quarta-feira, 10 de março de 2010

Iris: a dúvida está no ar!

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Iris: "Quero fazer tudo de acordo com o sentimento do povo"
Iris diz temer rejeição ao deixar Paço
Peemedebista afirma viver momento difícil em vida política e cita críticas a mandatos não concluídos

Bruno Rocha Lima

O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), confirmou ontem que está indeciso sobre a possibilidade de deixar o Paço Municipal para disputar o governo de Goiás. A sua dúvida, expressada pela primeira vez no domingo, pegou de surpresa seus aliados, que davam como certa a candidatura, e colocou um ponto de interrogação sobre o projeto eleitoral do PMDB e PT.

Após prestar contas do último quadrimestre à Câmara de Goiânia, o prefeito alegou, em entrevista à imprensa, que tem dificuldade de se desincompatibilizar do Paço para se candidatar. “Já se discutiu aí nomes como de Henrique Meirelles (presidente do Banco Central) e se fala muito em meu nome. Mas, de todos, quem tem maior dificuldade para tomar uma decisão sou eu, porque tenho um compromisso de quase três anos com Goiânia”, afirmou o prefeito.

Iris disse que seu maior impedimento hoje é a incerteza quanto à aprovação popular de sua saída da Prefeitura quase três anos antes do fim do mandato. “Fui reeleito há um ano com praticamente 75% dos votos. Então eu preciso de sentir essa cidade com mais profundidade. Eu quero fazer tudo de acordo com o sentimento do povo”, disse. “Estou vivendo momentos difíceis politicamente, porque não é uma decisão fácil.”
Ele recordou as críticas que já recebeu por não ter completado os dois mandatos como governador – no primeiro, para assumir o Ministério da Agricultura; no segundo, para disputar o Senado – para sustentar seu receio. “Os adversários já tentaram impingir em mim que eu não termino mandato. Então tenho de contar até dez para ver se amanhã não falam ‘aí, ó, o homem não termina (mandato)’”.

Contrariando o que vem dizendo desde o final do ano passado, Iris garantiu que nunca falou que seria candidato a governador. No entanto, o prefeito já afirmou publicamente mais de uma vez que, caso Meirelles não disputasse, ele “não titubearia” em ser o nome do PMDB.

No PMDB o clima ainda é de apreensão e dúvida sobre as reais intenções de Iris. Alguns interlocutores acreditam que ele está sendo sincero em expor seu dilema, enquanto outros dizem que o prefeito recuou para sentir a real aceitação de sua candidatura e incentivar que os aliados se engajem em seu projeto. Consenso é que Iris gostaria de contar com o apoio do governador Alcides Rodrigues (PP) no primeiro turno e, diante da perspectiva de racha na base do presidente Lula em Goiás, não poderia contar com o apoio integral do Palácio do Planalto.

A avaliação geral, no entanto, é que Iris foi longe demais ao cobrar de Meirelles que definisse o mais breve possível se seria ou não candidato, alegando que o PMDB não poderia ficar refém de sua indecisão. Sua atuação levou o presidente do BC a anunciar no dia 12 de fevereiro a retirada de sua pré-candidatura.

Soma-se a isso o apoio declarado do PT, também uma cobrança do prefeito para que avançasse na pré-candidatura. Para aliados, sua desistência nessa altura do jogo, prejudicaria muito o PMDB e PT. “Continuo acreditando que Iris é candidato. Ele sabe a responsabilidade que tem com o PMDB e a convulsão que sua desistência causaria”, disse o presidente do PMDB, Adib Elias, após reunião com Iris.

Mesmo diante da incerteza de Iris, o PT decidiu manter o apoio à sua pré-candidatura. Alegam que o prefeito já pediu à cúpula do partido que trabalhe por sua candidatura e não os comunicou oficialmente sobre um recuo. “Acho natural Iris expor suas dúvidas. Ele quer criar as condições objetivas para se blindar, incentivando as pessoas que apoiam sua candidatura a defendê-lo”, avalia o deputado federal Rubens Otoni (PT).

Isenção em taxa de asfalto vai a votação

Bruno Rocha Lima

Ao prestar contas do último quadrimestre de 2009 à Câmara de Goiânia, o prefeito Iris Rezende propôs aos vereadores a criação da lei que isenta as famílias de baixa renda do pagamento da taxa de asfalto nas vias pavimentadas em sua gestão. Iris disse que pretende enviar o projeto à Câmara ainda este mês.

Segundo o peemedebista, o não-pagamento do imposto já acontece na prática. A Prefeitura, explicou, não tem conseguido cadastrar os imóveis beneficiados pelo asfalto e com isso eles acabam não sendo enquadrados na taxa.

A intenção é que o projeto beneficie quem tem apenas um imóvel. “São cerca de 120 mil imóveis beneficiados com asfalto nessa gestão e não tivemos como fazer um levantamento de todos. Então, vamos igualar o imposto, isentando desse tributo, que não é muito grande”, propôs o prefeito aos vereadores.

Iris disse que o controle dos gastos da Prefeitura tem sido o eixo principal de sua gestão e que dentro de 60 dias deve quitar a dívida que herdou da gestão petista em Goiânia. “Essa dívida que assumi em 2005 chegou a bater em R$ 300 milhões. Mas logo poderemos proclamar que Goiânia não deve mais nada”, afirmou.

Os investimentos em saúde e educação, cujo mínimo é estabelecido pela Constituição, foram superados no último quadrimestre, afirmou o prefeito. Ele fez questão também de destacar as ações na área do meio ambiente e moradia.

Iris, no entanto, saiu da Câmara sob protestos dos vereadores da oposição presentes à sessão. Como alegou estar atrasado para reunião na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), não esperou os questionamentos dos vereadores. “Aí é fácil demais fazer balanço”, reclamou Maurício Beraldo (PSDB).


COMENTÁRIOS DO JOÃO AQUINO

Aproveitando a deixa da posição do prefeito Íris Rezende na foto acima, gostaria de dizer que se ele souber a hora certa da coisas, não vai querer deixar, mais uma vez, um mandato que o povo de Goiânia lhe deu, para aventurar numa eleição difícil, apenas para fazer graça para o presidente Lula e seus aliados goianos.

Íris tem vários problemas para deixar a prefeitura de Goiânia. Um deles é  sua  principal promessa não cumprida, feita ainda na sua primeira eleição para prefeito; de que resolveria o problema do transporte coletivo de Goiânia m SEIS MESES. 

Passados quase cinco anos de mandato, o transporte coletivo de Goiânia continua caótico, submetendo a população a todo tipo de humilhação, desconforto, atrasos, tarifas altas, alterações sem a devida divulgação e, para piorar o desprezo para com o povo, temos ônibus com ar condicionado, internet, bancos macios, sempre no horário; só que esses ônibus andam vazios, pois o preço da tarifa é proibitivo para a maioria da população assalariada e quem ganha melhor e tem carro, não vai se submeter aos imprevistos que uma viajem de ônibus acarreta.

Íris Rezende também está com sérios problemas de saúde, ainda que não queira mostrar fraqueza frente aos seus companheiros. Além disso, ele realmente cumpriu poucos mandatos integralmente, pois sempre deixou os cargos para os quais foi eleito para assumir outros, para os quais o povo não tinha poder de decisão.

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