palavras desesperadas, sem mostrar nenhuma base documental séria. Não se defendem, apenas procurar criar uma cortina de fumaça atacando o senador Marconi Perillo e ainda por cima com palavras vãs. Por isso, confio nos leitores do DM, que saberão diferenciar entre a afirmação que vem ancorada em fatos concretos e a conversa vazia e demagógica.

Marconi e Alcides não têm culpa no cartório em relação à Celg e José Nelto, ao acusar essas gestões, nada apresenta de válido. Cita fatos que ele não entendeu e que, de qualquer forma, não tem a grandeza fenomenal dos rombos abertos pelas decisões perniciosas de Iris e Maguito quanto ao futuro da empresa. De resto, os relatórios apresentados pelo TCE e pela Fipe são taxativos ao mencionar essas medidas prejudiciais, destacando-se, dentre elas a privatização de Cacheira Dourada como responsável por um desinvestimento de R$ 2,5 bilhões de reais nas contas da companhia.

Mas a História não vai cobrar de Iris e de Maguito somente a “falência” da Celg. Eles são responsáveis e vão responder também pela quebra do Banco de Desenvolvimento, pela quebra do Banco do Estado de Goiás, pelo Caso Astrográfica, pelo Caso Secom I e especialmente pelo Caso Caixego, em que um irmão de Iris teve a prisão decretada como envolvido no desvio de R$ 5 milhões de reais – o maior e mais comprovado escândalo de desvio dinheiro público já comprovado no Brasil.

Perinácio Saylon de Andrade Lima é advogado e ex-diretor comercial da Celg.

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