segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

16 de janeiro de 2010

Diário da Manhã

O Paço não aceita críticas a Iris

Ultimamente, tenho lido artigos de articulistas que trabalham no Paço Municipal em que eles se mostram indignados com as críticas que faço à gestão do prefeito Iris Rezende. A seguir, apresento um resumo dos argumentos que eles usam quanto a artigos que saem no Diário da Manhã e cujo conteúdo desagrada ao Paço Municipal:

1 – Para eles, a proposta de acolher artigos de todos os segmentos da comunidade é uma boa iniciativa do jornalista Batista Custódio, mas o DM erra quando publica artigos com algum tipo de crítica a Iris. Para os escribas da Prefeitura, é um crime desconstruir a imagem do prefeito de Goiânia, que foi reeleito com mais de 70% e deveria estar acima de qualquer suspeita.

2 – Os representantes da Prefeitura não discutem o conteúdo e taxam liminarmente toda crítica a Iris de mentirosa. Exemplo: frei Marcos Sassatelli, um dos vigários da Arquidiocese de Goiânia, disse que existem crianças de rua em Goiânia, o que foi confirmado pelo promotor Everaldo Sebastião de Souza, coordenador do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude e Educação – órgão do Ministério Público do Estado de Goiás. Porém, segundo a Prefeitura, o frei e o promotor são mentirosos.

3 – Para a turma do Paço, todo e qualquer artigo que sai no DM, com críticas a Iris, foi escrito e publicado por ordem do senador Marconi Perillo. Essa é uma obsessão. Acreditam eles que Marconi, depois de derrotar Iris em 1998 e Maguito em 2002 e ainda liderar todas as pesquisas publicadas até agora, na verdade teme enfrentar o prefeito nas urnas. Os comunicólogos dizem que, por medo, Marconi manda articulistas escreverem artigos contra Iris, a exemplo de frei Sassatelli e do promotor Everaldo de Souza, que seriam cabos de chicote de Marconi, porque as críticas que fizeram a Iris atendem ao projeto político do senador, segundo eles.

4 – Conforme o Paço Municipal, Iris declarou que Goiânia não tem crianças de rua e basta ele ter dito isso para que seja verdade. A prova que eles apresentam é a reeleição de Iris em 2008, com mais de 70% dos votos. Agora, preparem-se para essa: eles garantem que a maior parte dos votos que reelegeram o prefeito veio dos bairros mais afastados – justo onde, de acordo com os textos que fazem críticas mentirosas a Iris, perambula a maior parte destes meninos e meninas abandonadas (não estou inventando, está no artigo de um certo e anônimo Joka, funcionário da Prefeitura, publicado ontem no DM). É de se perguntar: o que o número de votos recebido por Iris tem a ver com o alto número de crianças de rua em Goiânia, tal como, entre outros, constataram a Igreja Católica e o Ministério Público Estadual?

5 – Conclusão deles: artigos não vão derrotar prefeito, porque o eleitor preferirá entregar a ele o Governo do Estado, nas próximas eleições, preterindo os políticos que acabaram com o Estado entre 1999 e 2006. Ah, não? Primeiro, ninguém acabou com o Estado no período citado, que registrou um bom governo de Marconi Perillo. E o eleitor vai preferir entregar a quem o Estado? A quem quebrou o Banco do Estado de Goiás, o Banco de Desenvolvimento, a Celg, a quem fechou o HGG, a quem produziu os maiores escândalos da história de Goiás, como os casos Astrográfica, Secom e Caixego?

Seria muito mais simples se o prefeito chamasse seu pessoal e dissesse: “Mais humildade, mais humildade. Em vez de gastar energia comprando briga nas páginas dos jornais, vamos canalizar os nossos esforços para resolver de vez os grandes problemas que Goiânia ainda enfrenta”. Mesmo porque, em um regime democrático, críticas são normais e devem ser aceitas. Eles não sabem debater e, em vez de discutir as questões que importam para a cidade, preferem atacar e desqualificar quem ousa apontar fatos errados na Prefeitura, como a completa ausência de políticas sociais. Mude o comportamento, prefeito, enquadre o seu pessoal e, aí sim, o seu nome e o seu trabalho crescerão e garantirão o respeito de todos.

Pedro Azulão Jr. é vereador em Goiânia pelo PSB

Nenhum comentário:

Postar um comentário