quinta-feira, 18 de março de 2010

Aeroporto precário!

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Elie Chidiac *

Aeroporto de Goiânia: o impasse

Estamos vivendo o momento de uma grande democratização do transporte aéreo. Os aviões deixaram de ser usados apenas pelas classes A e B e estão cada vez mais chegando aos outros segmentos sociais. A consequência disso é o crescente contingente de passageiros, surgimento de novas companhias aéreas, novos roteiros de viagem, promoções e redução dos preços das passagens aéreas, deixando os valores quase iguais ao preço de uma passagem de ônibus interestadual. Esses fatores aumentam a indignação quando falamos do aeroporto de Goiânia.

Pagamos altos impostos para obter os mais variados serviços e produtos. O Brasil é reconhecidamente um dos países com maior carga tributária do mundo. Ainda há os juros, tarifas portuárias e aeroportuárias mais elevadas do mundo. Pagamos impostos, mas nem sempre o retorno é certo. O aeroporto é exemplo disso. Toda vez que volto de uma viagem para Goiânia, depois de ter visto os aeroportos mais modernos e equipados do mundo, construídos para atender cidades bem menos numerosas que a nossa capital, e me deparo com a nossa realidade, fico me perguntando até quando vamos suportar um espaço como esse.

As obras de expansão do aeroporto foram licitadas, o serviço chegou a ser iniciado e a previsão de sua inauguração era 2010. Mas depois o Tribunal de Contas da União detectou erros e superfaturamentos na obra que, agora, está embargada. A empreiteira, responsável pelo serviço, foi afastada. E o aeroporto?

Pois é, o aeroporto continua o mesmo. A despeito de suspeitas de superfaturamentos, não podemos continuar pagando pelos erros dos outros. Que se faça o aeroporto e prossiga o processo cível e criminal contra os infratores. No entanto, a obra fica embargada até o julgamento final de todos os recursos judiciais, porque o réu tem o direito de se defender.

Enquanto isso, como fica a população que sonha ter um aeroporto digno? Não é estranho que tenha de esperar muitos anos para ter a obra que já foi paga por meio de impostos? Será que não existam mecanismos ou meios que possam ser utilizados para evitar que a população fique agonizando?

Goiás está se firmando no mercado internacional. Hoje mantém relação comercial com mais de 165 países. Turistas, empresários e autoridades políticas do mundo inteiro estão voltando os olhos para a nossa região, que já faz parte do roteiro de viagens nacionais e internacionais. Portanto, o aeroporto não pertencerá somente a Goiânia, que merece um aeroporto compatível com a dimensão do Estado de Goiás, mas converter-se-á numa infraestrutura interligando em conexões todo o País, proporcionando conforto e dignidade aos seus usuários.

* Elie Chidiac é assessor de Assuntos Internacionais do Estado de Goiás

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