CIDADES
O que estava ruim, ficou ainda pior
Chuvas dos últimos dias danificam estradas e já começam a prejudicar o escoamento da safra no sudoeste
Edimilson de Souza Lima e Adriano Marques
A situação das estradas goianas piorou muito com a intensificação das chuvas, principalmente no Sudoeste de Goiás. Com os transbordamentos de rios e represas, as pistas foram cortadas por correntezas, que levaram de tudo um pouco: asfalto, barranco, meio fio e acostamento.
As pistas mais afetadas entre terça-feira e ontem foram as rodovias federais BR-060, 158 e 364, próximo às cidades de Jataí, Caiapônia e ao distrito de Posselândia, em Guapó, que foram interditadas. Ontem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) visitou a região Sudoeste para avaliar a destruição provocada pela água e as condições de trafegabilidade das BRs. Elas foram liberadas, mas exigem atenção e cuidado redobrados (leia reportagem ao lado).
A precariedade se repete em grande parte das rodovias federais, estaduais e municipais. A situação é especialmente delicada para os produtores rurais, que reclamam de aumento dos custos dos fretes e de perdas com a precariedade do transporte e, como consequência, menor competitividade do setor. O assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, se queixa do que considera imprevidência das autoridades, “que mesmo sabendo que o problema ocorre todos os anos, não se antecipam com uma boa manutenção da malha viária”.
No Centro- Sul do Estado a colheita ainda está praticamente na metade e muitas estradas já estão intransitáveis. A primeira consequência dessa situação para o produtor rural é o encarecimento do frete, pois também aumentam os gastos com a quebra dos veículos e viagens demoradas.
Perdas
Segundo o agricultor Marcos Giacon, até 2% do produto transportado fica pelas estradas devido aos solavancos em vias esburacadas. O produtor Celso Antônio Ribeiro diz que o frete encarece também em função da busca por desvios mais trafegáveis. Ele cita que para contornar um trecho em péssimas condições da GO-333, de Rio Verde a Paraúna, teve de utilizar um desvio que aumentou em 40 quilômetros o trajeto que faria com uma carga de soja. O produtor reclama que teve de pagar R$ 1,20 por tonelada, quando em condições normais pagaria ao redor de R$ 0,80 a tonelada.
Conforme Pedro Arantes, a questão da logística no País, incluindo as más condições da rodovias é o principal fator de perda de competitividade do produtor nacional. “Um produtor goiano gasta cerca de US$ 70 para colocar uma tonelada de grãos no Porto de Santos, enquanto um produtor nos Estados Unidos gasta apenas US$ 15 ou US$ 16 por tonelada na mesma distância”, diz.
Em Cristalina, região grande produtora do Estado, a apreensão aumenta agora, depois de vários dias de chuvas ininterruptas. O presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Alécio Maróstica, diz que o município tem cerca de 2 mil quilômetros de estradas de chão.
A Agência Goiana de Transporte e Obras Públicas (Agetop) informou, ontem, por meio da assessoria de imprensa, que considera ótima o estado de conservação de 30% da malha viária goiana, cerca de 3 mil quilômetros. O restante, segundo a Agetop, está dividido em seis lotes, dos quais quatro se encontram em obras e os outros dois serão recuperados até o fim do ano.
COMENTÁRIOS DO JOÃO AQUINO
Quem está no governo sempre tem uma desculpa para as péssimas condições das estradas, principalmente no período mais importante para a economia de Goiás, que é durante a colheita. Como disse o assessor técnico da Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg), Pedro Arantes, se os governos sabem que este é um período especialmente delicado, por coincidir também com os meses em que chove muito, porque não deixam equipes de sobreaviso para atender e mininizar os efeitos as intempéries?
A questão mais nefasta é o encarecimento dos produtos agrícolas, devido ao aumento do preço do frete, reflexo dos danos que os transportadores sofrem em seus veículos. Quem acaba pagando pela imprevidência dos governos é o povo, que consome os produtos com preços altos, em consequencia do acréscimo dos custos de escoamento.
Em floripa a situação passa de mal a pior,pois as ruas de sc,não tem saniamento básico.
ResponderExcluirEsgotos estão há céu aberto,carros estão afundando,vidas estão acabando.
Mas isso não importa.
A questão é o que a política faz?