sábado, 2 de janeiro de 2010

26 de dezembro de 2009

O Popular

Ano será o segundo com mais casos de dengue 
Números se aproximam dos de 2008, o pior para a doença em goiás. verão preocupa autoridades

Carla Borges

Os casos de dengue notificados este ano no Estado chegam a 39.457 e se aproximam dos números de 2008, o pior ano para a doença em Goiás, quando foi registrado o recorde de 46.269 casos. O número refere-se à quinquagésima semana epidemiológica, fechada em 19 de dezembro. “Este será o segundo ano com o maior número de casos”, alerta a gerente de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Estadual da Saúde (SES), Magna Maria de Carvalho. “Isso é preocupante”.

A evolução da doença nas últimas semanas aponta para um início de ano com ainda mais casos. O pico da dengue normalmente ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. “Houve uma antecipação do início das chuvas, mas não é possível dizer que o pico da doença também tenha sido antecipado para dezembro”, explica a gerente.

Na semana de 12 a 19 de dezembro foram registrados 546 casos de dengue, número menor do que o da semana anterior, que chegou a 1,2 mil, mas equivalente ao dobro da quinquagésima semana de 2008, quando foram feitas 262 notificações.

A avaliação das últimas semanas indica, segundo Magna, que este verão, se não tiver mais casos do que o passado, será bem similar. Até junho deste ano, todas as semanas epidemiológicas tiveram menos casos em relação às de 2008, mas no segundo semestre a redução de casos começou a declinar.

Em junho, os casos acumulados em Goiás eram 50% menores do que os do mesmo período do ano anterior. Agora, a redução em relação a 2008 é de apenas 13,7%. “Não devemos superar o número de casos, mas chegaremos muito perto”, diz Magna.

Apesar de o número de casos ser próximo, o de mortes neste ano é 35% menor. Foram 29 até 19 de dezembro, das quais 17 por complicações da doença e 12 por dengue hemorrágica. Goiânia é o município com o maior número absoluto de casos (23.175), seguida de Aparecida de Goiânia (6.973).

O terceiro município, Itumbiara, aparece com pouco mais de 1,1 mil casos. Já o ranking proporcional ao número de casos pelo de habitantes, é liderado por Inaciolândia. Em seguida, vêm Cachoeira Dourada, Campo Limpo de Goiás e Arenópolis.

Plaquetas

A funcionária pública Maria das Neves Gomes é uma das vítimas que fazem parte da estatística da SES. Ela teve dengue clássica há cerca de dois meses, quando ainda havia uma intensa mobilização em torno da gripe H1N1, que tem sintomas semelhantes. “Minhas plaquetas baixaram demais e os médicos pensaram que poderia evoluir para a forma hemorrágica, mas, por causa do medo da gripe, não cheguei a ficar internada”, conta. Das Neves ficou uma semana tomando soro intravenoso todos os dias na emergência do hospital. “Dengue não é coisa boa, é uma doença muito dolorida”, diz.

A jornalista e professora universitária Fabrícia Hamu ainda se recupera de um quadro grave de dengue que tornou-se mais complicado, diz ela, pela demora na realização do diagnóstico. “Percebi que os médicos da rede privada não estão preparados para lidar com doenças de epidemia”, relata. Fabrícia foi a dois médicos diferentes. O primeiro fez o diagnóstico de infecção urinária e o segundo, mesmo com exames, disse que os resultados eram inconclusivos. “Foi uma médica da rede pública quem percebeu que eu estava com dengue.”

Até 2000, média era de 5 mil infectados por ano

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