terça-feira, 12 de janeiro de 2010

09 de janeiro de 2010

O Popular

Editorial

O avanço da dengue

O noticiário dos últimos dias vem registrando o descomunal crescimento dos casos registrados de dengue no Estado, com proporções mais acentuadas ainda na Região Metropolitana de Goiânia, onde os postos de atendimento de saúde estão congestionados.

Na verdade não se registraram avanços desde que surgiram os primeiros casos de dengue no Estado. Trata-se de um grande problema de saúde em todo o País, mas os números em Goiás são impressionantes.

A população está atemorizada e desejaria ficar mais tranquila vendo ações concretas de combate a essa espantosa proliferação de casos da dengue. Além das medidas preventivas e campanhas de orientação, o atendimento a quem necessita tem de ser eficiente ao máximo.

Chegou o momento de endurecer em relação aos que ainda se omitem e, pior ainda, que atrapalham as providências para a redução dos focos nos quais se desenvolve a larva do mosquito transmissor. São pessoas que não cuidam de seus quintais e que sequer indicam aos agentes dos serviços de fiscalização a existência de ambiente de risco em seus domicílios ou propriedades .

O combate aos riscos da dengue tem de ser assumido como responsabilidade de toda população e do poder público. Deve ser mesmo classificada essa cooperação como um dever cívico. Que não haja mais negligência nem omissões. E muito menos essa falta de disposição para colaborar.


O Popular

ELEIÇÕES 2010

Sucessão tem início de ano marcado por incertezas
Possibilidade de um candidato do governo põe em dúvida polarização entre tucanos e peemedebistas

Núbia Lôbo

Com três eixos políticos se articulando e pré-candidatos se aquecendo para as eleições de outubro, o ano começa cheio de incertezas no quadro da sucessão no Estado. Até mesmo a provável candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB), já aclamado pré-candidato por seus aliados, padece do racha na antiga base aliada que o elegeu duas vezes governador de Goiás. E ainda existe a possibilidade de união da base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Goiás assombrando os tucanos.

A aparente zona de conforto em que está o eixo PMDB-PT esconde o receio de mau tempo provocado pela escolha do nome. Já o agrupamento político liderado pelo governador Alcides Rodrigues (PP) aparece como a maior incógnita do processo.

A avaliação é de cientistas políticos consultados pelo POPULAR. A esperada polarização entre o prefeito Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) em 2010 começa a ser ameaçada pelo eixo político construído pelo Palácio das Esmeraldas – PP, DEM, PR, PSB e PMN. Mas ainda há dúvidas da concretização de uma candidatura.

“Quando se fala em candidatura do governo, é sempre uma possibilidade forte dada à condição do governo. Mas para consolidar esse novo eixo é preciso lançar o candidato o mais rápido possível. Quanto mais retardar, mais difícil fica”, avalia o cientista político Itami Campos.

Entretanto, o secretário de Segurança Pública Ernesto Roller (PP), um dos nomes cogitados para encabeçar a chapa do governo, disse em entrevista à rádio CBN Goiânia, na semana passada, que a discussão do nome começa apenas em março.

Atualmente, Roller disputa a vaga de candidato a governador pelo grupo político palaciano com o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga (PP), e com os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM) e Sandro Mabel (PR).

Avanço governista pode complicar tucano

Núbia Lôbo

A avaliação de adversários de que o senador Marconi Perillo (PSDB) está isolado no quadro sucessório de 2010 – com apoio do PTB e nanicos – encontra ponderações no meio acadêmico. Embora o tucano enfrente a rivalidade das cúpulas do DEM, PR e PP – que dividiram o tempo novo e formaram novo eixo político –, o capital eleitoral e a perspectiva de poder neste momento garantem a Marconi o apoio das bases desses partidos.

“Não chega a ser um isolamento. Mas é fato que o Marconi vive uma novidade desde 1998 (desde quando disputa eleições com o apoio da antiga base aliada)”, avalia o cientista político Pedro Célio Borges.

Para o especialista, Marconi vive o efeito de dois grandes processos: o reaparecimento do PMDB com Iris Rezende na Prefeitura de Goiânia e o descolamento das forças aliadas do tempo novo.

