quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Vendendo ilusões!

O Popular

Chapa de Meirelles ainda mais incerta
Escolha do presidente do BC para conselho internacional deixaria seu nome mais longe da disputa local

Bruno Rocha Lima

Aumentou a incerteza no PMDB sobre uma candidatura do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao governo de Goiás. A indefinição foi agravada após sua eleição na segunda-feira para compor o Conselho Diretor do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que atua como uma espécie de Banco Central dos BCs.

Tal posto, inédito para o Brasil, pode estimular a permanência de Meirelles no BC. O cargo não é transferível, ou seja, caso o peemedebista deixe o governo para disputar as eleições, o país perde a cadeira no BIS. Soma-se a isso a preferência do presidente Lula em manter o atual comando do BC até o final do ano.

Questionado sobre o fato, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), alegou ontem que ainda não tinha noção se haveria algum impacto no projeto político de Meirelles. “Tomei conhecimento pela imprensa hoje (da eleição para o BIS). Estou sem entender ainda (o efeito). Mas não devemos nos precipitar nessa hora, no sentido de escolher com responsabilidade o nome que representará o PMDB na eleição”, disse o prefeito em entrevista no Paço Municipal, após assinar convênio com sindicatos de taxistas para incluir a categoria no programa habitacional da Prefeitura.

Iris disse depois, no entanto, que não vê relação direta entre o cargo no BIS e a política local. “Essa notícia da integração do Meirelles a um conselho internacional não tem nada a ver com nossa questão local. Aqui não posso me queixar dele. É um homem seguro, prudente, equilibrado. E nós temos de entender cada pessoa como ela é.”

Mas no PMDB a sensação é de que o presidente do BC tem se afastado cada dia mais da política local. A reunião da bancada estadual do partido com Iris na quinta-feira, quando os deputados deram-lhe carta branca para conduzir a sigla na discussão eleitoral, foi um reflexo disso. Até parlamentares que estavam mais próximos ao presidente do BC não falam mais com tanto entusiasmo sobre a possibilidade de ele disputar o governo e vêem Iris como possível candidato.

Meirelles também é apontado como o nome preferido de Lula para ocupar a vice de Dilma Rousseff na chapa presidencial, embora seu nome enfrente forte resistência na cúpula peemedebista. Questionado ontem sobre a possibilidade do presidente do BC ocupar a vice de Dilma, Iris disse que não cabia ao PMDB goiano entrar na discussão. “Nós não temos o direito aqui em Goiás de discutir uma questão nacional. Quando se fala em Meirelles, nós falamos sobre um possível candidato do PMDB aqui. Lá, a cúpula nacional é que discute.”

O prefeito tem evitado pressionar o aliado para que decida sobre a disputa estadual, mas espera que Meirelles o procure nos próximos dias para fecharem a questão. Iris acredita que a demora na definição do candidato ao governo pode prejudicar o PMDB.

Celg

Após afirmar que a CPI da Celg na Assembleia Legislativa era tendenciosa por sua composição majoritariamente marconista, Iris elogiou a convocação dos ex-presidentes para explicar o desequilíbrio financeiro da estatal.

No entanto, ele voltou a criticar o fato de que a CPI não pediu a quebra do sigilo bancário de pessoas e entidades cujos contratos com a companhia nos governos do PSDB são colocados sob suspeita.

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