quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Marconi: saudades!!

Diário da Manhã

Opinião

Gracilene Batista

Saudades de Marconi, o governador que deu apoio e dignidade aos mais humildes
10/02/2010

“A necessidade faz o homem”. Eis aí um ditado popular que nos leva a refletir sobre as dificuldades que pressionam hoje as populações de baixa renda de nosso Brasil, a maioria delas dependentes de programas sociais sem a devida contrapartida individual, que seria a formação profissional para gerar a própria renda. Diante da escassez de recursos das administrações públicas para investir em programas sociais que realmente atendam as necessidades dos mais humildes, penso que os governos, especialmente os estaduais, devem direcionar recursos para implantação ou intensificação de programas que atendam os anseios de um povo, especialmente na geração de emprego e renda, na educação e saúde.

Houve um tempo em nosso País em que entendia-se como obrigação de governo construir obras. O auge desse pensamento, no Brasil, coincidiu com o período do autoritarismo a partir de 1964. Os generais viam-se como tutores da vontade do povo e fizeram obras as mais faraônicas possíveis, segundo suas vontades, sem ouvir os cidadãos interessados. Algumas, com objetivos duvidosos, como o trecho Norte da Rodovia Belém-Brasília, até hoje inacabado. Como inacabados existem vários esqueletos em solo brasileiro, cuja única contribuição para o povo foi um endividamento público do qual até hoje sentimos os efeitos.

Relembrando esse período da triste história brasileira dou graças a Deus por termos voltado à democracia. E também em razão do nosso povo ter tido a clareza de eleger governantes preocupados com as necessidades da população. E é nesse ponto que me bate uma saudade dos governos de Marconi Perillo.

Marconi mostrou a todos que um bom governo não se restringe a fazer obras, mas tem foco no desenvolvimento econômico e sobretudo na ação social. Marconi nos ensinou que obras de infraestrutura são importantes, fundamentais, principalmente em Estados em processo de desenvolvimento, como é o caso de Goiás. Mas, sem dúvida, dentro de um adequado planejamento e da compreensão de que devem atender prioridades. Pior que não fazê-las é não planejar recursos para concluí-las. Pior que não fazê-las é gastar os parcos recursos públicos com obras de fachada, que não atendem às necessidades mais prementes das pessoas.

Um bom govenante é aquele que pensa no futuro e procura envolver todos os segmentos sociais em projetos que rendam dividendos para todos: pobre e ricos, alfabetizados e analfabetos, patrões e empregados...E nisso Marconi foi “expert”. Ele conseguiu juntar todos na busca de dias melhores. A modernidade em sua administração encontrou caminho na solução para os programas de distribuição de alimentos, convertido em um verdadeiro programa de redistribuição de renda. Cito um exemplo fantástico dessa visão moderna de governar que caracterizou os governos de Marconi Perillo: o programa Renda Cidadã.

Com o Renda Cidadã, o governo de Goiás trocou a complexidade e os gargalos de um programa de distribuição de alimentos – nem sempre aqueles que o cidadão desejava – pelo cartão com valor mensal a ser sacado pelo beneficiário.O programa Renda Cidadã atendeu a mais de 145 mil famílias. Mas já a partir de seu conceito permitiu manter o lado positivo da distribuição de alimentos, dando origem a outros pontos positivos, como o fortalecimento do comércio local de cada município e o resgate da dignidade dos beneficiados. Ao fazê-lo, transformou as pessoas que antes se sentiam humilhadas por receber “dádiva” pública em consumidores, em cidadãos respeitados e cortejados pelos comerciantse – desde que este, por sua vez, legalizasse sua atividade, para poder emitir a nota fiscal.

Este Renda Cidadã, por si, integrou-se num conjunto de medidas que resultaram em um aquecimento da economia goiana no período das administrações de Marconi. De forma que entre 1998 e 2005 o PIB goiano mais que triplicou, crescendo sempre acima da média nacional. Era o início de um novo tempo para Goiás e seu povo, porque a rede de proteção social esteve longe de ser apenas o Renda Cidadã. Incluía também, por exemplo, o Programa Salário Escola, garantia de que crianças e adolescentes poderiam substituir a necessidade de trabalhar para ajudar no sustento da família, para cuidarem de suas formações, seus estudos.

