terça-feira, 12 de janeiro de 2010

08 de janeiro de 2010

O Popular

Editorial

Não aos apagões

A população não digere e não aceita resignada a vulnerabilidade do sistema de abastecimento de energia elétrica que gera tantos riscos de colapso. O apagão que anteontem à tarde atingiu Goiânia e cidades vizinhas, afetando 371 mil consumidores, preocupa muito, pois houve algo semelhante duas vezes em período recente. Uma das ocorrências deixou grande parte do Estado às escuras, por causa uma palmeira que atingiu a rede de alta tensão.

A economia é extensamente afetada, os riscos de acidentes de trânsito aumentam com o colapso da sinalização e ficam em condições precárias de funcionamento locais como hospitais, o Terminal Rodoviário e o Aeroporto.

Se não forem adotadas medidas vigorosas e urgentes para assegurar a eficiência e a proteção do sistema contra efeitos atmosféricos ou outras causas de blecaute, em um segundo momento começará a ficar prejudicada até a perspectiva de novos investimentos na economia goiana. Empresas já implantadas poderão se desinteressar de projetos de expansão.

Goiânia teve sérios problemas no passado com abastecimento de energia elétrica, mas os resolveu na segunda metade da década de 1960, quando entrou em operação o confiável sistema de Cachoeira Dourada. Não faz sentido este retrocesso à entrada da segunda década do século 21.

A população cobra as necessárias providências e suas respostas e exige que haja a maior urgência na adoção das medidas contra os apagões.


O Popular

Avanço da dengue provoca corrida a hospitais
No HDT, internações crescem 40%; na Unimed, aumento de 60% leva à criação de consultório

Carla Borges

O aumento no número de casos de dengue está provocando superlotação em postos de saúde e hospitais públicos e particulares de Goiânia. No Hospital de Doenças Tropicais (HDT), unidade de referência para atendimento de casos graves da dengue, o número de internações cresceu aproximadamente 40% desde a segunda quinzena de dezembro, calcula o diretor-geral, Boaventura Braz de Queiroz. No Centro Clínico da Unimed, o fluxo de pacientes cresceu 60% na última semana.

A situação se repete em outros pronto-socorros privados de Goiânia. “Está parecendo o auge da epidemia de gripe H1N1, no ano passado”, compara o presidente da Associação dos Hospitais do Estado de Goiás (AHEG), Adelvânio Francisco Morato. “Não há estrutura que suporte.” Nos postos de saúde, a situação se repete. No Centro Integrado de Assistência Médico-Sanitária (Ciams) do Jardim América estão sendo atendidos diariamente entre 180 e 200 pacientes com sintomas da dengue. “Já tivemos de colocar pacientes para segurar o frasco de soro dos pacientes por falta de espaço”, revela a diretora-geral do Ciams, Marly Ribeiro Pacheco.

Os últimos números da doença, divulgados ontem pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), dimensionam o aumento, que foi de cerca de 300% no número de casos notificados em todo o Estado nas seis últimas semanas de 2009 em relação ao mesmo período de 2008. “Esse índice é um exagero e mostra a situação delicada que estamos vivendo”, avalia o coordenador estadual de Controle de Vetores da SES, Jamilton de Freitas Pimenta. Ele faz um apelo dramático para o envolvimento da população e das autoridades municipais no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Os dados divulgados ontem pela SES mostram uma redução de 9,6% dos casos registrados no ano passado, em comparação com 2008, mas a expectativa das autoridades é de que a redução tenha sido bem menor, entre 5% e 3%. “Ainda falta tabular muitos dados que estão sendo enviados pelos municípios, o que quer dizer que praticamente vamos igualar 2008, que foi o pior ano para a doença em Goiás”, diz Jamilton.

Consultório

No Centro de Atendimento da Unimed a procura aumentada levou à abertura de mais um consultório médico no setor de urgência. “Estamos notificando uma média de 20 casos novos todos os dias”, conta o coordenador do centro, José Alves Siqueira Júnior. Em dezembro, a unidade notificou 144 casos. A demanda é grande não só no ambulatório, mas também no laboratório, onde são feitos exames de sorologia e contagem de plaquetas, entre outros.

