quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Maguito: o vendilhão!

Diário da Manhã

Venda de Cachoeira Dourada destruiu a Celg

Relatório da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), uma das mais importantes instituições do País, revela que a dívida da Celg, em 2008, estava em R$ 4,1 bilhões, quantia, segundo o documento, oito vezes superior ao capital próprio da empresa. Não há como negar a situação extremamente crítica da empresa, considerada hoje um dos principais patrimônios do povo goiano.

A Celg, como não nasceu endividada e deficitária, foi severamente comprometida no governo de Maguito Vilela, do PMDB, quando teve seu patrimônio dilapidado. Em especial com a venda da Usina de Cachoeira Dourada (CDSA), além de um contrato irresponsável, que a obrigou a comprar energia (quando ela própria produzia) dos novos donos da usina por um preço exorbitante, provocando prejuízos profundos na empresa. Consta no texto da Fipe que, segundo relatório da CPI de Cachoeira Dourada, “no ano de 2000, 45% do total de energia comprada pela Celg vinha da CDSA, sendo essa 53% mais cara do que a dos outros fornecedores”.

O relatório da Fipe afirma que, entre os ‘fatos notáveis’ que levaram ao endividamento bilionário da empresa está “a venda de Cachoeira Dourada”. Este foi, sem dúvida, o fator capital para que a estatal chegasse à situação em que chegou: em via ‘falimentar’.

Ao vender Cachoeira Dourada, na época, o Governo de Goiás, cujo comando estava nas mãos de Maguito, se comprometeu a tomar medidas como forma de manter o equilíbrio econômico da estatal, que passou a não contar mais as receitas da geração de energia. Entre elas estavam a redução de perdas de energia; redução de despesas com serviços de terceiros; redução de despesas com pessoal, investimentos no sistema de transmissão e distribuição; redução do prazo de recebimento; encontro de contas com o Estado; transferência da dívida tomada para a construção de Cachoeira Dourada;  equilíbrio do fluxo de caixa e dívida e outros.

Ainda segundo estudos da época, após a venda de Cachoeira Dourada, com a aplicação das recomendações acima, a Celg voltaria a obter lucros, até porque o Governo Maguito tinha, também, se comprometido a fazer um aporte de recursos na ordem de R$ 50 milhões, em duas parcelas, para aumento de capital, que teria como propósito o equilíbrio de fluxo de caixa da Celg. Só que o aporte não foi feito, iniciando-se, a partir daí, um rombo bilionário.

É o próprio relatório que aponta o prometido e o não cumprido pelo governo do PMDB: “De um lado, a Celg tinha a pagar uma dívida de ICMS com o Governo de Goiás. De outro lado, a Celg tinha a receber, de diversos credores, valores relativos ao fornecimento de energia elétrica e seus encargos, principalmente da Saneago, e reembolsos de despesas do Estado pagas pela Celg. Esse encontro de contas, para preservar o equilíbrio de fluxo de caixa da Celg, não foi feito”.

Se não bastasse o não cumprimento das promessas do Governo e a venda criminosa de Cachoeira Dourada, a Celg se viu obrigada a realizar um contrato danoso que fez com que ela comprasse energia da usina vendida por uma tarifa mais cara. O contrato só foi rompido na gestão do governador Marconi Perillo, que pediu recálculo do acordado e também o ressarcimento do valor indevido recolhido pelos compradores da usina, este último detalhe aguardando decisão da Justiça.

Segundo o relatório da Fipe, “a perda de Cachoeira Dourada (cisão e contrato de compra de energia) gerou uma saída total de R$ 2,5 bilhões, equivalente a 60% do total de endividamento junto a instituições financeiras, Eletrobrás e fornecedores”. Na verdade, apenas demonstra: o grande golpe para o início de processo de ‘falência’ da Celg, que passou a conviver com um ’desinvestimento’ de cerca de R$ 2,5 bilhões. Ainda em seu relatório, a Fipe é categórica ao afirmar que os atuais R$ 4,1 bilhões de dívida começaram com os prejuízos gerados em 1988, “aumentados em 1991 (Tocantins), em 1993 (Codemin), em 1994 (Governo do Estado), em 1996 (com a venda de Cachoeira Dourada) e agravados pós-2000”.

No espectro da ‘falência’, a Celg não tem outra saída senão uma reflexão e procurar os reais culpados pela sua crise e, se possível, o ressarcimento do que foi perdido ao longo dos anos, principalmente nas gestões do PMDB, que fizeram da estatal um centro de negociatas e benefícios para políticos.

A Celg é dos goianos e, por isso, não pode mais permanecer sem uma política austera, de investimentos e que possa continuar levando benefícios à população e ao desenvolvimento e crescimento econômico de Goiás. Com certeza isso voltará com o Governo do PSDB e com a sensibilidade de Marconi Perillo, aquele, que de fato, foi o único a fazer pela Celg.

Apoena França Albano é presidente da Juventude Estadual do PSDB

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