segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Diário da Manhã

Café da Manhã

Felipe Cândido

PMDB usa caso Braga para atrair apoio do PP no 1º turno
08/02/2010

Uma aliança entre o PP e o PMDB, já no primeiro turno, deixou de ser apenas um sonho de uma noite de verão para o prefeito Iris Rezende. É esse objetivo que explica a paixão com que os líderes maiores do PMDB se empenharam na defesa do secretário Jorcelino Braga, em uma estratégia pensada para mostrar aos pepistas que o partido não só é confiável, como representa a vanguarda da defesa do governo Alcides Rodrigues.

Iris dispõe de avaliações que sugerem um racha no PP na hipótese de apoio ao PMDB no primeiro turno, devido ao antagonismo entre os dois partidos nos municípios. Esse detalhe, contudo, não teria grande importância para o prefeito, já que o potencial pepista de votos não é visto como significativo. O que importa, para os peemedebistas, é a anexação de mais alguns minutos ao tempo de televisão e o apoio do governo, ainda que ao preço de empurrar o DEM para os braços do PSDB.

Na visão de Iris, aliás fartamente demonstrada em declarações nas últimas semanas, cabe ao governador Alcides Rodrigues o papel de desconstruir o senador Marconi Perillo. Com o apoio do PP no primeiro turno, a parte, digamos assim, “suja” da campanha, ficaria entregue aos expoentes do partido, principalmente ao Braga, ficando Iris liberado para focar no discurso propositivo.

Data da renúncia está próxima e Iris fica tenso com a decisão

A menos de 60 dias da data de desincompatibilização, caso seja candidato a governador, Iris Rezende dá sinais de preocupação e até de alguma tensão, segundo relatos de correligionários.

A renúncia a dois anos e nove meses de mandato executivo é uma decisão que implica em uma enorme sobrecarga emocional para qualquer político, e seria mais tranquila se o prefeito aparecesse nas pesquisas com uma boa vantagem sobre o senador Marconi Perillo – mas até os peemedebistas mais apaixonados admitem que a disputa está hoje, no máximo, equilibrada.

Outro problema incomoda Iris: o PT, que herdará a prefeitura com o vice Paulo Garcia, não deu ainda um sinal inequívoco de que estará unido em torno da sua candidatura. No Paço, espera-se que o presidente Lula faça alguma coisa nesse sentido a partir da sua próxima viagem a Goiânia.

Ainda ressoam os constrangimentos causados pelo comportamento do presidente na visita de 13 de agosto do ano passado. Até o ex-ministro José Dirceu foi acionado nos últimos dias para garantir uma atuação positiva de Lula em Goiás, induzindo ao fechamento em massa do PT na direção da aliança com o PMDB.

Luziânia: falta de estratégia do governo prejudica Ernesto Roller

Governo do Estado não digeriu até hoje a blitz do senador Marconi Perillo, acompanhado do delegado Marcos Martins e dos deputados policiais João Campos e Coronel Queiroz, que foram a Luziânia oferecer ajuda e cobrar providências no caso dos seis jovens desaparecidos.

A queixa dos palacianos é que Marconi agiu como se ainda fosse governador, aproveitou o vácuo criado pela ausência de autoridades estaduais acompanhando de perto o andamento das investigações.

É unânime a avaliação de que o governo errou no caso de Luziânia. Lembre-se o episódio do sequestro de Wellington Camargo, explorado pelo então secretário de Segurança, Demóstenes Torres, a ponto de viabilizar sua candidatura a senador.

Quanto a Luziânia, estaria ocorrendo com Ernesto Roller o contrário do que aconteceu com Demóstenes. Ou seja: a ausência de uma estratégia de comunicação apropriada ao caso acaba por gerar efeitos ruins para a pré-candidatura do secretário ao governo.

Episódio da filha de Braga enterra denuncismo em Goiás

O senador Marconi Perillo pode ser o maior beneficiário da condenação pública do denuncismo feita pelo governador Alcides Rodrigues. As palavras do governador poderão servir para acalmar o ânimo do secretário Jorcelino Braga, que já anunciou por mais de uma vez dispor de uma bateria de denúncias contra o tucano. Essa estratégia estaria inibida pelos últimos acontecimentos e agora, formalmente, pelas palavras de Alcides.

De resto, a avaliação que prevalece é a de que o denuncismo não influenciou o resultado de nenhuma eleição em Goiás, até hoje. Em 2008, Iris foi denunciado por Sandes Júnior e ganhou. Em 2006, Alcides foi denunciado por Demóstenes Torres e ganhou. Em 2002, Marconi foi denunciado por Kajuru e ganhou. Em 1998, Marconi foi denunciado por Iris e também ganhou. E assim por diante.

Substituindo o denuncismo, o que parece crescer em importância para o processo eleitoral deste ano são as estratégias de comunicação. O governo Alcides, até agora, tem se mostrado descuidado com essa vertente de ação política. Hoje, é fácil concluir que somente Marconi e Iris atuam com efetividade na área de comunicação, com vantagem para o senador tucano, que também utiliza as poderosas ferramentas da internet – ainda desprezadas pelo prefeito de Goiânia.

CPI da Pedofilia pode atuar em Luziânia

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia, deputado Fábio Sousa (PSDB-foto), está de olho nos desdobramentos da investigação sobre o desaparecimento dos seis garotos de Luziânia. O tucano promete que, assim que for instalada a CPI do Combate à Pedofilia, fará com que a comissão atue junto com os órgãos competentes. Fábio Sousa disse haver sinais de pedofilia e que, se confirmado isso, vai atuar com rigor. A CPI da Pedofilia deve ser instalada depois do carnaval, assim que a Assembleia retomar os trabalhos.

Alfinetada

Após a derrota do Vila Nova para o Atlético, no OBA, torcedores colorados não perdoaram o presidente rubro-negro, Valdivino Oliveira. O xingatório foi geral para cima do homem. Mas a galera pelo menos reconhece que o dirigente sabe montar bons times.

Briga

O governo comprou briga com a Organização Jaime Câmara por causa da divulgação das imagens do suposto pedido de propina da filha do secretário Jorcelino Braga a uma entidade de caridade. O imbróglio, com certeza, ainda vai dar muito pano para manga.

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