No Ciams do Jardim América, a diretora informa que estão sendo realizados, em média, 180 exames diários. “O número de casos sobe a cada dia”, constata. No Cais Nova Era, em Aparecida de Goiânia, macas são colocadas lado a lado para atender a demanda de pacientes que precisam de hidratação intravenosa. No HDT, a grande procura levou à sobrecarga do laboratório, porque os pacientes graves exigem exames diários.

Para Jamilton Pimenta, a situação é agravada por três fatores: o tempo chuvoso, que favorece a proliferação do mosquito e dificulta a ação dos agentes de combate à dengue, a grande infestação pelo Aedes aegypti e a circulação de três sorotipos do vírus da doença. “Precisamos quebrar essa cadeia”, diz. Apesar de 90% dos criadouros do mosquito estarem em quintais e dentro de casas e estabelecimentos comerciais, muitos depósitos estão em locais de difícil acesso, como ralos de prédios. “A dengue é uma doença dinâmica”, alerta Jamilton.

Família encurta passeio por medo

Carla Borges

O medo da dengue levou a engenheira eletricista Heliane Caldas Rodrigues Castro a encurtar em quase um mês a viagem a Goiânia para rever parentes. Heliane veio de Itapema, no norte de Santa Catarina, com os dois filhos, Arthur, de 12 anos, e Daniel, de 10, no dia 19 de dezembro. O plano inicial era ficar em Goiânia até 14 de fevereiro. “A situação está muito crítica, perigosa mesmo, e resolvemos antecipar o retorno”, conta a engenheira. A viagem de volta foi marcada para o próximo dia 19.

O medo de Heliane se justifica: na casa de seu cunhado, Roberto, ele e os quatro filhos tiveram dengue. O caso dele foi mais grave, porque ele teve a forma hemorrágica da doença. “Mesmo estando há todo esse tempo em Goiânia, tive medo de ir à casa dele para levar os meninos”, relatou. Roberto mora no Setor Jaó, o bairro com o maior índice de infestação pelo Aedes aegypti de Goiânia, onde 6,1% das residências têm foco do mosquito.

Em e-mail ao irmão Laércio, marido de Heliane, Roberto apelou para que ele não mandasse a família passear em Goiânia e justificou que a situação estava crítica na capital e em Aparecida de Goiânia, que concentram os maiores números de casos da dengue. “Eu tive pneumonia nos dois pulmões e infecção no fígado por causa da dengue. Só no quarto hospital que eu entrei é que encontrei um médico humano que me deu o devido tratamento, mas corri risco de vida”, relatou Roberto ao irmão.

O contador Jaceir Alves de Mello, de 55 anos, está se recuperando da dengue que manifestou os primeiros sintomas no dia 28 de dezembro. “Senti muita dor no corpo e na cabeça, além de febre alta”. Ele acredita que só terá condições físicas para voltar a trabalhar na próxima semana. Jaceir esteve em tratamento no Centro Integrado de Atendimento Médico-Sanitário (Ciams) do Jardim América. “O centro estava cheio o tempo todo de pacientes com dengue”, conta. Apesar de não ter tido complicações com a doença, Jaceir revela que suas plaquetas ficaram muito baixas, o que levou à adoção de regime especial e repouso para recuperação.

A secretária Mariana Rocha reclama da dificuldade para diagnóstico em hospitais privados. “Só me disseram que eu estava com dengue quando fui a um posto de saúde, depois de passar por dois médicos diferentes, que disseram que os exames eram inconclusivos”, conta.

Prefeituras de Goiânia e Aparecida fazem ações

Carla Borges

As prefeituras das duas cidades com as maiores notificações de dengue no Estado, Goiânia e Aparecida de Goiânia, desenvolvem ações especiais para combater o avanço da doença. Em Goiânia, além das visitas domiciliares dos agentes de saúde e outras ações de vigilância, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) iniciou nesta semana uma ofensiva para evitar a presença do mosquito Aedes aegypti nos postos de saúde municipais e em suas imediações.

“São locais com grande concentração de doentes. Se há a presença do mosquito, aumentam as chances de ele picar um doente e depois uma pessoa sadia”, explica a diretora de Vigilância em Saúde da SMS, Cristina Laval. A ação será repetida toda semana em todas as unidades de saúde com funcionamento 24 horas do município de Goiânia.

