terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Tribuna do Planalto
Sábado, 20 de Fevereiro de 2010

Política

PSDB parte para o ataque

Se este ano já havia começado quente na política, agora, passado o recesso do carnaval, o ambiente começa a pegar fogo. E a julgar pela disposição do PSDB e de seus correligionários para enfrentar seus adversários e batalhar pelo retorno ao Palácio das Esmeraldas, a temperatura deverá subir a patamares inimagináveis. A tática tucana, apesar de contraditória, tem sido eficiente. A contradição ocorre porque as lideranças do partido defendem o debate limpo e, ao mesmo tempo, atacam duramente os adversários. A eficiência se deve ao fato de o partido demonstrar que está coeso, que tem um só discurso e que tem estratégia e armas suficientes para enfrentar as estruturas do PP e do PMDB na guerra eleitoral.

Enquanto atacam os adversários, seja por meio de críticas diretas e indiretas a integrantes da Nova Frente e aos peemedebistas ou entrando com ações na Justiça, os tucanos adotam o discurso de quem quer o debate propositivo, sem ataques, sem denuncismo. Agindo desse modo, o PSDB busca fazer com que seu pré-candidato a governador, o senador Marconi Perillo, apareça diante da população e da opinião pública como o bom moço, vítima de ataques “desleais” e da “traição” de antigos companheiros.

Na última quinta-feira, 18, quando esteve presente na abertura dos trabalhos da Assembleia Legislativa, a contradição existente na tática tucana ficou evidente na fala do senador Marconi Perillo. Ao mesmo tempo em que defendeu a discussão de ideias e foi elogiado pelo presidente da Casa, Helder Valim, por “propor um debate de alto nível”, atacou, sem citar nomes, os adversários pepistas, durante entrevista à imprensa.

Depois de confirmar que defendeu junto à bancada do seu partido a proposição de uma CPI para apurar o déficit de R$ 100 milhões que teria deixado de herança para o atual governo, o senador tucano falou que os nazistas usavam repetir uma mentira por diversas vezes para que esta se transformasse em uma verdade. Ao dizer isso, o senador disse, pelas entrelinhas, que o atual governo mente ao passar adiante a informação de que recebeu um governo deficitário e, ainda, comparou os integrantes do governo aos nazistas. Prosseguindo no ataque indireto, Marconi disse que há em Goiás “déficit de lealdade, de gratidão e de competência” e que há também “superávits de propina e de perseguição”.

Ao contrariar os interesses do governo, propondo a criação da CPI do déficit, e desferir críticas veladas a seus integrantes, os tucanos demonstraram que estão afinados e agindo em bloco contra aqueles que se apresentam como obstáculos à concretização do projeto do partido de retornar ao poder. Os defensores da candidatura de Marconi Perillo tem adotado, ainda hoje, o discurso da reconciliação da antiga base aliada, que tinha como integrantes o PP o DEM e o PR e, ao mesmo tempo, procurado tratar como insignificante e inconsistente a Nova Frente, aliança que tem como principal líder e articulador o governador Alcides Rodrigues.

Justiça

Outra forma adotada pelos tucanos e seus aliados para enfrentar seus adversário tem sido a de recorrer à Justiça. Depois de ter entrado com ação contra o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, os defensores da candidatura de Marconi Perillo, dessa vez representados pelo diretório regional do PPS - partido que está comprometido com o PSDB em níveis estadual e nacional - entraram na Justiça para proibir o governo do Estado de veicular propaganda nos maios de comunicação comparando a administração atual com a anterior. A ação, que acusa o governador de promover propaganda eleitoral antecipada foi vitoriosa. Decisão proferida pelo juiz Alexandre Magno de Almeida Guerra Marques, no dia 12, acatou pedido feito pelo PPS e obrigou a Agencia Goiana de Comunicação (Agecom) a suspender a propaganda, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.

O senador Marconi Perillo protocolou na última quarta-feira (17), duas ações contra o prefeito de Goiânia e pré-candidato ao governo do Estado, Íris Rezende (PMDB). A primeira diz respeito a suposto crime penal e a outra pede indenização por danos morais.

O advogado do senador, Gabriel Massoti Pereira, justificou as ações com o argumento de que as criticas de Íris Rezende ultrapassaram os limites e vulneraram a honra de Marconi. Segundo ele, o senador busca a reparação por todas as “calunias, injurias e difamações”, que foram tecidas pelo prefeito. “O que Marconi faz questão de deixar muito claro para a população é que o político está acostumado com as críticas políticas, e isso faz parte do exercício da democracia. O que o agente político, prefeito e vereador não pode - e o judiciário veda isso expressamente -, é que crítica ultrapasse os limites para vulnerar a honra do indivíduo”, afirmou o advogado.

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