sábado, 2 de janeiro de 2010

28 de dezembro de 2009

O Popular

ENTREVISTA/JARDEL SEBBA

“Não adianta falar que a base não está com Marconi”
Erika Lettry Um dos maiores defensores de Marconi Perillo (PSDB) na Assembleia Legislativa, o deputado Jardel Sebba (PSDB) assume em fevereiro função estratégica para o partido. Jardel foi escalado para liderar a bancada de dez deputados justamente no ano eleitoral. Defendendo a tese de que o posicionamento dos tucanos na Casa dependerá da postura do governo, Jardel não esconde que o grande incômodo neste momento são as discussões sobre uma chapa própria de Alcides Rodrigues (PP).

Erica Lettry

O senhor assume a liderança do PSDB no ano das eleições, com o partido tendo como pré-candidato ao governo o senador Marconi Perillo e após um ano de desavenças com o governador Alcides Rodrigues (PP). Estes fatores vão influenciar sua postura como líder?
Sou extremamente conciliador. Mas tenho de assumir responsabilidades, pois trata-se de uma bancada relevante. Jamais, nestes três anos do governo Alcides, nos posicionamos contra o governo ou obstruímos uma matéria. Evidentemente, temos de ver como vai ser a atuação do governo em relação ao PSDB para definirmos como vai ser a nossa atuação aqui. Queremos atuar ordeiramente, pacificamente, conciliatoriamente. Afinal de contas, esse governo que está aí fomos nós que ajudamos a eleger. Avalizamos esse governo, o indicamos, temos responsabilidade e nunca faltamos com ela. Vamos ver quem será nosso adversário. Nós já temos o candidato, um patrimônio muito grande a ser preservado, que tem nome, sobrenome, CPF, identidade e endereço: senador Marconi Ferreira Perillo Júnior.

O que modificaria o tom do PSDB dentro da Assembleia em relação ao governo?
Só (muda) se o governo não quiser o nosso apoio, se fizer gestos mostrando que não nos quer ao lado dele nas eleições. Sei que estou assumindo a liderança num momento delicado. Fiz algumas condições para assumir essa responsabilidade. Uma delas é de que as nossas decisões sejam tomadas democraticamente pela bancada. Não vai ser imposta a minha vontade nem a vontade de A ou B, mas sim a vontade do grupo. Vamos ter uma eleição difícil, mas temos um candidato, que nós vamos jogar tudo para que ele seja eleito. Não posso fazer uma previsão, mas sonho que haja uma eleição polarizada entre o PSDB e o PMDB e que os partidos que compõem a base aliada façam uma prévia com as suas bases. Tenho plena convicção que eles vão acabar nos apoiando.

Os alcidistas discordam que as bases estejam com Marconi para 2010.
Falo o que conheço. Acredito que as regiões não são tão diferentes. Na minha região (Sudeste), os dois prefeitos do PP querem o Marconi, os três prefeitos do PR também. As outras regiões que conheço são mais ou menos assim. Porque o Marconi foi um excelente governador, tanto nas relações políticas como pessoais. Não estou criticando Alcides, que tem um estilo diferente e eu respeito.

Politicamente sou bem definido e realista. Não adianta querer falar que a base não está com Marconi, porque está. Ele sofreu muito e hoje está amadurecido, está preparadíssimo para ser um bom governador, pelas pancadas que levou, pela história que tem desde que chegou ao governo. Então, eu contesto que as bases não o queiram. Faça um plebiscito ou um chamamento das bases, com voto secreto, que te garanto que 90% a 95% querem o Marconi.

Qual seria a aliança ideal para o PSDB?
O ideal seria a manutenção (da base aliada). Compartilho a opinião do Roberto Balestra (deputado federal, PP), reverencio e admiro as declarações que ele fez. A gente tem de largar os problemas pessoais de lado e pensar no macro, pensar grande, pensar em Goiás. Pensar que nós temos um projeto bonito para Goiás. Se depender de mim, estaremos todos juntos: o PP, o PR, o PSDB e o DEM.

Mesmo depois de tantas desavenças na base aliada, o sr. acha que é possível Alcides Rodrigues apoiar o projeto do PSDB?
Nunca vi uma desavença do Alcides com o Marconi. O que vejo são desavenças de umas poucas pessoas, que fazem barulho e não têm comprometimento político com Goiás. São pessoas que pensam em si próprias. Não pensam no futuro, não pensam no projeto do tempo novo. Não vejo esse sentimento com as bases do partido. Com as bases, vejo tristeza a cada declaração dada por uma liderança.

