terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O Popular

Política

Dívida da Celg sobe 250% em 6 anos
Dado é do quarto e último relatório do tce entregue ontem à CPI que investiga a companhia energética

Erica Lettry

O quarto e último relatório entregue pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) à CPI da Celg, ontem, mostra que o endividamento da estatal cresceu 250% em seis anos. Os dados abrangem o período de 2003 a 2008.

Conforme os números levantados pelo TCE, entre 2003 e 2006 o passivo da Celg aumentou 86%. No período de 2006 e 2008 a tendência de crescimento continuou, mas atingiu apenas 34%. Para a supervisora dos relatórios do TCE entregues à CPI, Edna Andrade, esses dados reforçam a tese de que houve aumento dependência de terceiros e a busca por capital de giro para honrar compromissos a curto prazo da Celg.

O valor total dos empréstimos contratados pela companhia energética entre 2004 e 2008 chegou a R$ 2,43 bilhões, sendo 2006 o ano mais crítico. Enquanto em 2004 os empréstimos somavam R$ 80 milhões, em 2006 eles chegaram ao patamar de R$ 961 milhões. Apenas nesse último ano os empréstimos nacionais envolveram 26 instituições financeiras, com reflexos no atual balanço patrimonial de R$ 710,513 milhões (sendo R$ 198 milhões de saldo devedor decorrente de contrato com o Banco Máxima S.A. e R$ 141 milhões com o Banco Prosper).

O ano de 2006 também foi aquele em que o endividamento da companhia mais cresceu, devido à reversão da estratégia de obter equilíbrio econômico-financeiro, provocada pelo aumento do endividamento a curto prazo. Conforme o órgão, houve aumento de 89,94% no total de empréstimos e financiamentos a curto prazo.

As justificativas para os empréstimos foram pagamento a fornecedores de material e serviço, compra de energia e impostos. “Não houve possibilidade de identificar quais fornecedores e impostos foram pagos com esses recursos. A gente percebe que o demonstrativo de empréstimos contratados aumentou significativamente em 2006”, afirmou a supervisora durante a apresentação do relatório.

Edna também afirmou que a capacidade de pagamento de curto prazo do período entre 2003 e 2008 caiu de R$ 0,97 para R$ 0,46, respectivamente, para cada R$ 1 real a receber. Já a rentabilidade do ativo caiu de R$ 0,43 para R$ 0,30 no período.

Créditos

O TCE também concluiu que a Celg tem R$ 2,173 bilhões a receber, valor referente a dívidas do Estado e de prefeituras, além de créditos junto à Eletrobrás. “Há expectativa de recebimento – por isso não está contabilizado pela Celg – de R$ 1,092 bilhão, que o governo federal deveria repassar para a Celg, em função dos subsídios concedidos à Codemin. Portanto, esse valor não entra nos R$ 2,173 bilhões a receber”, explicou.

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