terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Popular

                               Jardel sobre a CPI: “Quem votar contra vai ter de explicar”


PSDB articula bloco na Assembleia
Objetivo é endurecer o tom contra o governo do estado nas discussões no legislativo

Fabiana Pulcineli

O PSDB começou ontem a articular a formação de um bloco na Assembleia Legislativa para endurecer contra o governo estadual e atender os interesses do pré-candidato do partido, senador Marconi Perillo. O primeiro teste da união do bloco será a votação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Déficit, prevista para quarta-feira.

A formação do bloco, que passaria a discutir com frequência estratégias para as eleições, foi discutida em reunião convocada pelo senador no início da tarde de ontem. Foram convidados 20 deputados, que o PSDB julga aliados – incluindo DEM, PTB, PR e PT do B –, dos quais 15 compareceram (veja lista). O encontro foi no Castro´s Hotel.

Primeiro a discursar, Marconi “exigiu” a instalação da CPI do Déficit, conforme relatos de deputados presentes. Disse que é preciso mostrar a verdade à população goiana e desmistificar a tese do governo de herança de déficit de R$ 100 milhões mensais.

Novo líder do PSDB na Assembleia, Jardel Sebba recolheu as assinaturas para o requerimento da CPI no encontro e informou que o pedido deve ser apresentado hoje na Assembleia. São necessárias 14 assinaturas para que o requerimento seja apresentado. Os tucanos teriam obtido 15 assinaturas.

No plenário, o grupo precisará de 21 votos para garantir a instalação da CPI. Mesmo contando com o compromisso de apenas 20 deputados, Jardel se diz otimista com a aprovação. “Estamos mostrando que queremos a verdade. Quem votar contra, vai ter de explicar à sociedade.”

O líder do PSDB disse que pretende reunir aliados na sessão de hoje para discutir também uma posição em relação à perda de cargos no governo e aos projetos enviados pela gestão estadual. Segundo ele, a reunião com Marconi tratou apenas da CPI.

“Vamos passar a reunir sempre esse bloco para discutir nossas posições. Temos de ser democráticos. O que a maioria decidir será acatado”, disse Jardel. O grupo dos 20 pode ser ampliado para 22 ou 23. Os aliados de Marconi articulam a adesão dos deputados Betinha Tejota (PSB) e Misael Oliveira (PDT), que ainda resistem a se posicionar. “Chegou a hora de definir quem é quem”, cobra Jardel, sem citar nomes de deputados.

O tucano apresentou justificativa para ausência dos cinco deputados que são considerados aliados – Cilene Guimarães (PR) está com dengue; Iso Moreira (PSDB), em viagem para Natal; Daniel Goulart (PSDB), em Portugal; Marlúcio Pereira (PTB), em Brasília, e Cristóvão Tormin (PTB) alegou problema pessoal.

Embora tenha a maioria nos cinco partidos, o grupo de Marconi enfrenta resistências. O deputado Álvaro Guimarães (PR) disse ontem que é contrário à CPI.

Segundo ele, a comissão servirá apenas para acirrar os ânimos na Casa.

O deputado federal Leonardo Vilela, presidente do PSDB estadual acompanhou a reunião. Marconi saiu sem dar entrevistas à imprensa.

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