Em evento de ampliação do programa Renda Cidadã, o governo exibiu uma propaganda que dizia que a gestão passada havia retirado dinheiro da saúde para investir no programa. É possível caminhar juntos assim?
Não adianta você querer esconder. O Renda Cidadã foi um marco revolucionário no Brasil. Muitos países vieram aqui para ver como era o Renda Cidadã. O Lula copiou o programa. O Renda Cidadã tirou aquela cesta humilhante, em certos casos até deprimente. Vi na minha cidade distribuindo as cestas em estádio de futebol. Agora o cartão é pessoal. De onde vinha esse dinheiro (do Renda Cidadã), com sinceridade, eu não sei. Se for da saúde, certamente Marconi pode ser processado por isso, se houve desvio de verba. Agora, foi o melhor programa criado por uma pessoa em Goiás, na minha concepção.

Mas como o sr. interpreta o fato de uma acusação dessa partir de um suposto aliado para 2010?
Eu não vi essa acusação. Quem deu essa declaração?

Apareceu na propaganda do governo estadual.
Acho que se tinha alguma coisa errada tinha de ir para o Ministério Público. Eu não vi essa propaganda. Não estou querendo falar sobre uma coisa que não vi. Falo sobre o Renda Cidadã e como o programa colocou o Marconi como uma das pessoas mais articuladas em fazer uma promoção dessas até a pessoa arrumar um emprego, anonimamente, sem humilhação, sem ter obrigação de votar em A, B ou C. Não vejo nada que possa denegrir um programa maravilhoso desse. Se foram desviadas verbas, eu desconheço.

O que realmente incomoda os tucanos agora?
Não é confortável fazer uma frente e não convidar o partido. Mas isso é superável. Nossa postura é a seguinte: nosso adversário é o PMDB. Temos de mostrar quem é o PMDB e como agem. Por exemplo, esses parquímetros, é uma pouca vergonha. A saúde de Goiânia está na UTI. Os programas sociais de Goiânia não existem. Goiânia só fala em asfalto, não fala em mais nada. O PMDB está fazendo um feijão com arroz aqui. Uma das metas do PSDB é mostrar as deficiências do PMDB em termos administrativos.

Se houver uma ruptura com PP, mesmo assim o alvo continua a ser o PMDB?
Não sou muito de responder isso de “se houver uma ruptura”. Reafirmo que não desejo (ruptura). Mas acho que o grande adversário do Marconi será o candidato do PMDB.

E quem o sr. acha que será esse adversário?
Acho que nem eles sabem quem será o candidato. Se você conversar na intimidade com alguns peemedebistas vai encontrar opiniões totalmente divergentes sobre o mesmo assunto. Tem gente acha que é um, tem gente que acha que é outro. Isso é bom, porque enquanto eles estão indefinidos Marconi está percorrendo o interior, está recebendo homenagens e adesões.

Marconi costuma dizer que prefere disputar o governo com Iris Rezende. Ele considera Henrique Meirelles um candidato mais difícil?
Acho que ele não tem medo de ninguém, seja quem for o candidato. O problema do Iris é que ele tem um teto e o Meirelles é um ponto de interrogação. Particularmente, acho o Meirelles um fiasco para essa campanha majoritária. Ele não tem convivência e carisma com o povo mais humilde. Se você soltar o Meirelles em Catalão, por exemplo, ele não sabe aonde está. Ele não fez nada para Goiás. Na minha opinião, acho ele um fiasco como candidato. Tem gente que acha que é o contrário, que ele não tem rejeição. Acho que para qualquer um vai ser uma eleição difícil.

Como o sr. avalia a postura do PMDB na Assembleia?
É difícil entender a crise de identidade que passa o PMDB. Porque normalmente um ou outro deputado muda e vai pro governo, isso é normal. Mas sinto na bancada do PMDB uma crise de identidade muito grande, alguns são governo um dia e no outro, não. É muito complexo o relacionamento que têm com o governo. Mas o dia que o governo apresentar uma candidatura, ou apoiar outra candidatura que não seja do PMDB, eles vão passar a bater de manhã, de tarde e de noite no governador. Agora, nunca antes na história da Assembleia houve um partido com tanta crise de identidade como o PMDB.

