quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Íris gasta muito com publicidade!

Diário da Manhã

A orgia publicitária de Iris na Prefeitura de Goiânia

Sou um político que se tornou conhecido de todos os goianos pela franqueza e absoluta sinceridade de tudo que falo. Em todos os mandatos que tenho exercido, nunca abri mão de defender os interesses da população e denunciar a corrupção com o dinheiro público. Se necessário, sou duro e enérgico. É assim que me comporto como deputado federal e é assim que vou continuar atuando na política.

Muitas das irregularidades que hoje se tornaram amplamente conhecidas como causa das dificuldades financeiras da Celg foram objeto de denúncias que fiz na época dos governos do PMDB. Os governos de Iris Rezende e Maguito Vilela foram pródigos em ações que desestruturaram a empresa e comprometeram irremediavelmente o seu futuro. Foram eles que jogaram pelo ralo Corumbá e Cachoeira Dourada, usinas que hoje poderiam estar gerando rendimentos milionários para o desenvolvimento econômico do nosso Estado.

Na tentativa desesperada de se defender, o ex-governador Iris Rezende vem dizendo que foram os gastos com publicidade, no governo Marconi Perillo, que inviabilizaram a Celg. Isso é ridículo. Antes de tudo, porque foram as administrações de Iris e Maguito as que mais gastaram em propaganda, seja com recursos da Celg, seja com recursos do próprio Estado. E depois porque essas despesas são ínfimas perto do tamanho do rombo que se abriu com os desinvestimentos provocados pela perda de Corumbá e de Cachoeira Dourada.

Iris, ao criticar gastos com publicidade, não olha para o próprio rabo. Sua gestão na Prefeitura de Goiânia está sendo investigada pelo Ministério Público por pagar anúncios em veículos de comunicação que não circulam na capital e sim em cidades do interior. Há outros processos em andamento, apurando, entre outras irregularidades, a preferência de Iris por uma única agência de publicidade – coincidentemente a mesma que fez as suas duas campanhas para a prefeitura.

Anúncio com dinheiro público não é um mal em si. A Celg, por exemplo, é direcionada pela Agência Nacional de Eletricidade a destinar uma parte do seu faturamento para campanhas de utilidade pública. Já a Prefeitura de Goiânia também é obrigada a investir em propaganda educativa, como no caso dos recursos arrecadados com as multas aplicadas pelos fotossensores. Uma parte, por lei, deveria voltar para a comunidade em forma de campanha de orientação para o trânsito.

Infelizmente, na gestão de Iris, isso não acontece. Os milhões que a prefeitura gasta sem transparência em publicidade são destinados a promover as obras do prefeito e, em consequência, a preparar a sua candidatura a governador nas próximas eleições. Ninguém nunca ouviu falar em campanha educativa de trânsito patrocinada pela prefeitura. Aliás, o prefeito, na sua obsessão pela autopromoção, não permite nem sequer campanhas de prevenção da dengue e o resultado é que Goiânia, a cada ano, bate recordes no número de casos e lamentavelmente também no número de mortes.

Assim, quando Iris fala em “orgia” de publicidade, não tenho dúvidas de que fala sobre um assunto em que é mestre. A sua decantada fama de administrador, na verdade, foi construída à base de um gigantesco investimento em divulgação, capaz até de encobrir equívocos fenomenais como a “doação” da usina de Corumbá para o sistema Furnas, o primeiro passo para a destruição da Celg empreendida pelos governos do PMDB.

Nesse caso, nada é mais verdadeiro que o ditado popular: a verdade tarda, mas não falha. Não foi preciso mais que o trabalho sério e responsável de uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Assembleia Legislativa para mostrar que o “bom” administrador Iris cometeu um dos maiores crimes contra o futuro de Goiás, ao transferir Corumbá para o governo federal em troca de uma reles concessão para a construção da quarta etapa de Cachoeira Dourada – desprezando a opinião de engenheiros qualificados e do próprio Crea-GO, na época, que sabiam ser a obra inconveniente e inviável pela baixa disponibilidade de vazão para mover as novas turbinas.

Basta uma visita ao Ministério Público Estadual para que se verifique que Iris responde, na condição de réu, a inquéritos que buscam apurar despesas irregulares e superiores a R$ 18 milhões com propaganda, através de agências contratadas sem licitação. Uma delas é a Styllus Publicidade, que, além das duas campanhas de Iris à prefeitura, tem no histórico o fato de ter sido o local para onde foram levados os R$ 5 milhões do Caso Caixego, conforme apontou a investigação da Polícia Federal e praticamente confirmaram todos os depoentes do inquérito, que ainda corre na Justiça Estadual.

Isso, sim, é que é orgia publicitária. Sem falar no dinheiro que foi perdido com os escândalos das administrações peemedebistas, entre os quais, de passagem, cito os casos Astrográfica, Secom 1, BEG, BD e Caixego. Hoje, a orgia continua sem freios na Prefeitura de Goiânia, afrontando o cidadão goianiense e desafiando as regras da moral e da legalidade.

Carlos Alberto Leréia é deputado federal pelo PSDB

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