Na quarta-feira, quando foi realizada a primeira, só na região do Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) do Jardim Curitiba, na Região Noroeste de Goiânia, foram visitadas cerca de 1,8 mil residências pelos agentes de saúde. Também foram envolvidos no trabalho servidores de outros órgãos nas imediações, como os bombeiros mirins e funcionários do Centro de Assistência Social (Cras). Cristina Laval aponta um crescimento de cerca de 30% nos casos em Goiânia, principalmente no mês de dezembro.

Em Aparecida de Goiânia, foi criada uma força-tarefa contra a dengue, envolvendo órgãos municipais e segmentos organizados da sociedade civil. No próximo dia 26 será realizado na cidade o Dia de Guerra contra a Dengue, com apoio do Exército. No ano passado foram notificados 7.421 casos da doença na cidade. “Nossa meta é ampliar a mobilização para reduzir esse índice”, diz o secretário interino de Saúde, Rafael Nakamura.

Já a Associação dos Hospitais do Estado prepara um evento com técnicos da SMS para orientar os hospitais sobre o protocolo que deve ser seguido, inclusive com o encaminhamento de pacientes graves para as unidades públicas de referência.


O Popular

Relatório da Fipe diz que dívida da Celg tem seis causas básicas
Despesas altas, subsídios, juros elevados, defasagem da tarifa e energia cara estão entre fatores

Erica Lettry

Relatório divulgado ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que a principal causa do endividamento da Celg nos últimos 25 anos foi a descapitalização da empresa – ou seja, perda de patrimônio. A descapitalização tem, segundo a auditoria, seis causas básicas. Entre elas estão a dificuldade na redução de despesas, compra de energia por preço acima do mercado e taxas de juros elevadas.

A perda do patrimônio ocorreu ainda, segundo a Fipe, em função da prestação de serviços a preços subsidiados, do não ajuste das tarifas de energia (resultado da inadimplência junto à Eletrobrás) e da entrega de patrimônio sem entrada de recursos no caixa da Celg. De acordo com o relatório, a Celg ao longo destes 25 anos não esteve entre as prioridades de seu acionista majoritário – o Estado.

O estudo da Fipe constatou que a Celg teve prejuízo em 16 dos 25 anos analisados. Os lucros foram obtidos nos anos de 1984 a 1987, 1994, 1997 e de 2003 a 2005. Pela análise dos técnicos, ao longo dos anos, ao invés de gerar renda para pagar o acumulado, a Celg enfrentou prejuízo.

As soluções indicadas para manter a Celg viva seria um aporte de recursos, a geração de lucros para reduzir a dívida ou mesmo o alongamento da desta. Uma outra solução seria a venda de ações.

Dívida

O estudo foi entregue ontem à CPI da Celg e abrangeu o período de 1984 e 2008. A Fipe considerou que a dívida da empresa hoje é de R$ 4,1 bilhões e não os R$ 5,7 bilhões divulgados pela própria empresa. Isso ocorre porque, ao contrário da Celg, a Fipe não leva em consideração os valores que podem ser subtraídos com perdas de ações que correm na Justiça.

“Os lucros obtidos geralmente são frutos de fatores externos, como variação cambial, e não um esforço para a recuperação”, ressaltou a coordenadora do estudo, Ana Paula Paulino durante a exposição para a CPI da Celg. A soma dos lucros anuais é de R$ 1 bilhão, enquanto os prejuízos são de R$ 3,1 bilhões. A comparação mostra que resultado negativo de R$ 2,1 bilhões, o que representa a metade do valor da dívida da Celg em 2008.

Em relação à perda patrimonial, os dados demonstram que ela começou a ser gerada em 1989, quando houve a transferência dos ativos referentes à área de concessão que era da Celg e passou a ser de Tocantins. Por alguma razão que não foi possível à Fipe identificar, o valor dos ativos que em 1989 eram de R$ 2,47 milhões passaram para R$ 378,8 milhões em 1991. Em cálculos atuais, a perda representada por esta transferência totaliza hoje R$ 1,5 bilhão. Parte deste valor – que não foi especificado – foi ressarcido ao Estado, mas a empresa ainda tem dinheiro a receber.

