quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Povo atento

O Popular

Opinião do Leitor

Escândalos políticos

Venho, através desta, expressar a minha indignação. Por que em todos os escândalos políticos que envolvem dinheiro público ninguém vai preso? No caso denunciado pela entidade Renafé, que envolve a filha do secretário da Fazenda, Anniela Braga, ela não teria de ir presa? O dinheiro que ela recebeu de comissão não é ilícito?

Se um pobre coitado que estiver passando fome roubar um litro de leite em um supermercado, esse, sim, vai preso. Agora, filha de político não vai. Será que no Brasil existem duas leis? O vídeo não é o suficiente para poder incriminá-la? Pelo menos até agora, não apareceu ninguém para falar que o vídeo foi uma montagem.

Mas, no final, a gente sabe que tudo vira pizza e nós, cidadãos de bem, que pagamos todos os impostos em dia, mais uma vez ficamos de mãos atadas sem poder fazer nada.

RODOLFO BELLOMI
Setor Bela Vista - Goiânia

Verba para AMG

Em sua edição de segunda-feira, o Giro informou que o governador Alcides Rodrigues liberou R$ 250 mil para obras do prédio da Associação Médica de Goiás. Minha indignação foi tamanha, vez que a AMG não é um prédio público e não atenderá a nenhuma necessidade da população carente em relação à saude.

Enquanto isso, as escolas públicas estaduais estão caindo aos pedaços, são prédios que atenderão à população. O que pensa sobre isso a secretária de Estado da Educação, Milca Severino? E o secretário Jorcelino Braga? Consultem os professores e os alunos e eles demonstrarão a mesma indignação que senti.

OLGA B. SOUZA
Goiânia – GO

Alunos e professores

Este jornal publicou domingo reportagem sobre alunos com baixo desempenho que viram professores. É triste constatar mas, infelizmente, essa é uma verdade no Brasil inteiro. Como professora (há mais de 10 anos) em escola pública, gostaria de conviver com uma outra realidade no âmbito da educação brasileira. É vergonhoso. A culpa, dizem, é dos professores.

A escola pública conta, principalmente, com alunos de baixa renda. Como se isso não bastasse, oriundos de famílias totalmente desestruturadas, economicamente, socialmente e culturalmente. Famílias desrespeitadas e excluídas pelo governo e pela sociedade, desempregadas, sem atendimento adequado na área da saúde, etc. Indivíduos gerando indivíduos dentro do tráfico, da violência, em casas sem valores, sem princípios e sem religião.

Pais e mães que, por falta de tempo – ou não –, abandonam seus filhos, nas mínimas coisas como pentear o cabelo, escovação dos dentes. Quando o problema não é a falta de dinheiro, trocam uma alimentação saudável por porcarias e drogas no meio da rua. Obrigam, muitas vezes, seus filhos a pedir esmola na rua, ao invés de incentivá-los a estudar, a transformar suas vidas, suas histórias.

O que são valores para essas famílias? Culpá-las? Por quê? É essa a realidade delas. Não conhecem outra. Mandam seus filhos para a escola para se verem livres deles. Já vi criança de seis anos praticar sexo dentro da escola. Já vi usarem drogas. (Não vou dizer o que vi com adolescentes.) Já vi criança machucada, espancada, humilhada. Já apanhei de aluno, ouvi palavrões; fui violentada verbalmente com termos sexuais horríveis. Já tive aluno assassinado, preso, bandido. Já ensinei muito, já virei psicóloga, quando não atriz, palhaça, cantora. Tentei mudar um mundo, uma realidade, em vão. Adianta?

Aquela história de “fazer a minha parte” vem me frustrando. Quem sou eu num mundo como esse? Acabo sendo ameaçada de morte por querer ensinar o aluno a ler, a criticar, a ser melhor. Quem me ameaça? Não, não é o aluno! É o próprio sistema!

Arrependo-me, confesso, de ter sido essa a profissão que escolhi, porque foi esse o sonho que tive desde os cinco anos de idade. Podia ter sonhado melhor. Que salário ainda posso almejar? Nem o que é meu de direito, meu “chefe” não paga.

ALICE XAVIER
Jardim Goiás – Goiânia

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