O que falar, então, do programa Bolsa Universitária que tão bem fez a milhares de jovens, cerca de 70 mil, sem recursos para investir em sua própria educação universitária? Hoje, depois de 10 anos, podemos encontrar inúmeros profissionais formados com o apoio desse programa. Quantos hoje são professores universitários, inclusive alguns dando aulas para o próprio senador Marconi no curso de Direito. Imagine o bem que deve fazer a esses jovens conquista do diploma e do aprendizado nos bancos das universidades. Sem a bolsa, eles teriam alcançado a vitória?

Não podemos esquecer da Universidade Estadual de Goiás. Esssa instituição transformou sonhos em realidade de milhares de jovens sem condições de acesso aos bancos universitários. Sem falar na geração de empregos para centenas de professores e profissionais da Educação que, na UEG, puderam fincar suas raízes e melhorar de vida através do trabalho digno e de qualidade. Sim, porque a UEG permitiu aos profissionais ingressarem em programas de formação cada vez mais ousados e edificantes. Num tempo em que os Estados vinham se desobrigando em relação ao ensino superior – de fato, atribuição privativa do governo federal – Marconi unificou as faculdades estaduais – isoladas e fracas individualmente – criou novas unidades, fez uma bela sede em Anápolis e deu à UEG autonomia educacional e financeira.

Seja porque for, ficou no passado avaliar governos apenas por sua capacidade de fazer obras. Bons governos – assim entendidos os que de fato são aprovados por seus cidadãos – fazem obras também, mas primam mesmo é pela qualidade dos serviços que prestam. E mais ainda, pela eficiência em conduzir políticas sociais que minimizem as injustiças e criem oportunidade, além da sobrevivência, da qualificação e empregabilidade de seus cidadãos mais pobres. Tal política é aprovada indistintamente, porque, ao contrário do que pretendem certos demagogos, as elites econômica e intelectual também querem que o governo propicie condições de crescimento àqueles que menos podem – porque aí todos ganham.

Tenho certeza de que não há cidade goiana, um distrito, uma vila, onde Marconi Perillo ande e não seja recebido com sorrisos, gestos e palavras de agradecimento. Ele mudou o governo para mudar, para muito melhor, a vida das pessoas. Neste sentido se explica muito a aprovação popular alcançada em seus dois mandatos. Com uma visão moderna de governo, Marconi investiu muito em obras estruturais. Mas avançou mais ainda na formação de uma rede de proteção social que atendeu diretamente mais de um milhão de goianos com programas sociais, sem a marca pura e simplesmente do assistencialismo (como ainda podemos ver em nível federal), mas também de inserção e geração de emprego e renda.

Portanto, é para sentir saudade, sim. Saudade de um tempo em que homens e mulheres, crianças e adultos, jovens e idosos viam refletidos seus anseios em ações sociais que mudaram não somente as condições de vida para melhor, mas que permitiram a todos que deles se beneficiaram o acesso aos programas educacionais, aos equipamentos de saúde dignos, ao desenvolvimento individual atrelado ao crescimento da economia de um Estado cada dia mais promissor. É assim que nos preparamos para o retorno de Marconi, um pouco mais amadurecido, mais experiente, mas à cada dia mais preparado para o embate administrativo de um Goiás que grita por melhores dias.

Nós, aqui do norte goiano, estamos nos movimentando para mostrar que a nossa região tem os votos que vão fazer a diferença nas próximas eleições. Votos que virão do agradecimento pelo progresso que só começou a chegar nos governos do Marconi. Vamos vestir a camisa azul de Marconi, que é hoje o símbolo de um povo forte, aguerrido e vitorioso: o povo goiano.

Gracilene Batista é professora, primeira-dama e secretária municipal de Assistência Social de Niquelândia

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