quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Animalcídio em Goiânia!!

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Mais cinco mortes no zoológico

Patrícia Drummond

De janeiro até ontem, cinco animais morreram no Parque Zoológico de Goiânia – que continua fechado: quatro aves, entre elas um marreco, e uma macaca. As causas dos óbitos foram variadas, e, de acordo com a médica veterinária Talita Dayane Pereira e Silva, servidora pública efetiva do parque, são consideradas comuns na rotina de animais que vivem em cativeiro.

Uma das mortes mais significativas foi a de uma macaca rhesus, no dia 19 de janeiro. Com idade estimada em 25 anos e, segundo Talita, com quadro de obesidade mórbida, ela não resistiu à sedação para ser submetida a um exame de rotina. O procedimento foi solicitado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Goiás, em consequência dos óbitos seguidos de animais registrados no ano passado. “O exame no animal fazia parte do cronograma e não chegou a ser realizado por causa da complicação”, esclarece a veterinária.

“Embora estivesse bem, sem nenhum problema, essa macaca era uma paciente de risco em função da faixa etária e da obesidade”, acrescenta. Antes da macaca rhesus, a primeira morte registrada este ano, no zoo de Goiânia, foi de uma jandaia verdadeira, no dia 4 de janeiro. Segundo Talita Silva – que acompanhou a maioria dos casos –, a ave, um filhote, teve infecção respiratória, foi tratada, mas não resistiu.

Uma semana depois, outra ave – um turaco – morreu. Já idosa, a fêmea teve infecção generalizada em função da retenção de um ovo que não conseguiu expelir. “O animal não apresentava alterações de comportamento até descobrirmos o problema. Quatro dias antes do óbito retiramos o ovo e tratamos a ave, mas não conseguimos reverter a infecção”, explica Talita.

No dia 26 de janeiro, outra ave morreu: uma fêmea ring neck, adulta. De acordo com a veterinária, ela foi encontrada pelo tratador apresentando sinais de apatia e sem se alimentar. Levada para exame, a ave morreu. “Essa manipulação gerou estresse no animal, o que é muito comum, sobretudo em aves. Tanto que a necropsia não apresentou nada de significativo.”

O último animal morto no parque já foi encontrado inerte, em seu recinto, no dia 2 de fevereiro. Conforme a especialista, a necropsia realizada na fêmea adulta de marreco irerê apontou lesões e hematomas na região do pescoço e da cabeça: “Tudo indica que ela deve ter apanhado de outro animal”. A fêmea convivia com outros bichos da mesma espécie e também com flamingos.

Em contrapartida às mortes nesse período de pouco mais de um mês, cinco novos animais nasceram no zoo da capital: um cisne negro, no dia 17 de janeiro; uma fêmea de anta, no dia 18; um jacu verdadeiro, no dia 19; um veado catingueiro, no dia 27; e um papagaio do Norte, no dia 29. Todos passam bem.

Segundo informações da coordenadora de Fauna e Recursos Pesqueiros do Ibama em Goiás, Cristianne Borges Miguel, os óbitos ocorridos este ano no Zoológico de Goiânia foram comunicados ao órgão, com as necropsias em anexo. Ainda sobre o parque, Cristianne declara que as determinações estabelecidas em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para adequação do local têm sido cumpridas dentro do prazo, com o acompanhamento e vistorias rotineiras realizadas por técnicos do Ibama.

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