quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Máfia das denúncias!

Diário da Manhã

Plano denuncista para desgastar Marconi

Um jornalista do estafe de Marconi Perillo me confidenciou que uma das atuais preocupações do grupo (e não do senador) era com uma tal “denunciação caluniosa” que estava sendo armada contra o senador Marconi Perillo, com o objetivo de desmoralizá-lo perante os eleitores. Levei mais a sério o que me foi confidenciado ao ler o artigo O olho da vida, de Batista Custódio. Batista é uma enciclopédia viva da política de Goiás e de seus governantes. Por isso mesmo, considero ser ele o jornalista mais bem informado do que acontece e, principalmente, do que ocorre nos bastidores, aquilo que dificilmente é liberado para ser divulgado.

Batista Custódio revela: “Percebe-se a armação de um plano político denuncista para desgastá-lo(Marconi Perillo), quando é de toda evidência que foi justamente o fato de ter sido tão atacado a que se atribui o surpreendente crescimento de sua popularidade”. Nem Batista Custódio nem o membro do estafe do escritório político do senador fizeram referência ao grupo político interessado em desgastar a imagem do senador Marconi Perillo junto ao seu eleitorado.

O governador Alcides Rodrigues, que foi vice de Marconi Perillo no primeiro mandato e no segundo, até à desincompatibilização de Marconi, quando se tornou governador e foi reeleito no exercício do cargo, não pode cair nesta enrascada política(usando frase do próprio Batista Custódio, em seu artigo). Se ele era parceiro de Marconi, tinha conhecimento de fatos que feriam os princípios éticos da administração pública, era seu dever fazer a denúncia, na época, e não cinco anos depois, sob pena de compactuação. Mas a lógica indica que se houver a deflagração de tais denúncias ela só poderia ter origem entre os componentes da chamada Nova Frente, porque da parte do PMDB e seus aliados, isso não ocorreu, nem quando Iris Rezende foi derrotado por duas vezes por Marconi Perillo. Nas campanhas eleitorais, é claro que houve críticas, escaramuças, mas nunca uma denunciação com o objetivo claro de caluniar o oponente.

Ainda está na lembrança dos goianos quando o comando da campanha de Maguito Vilela sobrevoou, de helicóptero, a fazenda de Alcides Rodrigues, tirando fotografias para serem usadas na campanha. O episódio assustou a mãe do governador que teve que ser medicada. O fato teve imediata repercussão negativa. O tiro saiu pela culatra.

Mais recentemente, o PMDB trabalhou para criação e instalação da CPI da Celg, cujo relatório deve ser divulgado até o mês de março. O objetivo era claro: atingir a administração do ex-governador Marconi Perillo. Só que os deputados aliados do governo estenderam a investigação pelos últimos 25 anos, ou seja, desde 1984, primeiro governo de Iris Rezende Machado. A CPI contratou a Fundação Instituto de Pesquisa Econômica( Fipe), para auditar a Celg nesse período e também contou com a isenção do Tribunal de Contas do Estado( TCE) que encaminhou seu relatório na semana passada. Ambas as entidades mostraram, claramente, os culpados. Não escapou nenhum dos governantes, no período, uns com maiores ou menores responsabilidades.

Na atualidade, o eleitor não está preocupado com denúncias. Aliás, basta tomar o exemplo do vizinho Distrito Federal, em que o governador José Roberto Arruda foi eleito depois de ter renunciado ao mandato de senador, sob acusação de ter manipulado o painel de votação do senado. O eleitor está preocupado em que o eleito tenha um plano de governo que acabe com o desemprego, com o alto índice de criminalidade(em Goiás está atingindo níveis alarmantes, graças à atuação de traficantes de drogas), com as intermináveis filas nos postos de saúde e com a falta de médicos e que melhore as condições de tráfego das rodovias, para reduzir os acidentes sempre com vítimas fatais. Não será, portanto, através de denuncismo, que vão atingir o ex-governador Marconi Perillo.

Valdir Morgado é jornalista político  (valdir_morgado@ig.com.br)

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