Pelo estudo da Fipe, o salto na perda patrimonial ocorreu em 1996, quando houve a venda da Usina de Cachoeira Dourada. Nesta época o governador do Estado era o atual prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB). O dinheiro da venda da usina não teria voltado para a Celg, mas sim sido utilizado para repor o caixa do Estado. Além desse patrimônio que saiu da Celg, o contrato da venda previa a compra da energia gerada em Cachoeira Dourada, por um valor 53% mais caro do que de outros fornecedores. Este dado foi extraído pela Fipe da CPI de Cachoeira Dourada.

O relatório considerou que um dos problemas da empresa foi que as gestões que seguiram à venda da usina – Maguito Vilela e Marconi Perillo (PSDB) – não adequaram a Celg para ser uma compradora de energia ao invés de geradora, ou seja, ela não modificou seu modo de operar.

O relatório salienta que a Celg teve de enfrentar as instabilidades do mercado nesses 25 anos, mas não adotou uma estratégia de longo prazo para isso. Nem mesmo depois de operar mudanças significativas, como foi a venda da usina. Dentro deste critério destacou-se que até 1997 a Celg era constituída por duas empresas: uma que gerava energia e outra que a distribuía. De 1998 em diante, ela passa apenas a comprar energia. Com isso, era de se esperar que as despesas fossem reduzidas, mas elas cresceram no caso dos serviços terceirizados.

Serviços

Entre 1998 e 2004 essa tendência crescente na utilização dos serviços foi reduzida, mas nos anos de 2005 até 2007 elas são superiores 50% ao que prevalecia no primeiro período. Elas também foram reduzidas entre 2006 e 2008, mas neste último ano – já com Alcides Rodrigues no governo – ela está no nível do pico de 1998 a 2004. “Assim, a elevação das despesas com serviços de terceiros compensa a redução nas despesas com material e pessoal”, diz o relatório.

Outra perda importante de patrimônio foi causada por incentivos do governo federal assumidos pela Celg. Em 1970, a Eletronorte, Furnas e o Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica (Dnaee) assinaram um protocolo concedendo à Empresa de Desenvolvimento de Recursos Minerais (Codemin), instalada em Niquelândia, subsídios no fornecimento de energia elétrica para que se instalasse em Goiás.

Em 1980, com redefinição de áreas de concessão, a Codemin passou a fazer parte da área da Celg. A União ressarciu a Celg em 1980 e 1992, descontando o valor do subsídio das reservas obrigatórias devidas. Mas em 1993, a Celg deixou de ser ressarcida e assumiu esse desconto até 2003, quando entrou com uma ação contra a União para ressarcimento e conseguiu a suspensão dos subsídios. O impacto disso nas contas da Celg foi de R$ 1,5 bilhão. O valor, conforme o relatório, representa 26% da dívida.

Segundo a Fipe, “pode-se dizer que os atuais R$ 4,1 bilhões de dívida começaram a ser gerados com os prejuízos desde 1988, aumentados em 91 (Tocantins), em 93 (Codemin), em 94 (governo do Estado), em 96 (Cachoeira) e agravados após 2000 com a continuidade da ausência de medidas que solucionassem o problema”.

Empréstimo de curto prazo é risco

Erica Lettry

Na interpretação dos técnicos, um dos maiores problemas da Celg é recorrer a empréstimos a curto prazo para pagar ativos a longo prazo. “Quanto mais a empresa recorre a recursos onerosos de curto prazo para financiar os ativos de longo prazo, maior será o risco de insolvência da empresa”, diz o relatório.

Essa estrutura de financiamento da Celg é apontada como muito ruim em praticamente todos os anos – à exceção de 1999 e 2000, quando foi insatisfatória. Em 1999 houve renegociação de dívidas com prefeituras e o governo estadual que transferiram créditos que estavam no longo prazo para o curto. O Estado também pagou parte de suas dívidas com a Celg, fazendo um aporte que hoje corresponderia a R$ 850 milhões.

Também foi detectado que a Celg tem privilegiado ao longo destes 25 anos o pagamento de bancos ao invés de empresas do ramo elétrico, como a Eletrobrás, o que dificulta ainda mais sua situação financeira. Isso porque a inadimplência junto a Eletrobrás já impõe um prejuízo alto à Celg, não calculado pela Fipe, por causa do não-reajuste da tarifa de energia desde 2006 e o não-repasse de verbas de programas como Luz para Todos e Baixa Renda.