O sr. acha que, dependendo dos rumos tomados, o PMDB volta a ser oposição de fato novamente?
Depende, tinha gente que antes era da oposição, hoje não é tanto. Estou impressionado com a crise de identidade que eles estão tendo. Como é que elogiam um governo que há três anos atrás falava que o homem era cachaceiro, que ele era caloteiro, preguiçoso, que era ‘esquecidinho’, que demorava para fazer as coisas, desonesto, que roubava. Filmaram a casa dele, a mãe quase morreu por causa dessas filmagens. Aí em três anos ele sofreu uma metamorfose? Algo está acontecendo.

E em relação à nova frente, o sr. acredita que vai adiante, lançando candidato?
Difícil. Qualquer nome que tenham vai ser difícil (emplacar). Porque, com todo o respeito que tenho com os partidos da frente, as bases desses partidos querem o Marconi. Se fizer uma consulta popular aos filiados do PR, do PP, do DEM, aos prefeitos, deputados e vereadores, uma grande maioria quer Marconi.

Em relação aos escândalos envolvendo o governo de José Roberto Arruda (DEM), o sr. acredita que podem ter reflexos para Marconi?
Acho que atingiu todo mundo que gravitava em torno do Arruda. Atingiu o PMDB, o PSDB, fulminantemente o DEM. Evidente que os prefeitos do Entorno vão sofrer as consequências, porque o Arruda ajudava a todos. Agora, Marconi tem luz própria no Entorno do Distrito Federal. Lá ele é mais querido do que o governador do DF. Quando eles saíam juntos para distribuírem obras, o Arruda é que aproveitava a carona de Marconi, que fez por esse Entorno o que nunca se fez na história deste Estado.

  
O Popular

Cileide Alves

O tempo do governo

O governo estadual intensificou sua propaganda institucional neste fim de ano. A mensagem do governador Alcides Rodrigues (PP), no rádio e na TV, repetiu uma ideia que vem sendo difundida desde sua posse para o segundo mandato, em janeiro de 2007, a de que ele trabalha em silêncio para transformar “discurso em trabalho”. Estão embutidas nesta fala duas mensagens políticas: uma a favor de seu próprio estilo e a segunda de crítica ao estilo do antecessor e agora adversário, o senador Marconi Perillo (PSDB).

No primeiro caso o governo tenta fazer do limão uma limonada. Em outras palavras, age com intuito de tirar proveito político do próprio estilo de Alcides, cuja imagem cristaliza-se na sociedade como oposta à imagem de Marconi. Em vez de fazer a sociedade acreditar que o resultado da ação do governo é visível e por todos conhecidos, a propaganda aceita o pressuposto de que pouco se sabe sobre o que o Estado realiza, ao repetir que o trabalho do governo é silencioso.
Esta é a mensagem subliminar dessa propaganda: o governo não briga com a realidade e prefere fazer do limão, sua imagem já consolidada, uma limonada, ou seja, o trabalho existe, mas é feito silenciosamente.

O contraponto para a construção de um conceito positivo do governo do PP é a imagem de Marconi, apresentada na propaganda governista como a de um político que mais fala do que faz. A construção de uma imagem e a desconstrução da outra acaba tendo um papel eleitoral nesta virada de 2009 para o ano das eleições.

Este é o tempo do governo e de seu PP, o de fortalecer a própria imagem para dar sustentação à consolidação de seu projeto político-eleitoral, ainda insipiente, paralelamente à tentativa de destruição política dos governos tucanos.
O PSDB já tem candidato, o senador Marconi Perillo, mesmo assim o senador se concedeu um prazo, 10 de abril, para lançar o nome do partido. É público e notório que o candidato já está definido e que essa data tem mais um efeito simbólico do que qualquer outra coisa, ou seja, a de passar a ideia de que o nome tucano vem sendo construído aos poucos, que ele não é uma imposição tucana e que as definições só ocorrerão dentro do calendário eleitoral, que se intensifica a partir de 3 de abril, com o prazo final de desincompatibilização de ocupantes de cargo público.

