segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Anápolis: vocação para o progresso!




O Jornal de Anápolis


De ciclo em ciclo, Anápolis descobre suas vocações
O Município surgiu com vocação mercantil, foi importante pólo comercial atacadista, da indústria de beneficiamento de arroz, da indústria cerâmica e, hoje, inicia fase da indústria automotiva 

A vocação econômica de Anápolis tem raiz em sua própria história: antes mesmo de se tornar num pequeno vilarejo, fundado por Gomes de Souza Ramos, a região era passagem de tropeiros e caixeiros viajantes que se dirigiam às lavras de ouro de Meia Ponte (Pirenópolis), Bonfim (Silvânia) e Vila Boa (Cidade de Goiás). Com o passar dos anos, a cidade passou por ciclos econômicos distintos, demonstrando muito vigor.

O comércio foi sempre muito pujante e, a partir da década de 20, com a chegada dos primeiros imigrantes sírio-libaneses, entrou em uma nova fase. A Rua General Joaquim Inácio, no setor central, virou um ponto tradicional de vendas dos mais variados produtos, atraindo consumidores de diversas cidades vizinhas. Acompanhando o crescimento do comércio tradicional, em pouco tempo Anápolis se transformou num forte pólo de comércio atacadista. Muitas empresas se instalaram também no centro, onde ainda muitas delas estão em plena atividade.

Na década de 30, o município iniciou outro ciclo importante da sua economia, com as pequenas olarias que se transformaram em cerâmicas, abastecendo o mercado interno e, mais tarde, essas indústrias deram um suporte importante à construção de Goiânia e de Brasília. Agostinho de Pina e Jad Salomão foram alguns dos pioneiros desse segmento que, ainda hoje, é bastante desenvolvido na região.

A partir de 1935, com a chegada da Estrada de Ferro, o comércio anapolino se fortaleceu ainda mais. Um ano antes, surgia a primeira instituição financeira do município: o Banco Hipotecário e Agrícola de Goiás. No ano de 1936, era fundada a Associação Comercial que, naquela época ainda não abrigava o setor industrial. Albérico Borges de Carvalho foi o primeiro presidente da entidade.

Estrada de Ferro

A chegada da ferrovia e a construção de duas capitais - Goiânia e Brasília-, segundo os historiadores, impulsionaram o processo de êxodo rural. E, à medida que a população se concentrava na cidade, outras frentes de desenvolvimento iam surgindo. Nas décadas de 50 e 60, Anápolis ficou reconhecida como pólo de beneficiamento de arroz. Grandes cerealistas se instalaram na cidade. Embora se tenha relatos de empresas de beneficiamento de arroz e também de café, a partir da década de 20. De qualquer forma, foi este, também, um segmento robusto da economia.

A partir de 1976, Anápolis inaugura um novo ciclo, com a implantação do Distrito Agroindustrial (Daia), no governo de Irapuã Costa Júnior. Porém, até meados da década de 80, poucas empresas se instalaram no local. A arrancada começou com o programa de incentivos denominado Fomentar, criado no governo de Íris Rezende e que, anos mais tarde, foi transformado em produzir, no governo de Marconi Perillo. O povoamento do Daia se deu com empresas de vários ramos de atividade. Mas, a partir de 1999, com o advento da política nacional dos genéricos, foram criados instrumentos para atrair esse promissor segmento. Atualmente, são 19 laboratórios em funcionamento. É o segundo maior pólo produtor de genéricos do Brasil e terceiro na produção geral de medicamentos. E com grande potencial ainda de expansão. Organizações como a Roche e a Hypermarcas têm feito grandes investimentos, acreditando nesse potencial.

A partir de 2007, abriu-se um novo ciclo no processo de industrialização de Anápolis, com a instalação da montadora de veículos Caoa/Hyundai. Inicialmente, a unidade montou uma linha de produção para o utilitário leve HR e, a partir deste ano, iniciou a produção em série do Tucson, que deixará de ser fabricado na Coréia do Sul (origem da marca) para ser produzido no Brasil, a partir de Anápolis.

Autor: Claudius Brito




O Jornal de Anápolis


“O Daia é o símbolo maior da pujança do Estado de Goiás”.

Com esta frase, o secretário estadual de Indústria e Comércio, Luiz Medeiros Pinto, resume a importância do Distrito Agroindustrial no cenário da economia goiana. Segundo ele, não se trata apenas de um símbolo, mas de um marco importante que desencadeou o processo de industrialização “de forma planejada e organizada e que, hoje, se constitui num modelo para o Brasil”, ressaltou.

De acordo com o secretário, o Distrito Agroindustrial nasceu de uma luta iniciada dentro da Associação Comercial e Industrial de Anápolis e ganhou apoio do Governo Federal, que investiu recursos na sua construção, assim como os governos estaduais que se sucederam desde meados da década de 70 para materializar essa conquista que, na sua opinião, não é de Anápolis e nem de Goiás, apenas, mas de todo Centro-Oeste. “O Daia exerceu um papel importante para atrair investidores para a região, chamando atenção para o potencial existente no centro do país”, enfatizou.

Luiz Medeiros destacou que, nos últimos anos, o governo tem atuado de forma decisiva para consolidar e fortalecer o pólo industrial de Anápolis e que os resultados estão agora sendo capitalizados através da implantação da ferrovia Norte-Sul (que passou a ser priorizada pelo Governo Federal devido à sua importância como eixo estratégico de desenvolvimento) e a Plataforma Logística Multimodal. Assim como agregou, ao longo dos anos, outras conquistas importantes foram agregadas, como a implantação do Porto Seco.

Do ponto de vista econômico, o secretário avalia que a importância do Distrito Agroindustrial de Anápolis não se resume aos cerca de 11 mil postos de trabalho diretos e milhares de indiretos gerados pelas mais de 100 empresas instaladas no Daia. “Mas em função do crescimento industrial nós fortalecemos o comércio, o setor de serviços e vários outros segmentos, fazendo com que a cidade tenha um crescimento acima da média”, destacou o secretário.

Histórico

Desde a sua inauguração, em 1976, o Distrito Agroindustrial de Anápolis passou por diversas fases. Até a metade da década de 80, ou seja, quase 10 anos depois da fundação, havia poucas empresas instaladas. Esse quadro começou a mudar a partir de 1985, quando o Governo de Goiás, na gestão de Iris Rezende, criou um programa de incentivos fiscais denominado Fomentar. A partir de então, empresas de variados segmentos começaram a vir para Goiás e, principalmente para o Daia, devido a sua boa estrutura e a localização estratégica de Anápolis.

Outro marco é o final da década de 90, quando se instalou o primeira estação aduaneira interior (Porto Seco), contribuindo para que as empresas do distrito pudessem, efetivamente, entrar na era da globalização econômica, comprando e vendendo produtos no exterior. Foi também no ano de 1999, que se iniciou o projeto para a implantação do Pólo Farmacêutico de Goiás, com sede no Daia. Para adequar a essa nova realidade, o Governo do Estado renovou a política de incentivos fiscais, na gestão do então governador Marconi Perillo, processo este fundamental para que não houvesse novamente uma paralisação nos investimentos.

Foi dentro dessa nova política que o governo conseguiu atrair para Anápolis a primeira montadora de veículos, a Caoa/Hyundai, abrindo o ciclo do setor automotivo que tem vasto potencial de crescimento, como, também, o segmento de logística.


Autor: Claudius Brito

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