Conforme os dados, a Celg pegou empréstimos de R$ 4,8 bilhões junto a bancos e hoje deve R$ 1,3 bilhão. Parte dessa amortização da dívida foi decorrente de atrasos no pagamento junto à Eletrobrás e outros fornecedores, totalizando R$ 2,6 bilhões. “A amortização do R$ 0,9 bilhão restante foi possível por aportes e/ou atrasos de outras despesas que não conseguimos identificar”, diz o relatório.

Dificuldade de manutenção teria gerado queda

Adriano Marquez Leite

O pararraio que falhou no início da tarde de quarta-feira e provocou o corte no fornecimento de eletricidade de 371 mil pontos de consumo no Estado, operava na subestação Xavantes (região Norte de Goiânia) há cerca de 30 anos, informou a Companhia Energética de Goiás (Celg). Contudo, não é o tempo de uso e sim a dificuldade de realizar manutenções mais detalhadas nesse tipo de aparelho é que não foi capaz de impedir o problema, alegou a empresa.

Se depender dos empecilhos para manutenção dos pararraios e da quantidade de descargas atmosféricas que caem na região do Estado, blecautes como o de quarta-feira podem se repetir inúmeras vezes. Isso porque, segundo o presidente da Celg Carlos Silva, o território goiano concentra grande quantidade de raios durante o período chuvoso. “Goiás é a região que tem a maior incidência de descargas elétricas em todo o mundo”, afirmou Carlos.

O relatório requerido ontem pela Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR) à Celg para explicar o porquê da ocorrência do blecaute deverá ser entregue em, no máximo, 10 dias. No entanto, além da agência goiana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também receberá o documento e fará investigação independente do problema, uma vez que a subestação atingida fazia parte da rede básica de transmissão, cuja fiscalização fica a cargo do órgão federal, explicou o gerente de energia da AGR, Jorge Pereira da Silva.

De acordo com o engenheiro eletricista da Celg Augusto Francisco da Silva, são realizadas inspeções a cada três meses nos pararraios que protegem o sistema elétrico – em todo o Estado, são pelo menos 300 mil equipamentos de diferentes capacidades para absorver impactos de descargas atmosféricas.

A dificuldade de fazer diagnósticos precisos sobre possíveis defeitos nos pararraios ocorre por causa da impossibilidade de simular fielmente as condições de operação dos aparelhos, já que as descargas atmosféricas chegam a tensões de até 500 milhões de volts. Com isso, defeitos podem não aparecer e o problema pode voltar a ocorrer.

Os reflexos do apagão foram sentidos em nove cidades porque a Xavantes é a maior subestação do Estado, responsável por 15% da energia. Se o problema tivesse ocorrido em subestação de menor porte, diz Augusto, é possível que não tivesse havido cortes.


O Popular

Giro

Jarbas RRodrigues




Campanha tucana


Deputados do PSDB deflagraram a campanha “Volta” no Twitter, numa referência à candidatura do senador Marconi Perillo ao governo.

No vermelho

Segundo a Fipe, de 1984 a 2008, a Celg operou 9 anos no vermelho e 16 no azul. Nestes 25 anos, os prejuízos da estatal superam em três vezes os lucros. Algo inviável.

Bola de neve


Nos 15 anos dos governos do PMDB a Celg operou no vermelho nove anos e seis no azul. Nos sete anos da era tucana, foram quatro anos de prejuízos e três de lucros. No governo Alcides a Celg só fechou o ano no vermelho.

Coisa pública


Como conclui a Fipe, o maior problema da Celg é de gestão. Em todos governos. Solução? Vender a estatal, parte de suas ações ou o Estado faz um mega-aporte para gerar caixa e pagar dívidas.

Na Bolsa


O atual valor da Celg na Bovespa é de R$ 394 milhões, com o lote de ações a R$ 12 em dezembro. De janeiro a setembro de 2009, acumulava prejuízo de R$ 6 milhões.

PERGUNTA PARA: Romilton Moraes, deputado do PMDB

Ao prorrogar para março a decisão de candidatura do PMDB, o prefeito Iris Rezende sinaliza um recuo?

Não, mas está claro que, se quiser, Henrique Meirelles será candidato a governador. Do contrário, será Iris Rezende. Esta decisão, embora o prefeito esteja delegando ao PMDB, será de Meirelles e Iris. Como os dois têm até março para chegarem à definição, não há por que colocar o carro na frente dos bois.

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