Diferentemente dos tucanos, o PMDB ainda se mantém indefinido entre o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o prefeito Iris Rezende como candidato a governador. A festa que comemorou os 76 anos de Iris, terça-feira em sua fazenda em Guapó, reforçou o sentimento reinante no PMDB de que Iris é candidatíssimo e que Meirelles deverá mesmo optar por uma disputa mais tranquila para senador, claro, se a sucessão presidencial não lhe brindar com uma vaga na chapa da ministra Dilma Rousseff, representando o PMDB na dobradinha com o PT, uma possibilidade remota, mas não impossível, em se tratando de política.

Apesar do nome de Iris ser apontado como favorito, por razões já conhecidas (o desejo do prefeito de voltar ao governo, a insegurança de Meirelles com uma disputa complicada para governador, seu desejo de continuar no plano nacional, entre outras), o quadro no PMDB deverá ser conhecido, segundo promessa de Iris, na segunda quinzena de janeiro.

O prefeito acha que seu partido precisa saber quem comandará o processo sucessório, missão que caberá ao candidato a governador, para iniciar as conversações pré-eleitorais, como as articulações com os partidos nanicos, que ganham importância somente em véspera de eleições por terem um importante trunfo a oferecer aos candidatos: espaço no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV.

O tempo do PMDB, se depender não de Meirelles – que gostaria de deixar tudo para março, quando ele terá de decidir se continuará no governo do presidente Lula, outra hipótese que considera muito, ou se deixará o banco para entrar na disputa eleitoral –, mas do próprio Iris, será o final de janeiro. O do PSDB é abril. Já o tempo do PP ainda é o de construção de seu projeto político-eleitoral. Mesmo havendo governistas que ainda esperam que Meirelles seja o candidato do PMDB, pois isso facilitaria uma aliança ainda no primeiro turno, os menos otimistas trabalham com a possibilidade de lançar candidato próprio.

Daí o significado da propaganda pepista que está no ar. Ela difunde a mensagem do governo para uma sociedade que parece já estar esperando o embate natural entre tucanos e peemedebistas. Mais do que isso, apresenta essa terceira força política, que, pelo que admite a própria propaganda, ainda não é de todo conhecida, já que trabalha “em silêncio”. A frente governista, portanto, começa a ganhar uma feição para o grande público.

A definição de nome, fase vivida pelo PMDB, virá posteriormente, mas atualmente o nome do secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, volta a ser muito comentado internamente. Tudo ainda depende do cenário que surgirá lá na frente, mas a discussão sobre seu nome tem respaldo até mesmo no DEM, incluindo o senador Demóstenes Torres. Mas isso já é outra história.



O Popular

Giro
 
Jarbas Rodrigues

Aposta
O prefeito Maguito Vilela (Aparecida), um dos defensores da definição do candidato do PMDB ao governo até dia 15, diz não ter dúvidas de que Iris Rezende será o escolhido.

Duas chances
Maguito diz que Henrique Meirelles (BC) ficará com uma das duas vagas ao Senado ou será vice de Dilma.

Estampa
O casal Iris ganhou concorrência na distribuição de outdoors de Natal em Goiânia: Marconi e Valéria Perillo também espalharam os seus.

Disputa
Os outdoors dos casais tucano e peemedebista foram instalados lado a lado em alguns pontos da cidade. Caso da T-8, no Jardim América.

Candidatos
Os outdoors indicam que a disputa eleitoral entre Iris e Marconi, caso confirmada, deve começar mais cedo. O peemedebista quer segurar a boa popularidade na capital. O tucano, recuperar o espaço perdido.

Em outra
Em alta no DEM nacional, o deputado Ronaldo Caiado tenta, pela terceira vez seguida, costurar aliança sem a participação do PSDB. O partido perdeu as eleições de 2004 com Rachel Azeredo e de 2006 com Demóstenes Torres.

Resposta
De Caiado para um seguidor do Twitter que defendeu a aliança entre os partidos: “Acredito que não será possível em Goiás. PSDB está em outro projeto. O Democratas está com o PP-PR-PSB-PTN e outros”.

ARREMATE

Poço – A trincheira do viaduto das avenidas 85 e T-63 não tem suportado o volume de água das chuvas. Na noite do dia 24, motoristas deram meia-volta com medo de fazer a travessia no local.

Nenhum comentário:

Postar um comentário