"Mas estes dois processos estão acontecendo e ainda não temos definições em relação a eles. Não sabemos inclusive se teremos dois candidatos (um do PMDB e outro do grupo palaciano) ou se eles vão se unir em torno de uma só candidatura”, pondera Pedro Célio.

Lideranças do PMDB e também na nova frente admitem a possibilidade – embora pequena – da união dos dois eixos em torno da candidatura do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PMDB), se ele for candidato em Goiás.

Marconi continua articulado com as bases do tempo novo, o complicador é a manutenção dessas bases”, afirma o cientista político Itami Campos.

O fator que pode dificultar a candidatura de Marconi, na opinião de Itami, é o avanço da máquina administrativa sobre as bases dos partidos que desenham a nova frente palaciana.

“Até agora, o governo estadual só organizou a casa. Para política, isso é pouco. É preciso mostrar obras, mandar recursos para as bases no interior e definir o nome. Mais ou menos como está fazendo o presidente (Luiz Inácio) Lula (da Silva), carregando a (ministra) Dilma (Rousseff) para todo lado”, destaca Itami.


Conforto não esconde desafios para o PMDB

Núbia Lôbo

O que o PMDB enxerga como “problema bom” – a indefinição se o candidato será o prefeito Iris Rezende ou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles – pode estar disfarçando uma das fragilidades do partido, que é a dependência política ao capital eleitoral do prefeito. Apesar da importância de Meirelles no cenário nacional, o recém-filiado pode ser encarado como um estranho pelas bases peemedebistas.

“O PMDB não tem candidato além do Iris. Se a definição for pelo Meirelles, seu nome precisará ser trabalhado nas bases do partido”, avalia o cientista político Itami Campos. O especialista elenca três fatores que fazem de Iris um candidato mais forte do que Meirelles em Goiás:

“O prefeito deu credibilidade ao partido, recuperou a força do PMDB no interior e teve o nome fortalecido pela sua administração na capital.”

Já Pedro Célio não vê elementos de ameaça ao PMDB neste início de ano. “Neste momento, as articulações fervem mais no que tange à chapa proporcional (deputados estaduais e federais) do que no que se refere a Iris e Meirelles”, acredita Pedro.

“Meirelles tem várias alternativas. Pode alçar um voo nacional (caso não seja candidato em Goiás). O Iris pode ficar na Prefeitura de Goiânia”, diz o cientista. Ele avalia ainda que “entregar a Prefeitura para o PT é uma das pedras no sapato de Iris”.

Para o especialista, o apoio do PT ao PMDB está fechado, dado o “pragmatismo” com que agem os petistas. “Eles só pensam no projeto nacional, em mais nada.”

Pedro Célio conclui que a aliança com o PT e a perspectiva de dois bons nomes para disputar o governo são os elementos que deixam o PMDB em uma zona de conforto.

O Popular

CELG

Valin rebate críticas de Iris a trabalho de CPI

Erica Lettry

O presidente da Assembleia, Helder Valin (PSDB), autor da proposta que criou a CPI da Celg, respondeu ontem as acusações do prefeito Iris Rezende (PMDB) contra o trabalho da comissão. “A verdade dos números não pode ser distorcida e está muito acima das paixões políticas. A CPI ainda está em fase de apuração de dados e ninguém foi acusado formalmente de qualquer irregularidade”, disse.

Sobre o relatório da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que estudou as causas do endividamento da Celg entre 1984 e 2008, o tucano reforçou que ele é exclusivamente técnico e não cita nomes. “Todos têm o direito de apresentar suas versões dos fatos. Mas que o façam de forma racional, respeitando a inteligência dos goianos e a seriedade da Assembleia e de instituições ilibadas como o Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) e a Fipe.”

O presidente da Casa assegurou que a CPI é suprapartidária e que os membros foram indicados pelos partidos com representação, entre eles o PMDB. “Ao acusar o Legislativo e os membros da CPI de estarem a serviço de quem quer que seja, Iris Rezende ofende profundamente esta Casa.”

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